Cabelo Cor De Vinho ─ Sebyung

Bilhetinhos entre vinho quente

# [capa feita por: moonjunnieh/@woonixx
capítulo betado por: chiharunnie]

O cheiro forte de vinho quente chamou a atenção de Sejun, que sorriu esperançoso sobre como seu dia se desenrolaria, porém, teve seus planos interrompidos pela presença de Byungchan, uma pessoa a qual todos almejavam estar perto.

O Choi aproximou-se devagar, as bandeirolas coloridas se desfocavam com a presença brilhante do jovem.

“O que você está fazendo aqui?”

Sejun perguntou calmamente, apesar de estar desconfiado da presença do outro. O Choi deu de ombros e seus olhos se enrugaram enquanto ele sorria falsamente, sem responder o outro. O de fios avermelhados tinha o semblante vazio de sempre, como se tivesse um desinteresse por tudo, não aproveitando as situações agradáveis que lhe eram dadas pelo universo ㅡ pensava Sejun.

“É estranho você estar por perto quando seus amigos estão bebendo vinho no meio do dia”, Sejun cutucou Byungchan com o ombro, mas não disse mais nada sobre isso.

Era incomum que o Choi fosse tão calado perto do outro, ele tendia à ser extremamente falante e julgador quando se tratava do mais velho.

“O quê está aprontando?”

Finalmente se pronunciou ao notar Lim anotando algo em um papel vermelho, usado naquela festa para a função de correios elegantes.

“Você gosta da irmã do Seungsik, certo? Vamos entregar para ela um pequeno presente!”, respondeu calmo, não tinha medo do quê o outro faria.

Byungchan sempre era envergonhado ao redor dos outros, o suficiente para não fazer movimentos bruscos, como um soco, em público. Então com um movimento rápido, o Choi já havia pegado a caneta da mão alheia e a jogado longe.

“Você não pode dar a ela um presente em meu nome!”

“Eu quero dar a ela a carta em nome de Lim Sejun.", a resposta simples fez Byungchan encarar o outro em silêncio, seus olhos fitando e julgando.  “Você não me ouviu? Ela não será capaz de recusar se eu escrever algo para o correio elegante.”

Enquanto falava, ele pegou uma caneta nova em seu bolso e voltou a escrever no papel.

Byungchan não sabia como reagir, o cara que ele mais odiava estava pronto para dar em cima de sua paixonite? Não sabia se era por embriaguez causada pelo forte aroma alcoólico que lhe rondava, ou, se estava maluco, mas jurava que não queria que Sejun estivesse fazendo aquilo, não queria vê-lo sendo rejeitado.

“Quem é aquele cara com o Hanse na bancada do vinho quente?”, questionou, propositalmente distraindo o outro, logo pegando o papel vermelho de suas mãos e o escondendo no bolso de sua camisa.

O Lim, já sabendo que havia sido enganado, apenas sorriu de canto e pôs a mão no ombro do outro, o puxando para perto.

“Você sabe que eu não me importo de escrever tudo de novo, não é?”

“Sei, você é bigênero*, você não desiste nunca”, retrucou, ouvindo uma risada adorável do menor como resposta.

Em momentos como aqueles, admitiam que sabiam mais um sobre o outro do quê o resto do mundo.

O fato de Sejun ser bigênero era algo mal visto pela maioria das pessoas que sabiam de tal, porém, todos pareciam aceitar Byungchan e sua fluidez de gênero, o quê confundia ambos. Por que Sejun era visto como confuso e Byungchan era aceitável? Não eram tão diferentes, ainda com suas semelhanças.