Prólogo.

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     EDDIE JOGOU A CABEÇA para trás, mexendo em seus cabelos enquanto soltava um suspiro frustrado. Aquilo não podia ser mais decepcionante.

A carta na mesa estava rasgada, mas era possível se ler um "sinto muito", o que deixava claro que não foi aceito na Sundea Funday, como previsto.

Céus, porquê era tão difícil achar um emprego?

Eddie queria apenas ajudar seu tio com as despesas, mas aparentemente nem pra isso ele servia. Parte era culpa de seu estilo... "Exótico", que não agradava muitas pessoas, então era definitivamente mais difícil ser aceito em algum lugar.

Aquilo era frustrante. Sorte a sua que seu tio estava trabalhando e não pode ver seu sofrimento abrindo cada carta ridiculamente pequena. Eles não se davam o trabalho...

Antes que pudesse ter — mais um — surto, ouviu repetidas batidas em sua porta de metal. Alguém dizia “hey, tem alguém em casa?” e ele reconhecia aquela voz.

Eddie se levantou depressa, chegando a escorregar no processo. Quando chegou na porta, a abriu com certa força, assustando a mulher que estava ali. Então, disse: — Bom dia, senhora Byers.

— Bom dia, Eddie — Joyce sorriu gentil — aconteceu alguma coisa? — notando o olhar cansado e levemente avermelhado, como se o mais novo estivesse chorando, Indagou preocupada.

— O que? Ah, não, não. Eu estou bem — sorriu forçado, tentando soar o mais gentil possível — quer entrar? — ofereceu.

— Oh, não querido, eu só vim informar que meus filhos entraram de férias e eu terei que viajar, e como você tinha me pedido... — Os olhos de Eddie brilhavam em expectativa — poderia cuidar deles esse verão? Eu vou te pagar.

Com certeza!

— Ah, sim! Claro, eu com certeza posso cuidar deles. Jane, Will e Dustin, não é? — apoiou-se no batente da porta, cruzando os braços. A menor assentiu. Não citou Jonathan pois o rapaz já morava sozinho com sua namorada.

— Sim. Ah, e tem mais um- — antes que a mais velha pudesse completar a fala, ouviram um som alto e agudo. Era uma buzina.

Ambos se viraram para a estrada e lá viram um carro parado frente ao trailer de Maxine. Dentro dele se encontravam Jim Byers Hopper e, se Eddie se lembrava, Murray e Enzo. Os viu em uma apresentação de Jane e Dustin em algum momento. Até chegou a falar com os dois homens.

— Vamos, Joyce! — Hopper gritou gesticulando — não temos o dia todo.

Eddie levantou os dedos da mão, dando um pequeno aceno para eles. Joyce se virou rapidamente para ele novamente, falando agora mais rápido que antes: — Bom, você pode começar amanhã, as 12:50?

— Sim- sim, claro — Eddie pareceu ter se perdido em pensamentos, não ouvindo perfeitamente o que Joyce disse, então apenas assentiu. — ahn... O que a senhora estava falando? — deu um gritinho quando a senhora Byers se afastou, correndo até o carro — tem mais um...!?

— TEM MAIS UM GAROTO! — E ela entrou no carro.

— DE QUANTOS ANOS? — Começou a gritar juntamente a mais velha. Teria que cuidar de quatro crianças sozinho?

Sorte a sua que conhecia Dustin.

— VINTE E UM! — e o carro partiu.

— CERTO — Eddie sorriu, pronto para voltar para casa mas, espera ai... — espera, VINTE E UM!? — Voltou correndo, mas era tarde demais. Joyce havia partido. — vinte e um? Sério?

Ele sequer era uma criança!

— Espero que eu receba o suficiente para isso. — Resmungou, ainda que grato por ter finalmente arrumado um "emprego". Ele omitiria alguns fatos a seu tio, como o fato de que iria começar a trabalhar como babá.

Suspirou, entrando em seu quarto e encostando-se na porta.

E, em seguida, deu pulinhos feliz, acompanhado de gritinhos e muitos xingamentos.

Seria um longo verão.

     

     

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⏰ Last updated: Jul 03, 2022 ⏰

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 O Babá Sem NoçãoWhere stories live. Discover now