✎.01: Uma proposta um tanto inusitada

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Acordar, tomar banho, escovar os dentes, comer alguma coisa, ir à escola, é algo que estou super acostumado. É a mesma rotina todos os dias — menos aos finais de semana — para ser sincero, eu não gosto da escola.

Os alunos deveriam ser poupados um pouco. As matérias já são puxadas, e os professores não colaboram passando tantos trabalhos. Sinceramente, gostaria que as férias fossem longos três meses, assim poderia respirar direito.

Mas querer não é poder, e aqui estou eu terminando de me arrumar para voltar a este lugar.

Ah, ainda não me apresentei. Me chamo Yang Jungwon, e estou no terceiro ano do ensino médio. Devem ter percebido que reclamo bastante sobre a escola, mas é pelo simples fato de que ela mal me dá um descanso, principalmente no quesito das tarefas, vivo esquecendo de fazê-las, não adianta nem anotar. Sorte que tenho Riki para me lembrar.

— Bom dia, mãe. — Falo dando beijo em sua testa. — Já terminou de pôr a mesa pelo visto, nem para me esperar.

— Bom dia, meu lindo. Você já tem que acordar cedo e ir para a escola, o mínimo que devo fazer é isso.

— Está bem, mas na próxima vez me chame para ajudá-la.

Me sento pegando a jarra do suco de laranja que havia na mesa, não sou muito de tomar café tão cedo, então comecei a optar a tomar suco.

— Quer carona para a escola?

— Não precisa, vou de bicicleta junto ao abestado do Riki.

— Estava pensando em comprar outra bicicleta para você.

— Ah, não precisa, mãe! A senhora me deu aquela nem está com um ano. Já está querendo comprar outra?

— Só quero você satisfeito com o que tem, meu filho.

— Mas eu estou bastante satisfeito com ela, não precisa se preocupar em comprar outra tão cedo.

— Tia, este garoto não precisa de nada disso. A senhora anda mimando ele demais, tudo que ele quer, ele tem. Ele devia procurar algum emprego, isso sim. — Riki aparece na cozinha, pegando uma maçã que estava na fruteira.

— Está fazendo o que aqui?

— Eu fiquei cansado de esperar você lá fora, então apenas entrei.

— Mas é um folgado mesmo.

— Cale a boca, ruim da memória.

— Está na minha casa e me manda calar a boca, ainda por cima zomba da minha memória, quer apanhar né?

— Não.

— Meninos, já vou ao trabalho. Jungwon, você tem a chave reserva, e se esquecer dela, tem outra debaixo do carpete da porta da entrada, e o Riki tem outra também.

— Tá bom. Ainda não entendi porque ele tem uma chave reserva da nossa casa.

— Não reclame, você também tem da minha.

— Verdade, né. — Vou à sala pegando minha mochila e saio junto aos dois.

Aceno para minha mãe que estava já no carro pronta para sair. Pego minha bicicleta e começamos o percurso de sempre. Riki e eu sempre vamos juntos para a escola, já é um costume que temos desde a infância. Quando ele não está ao meu lado pedalando a sua bicicleta e tagarelando feito bobo, torna uma ida e volta bem entediante.

Ao chegarmos na escola, estacionamos nossas bicicletas no lugar correto que tem para as mesmas e entramos. Para ser sincero, esse lugar está bem estranho, as pessoas que passam ou que estão paradas pelo corredor começam a me encarar e sussurrar umas para as outras. O pessoal nunca foi de me notar muito, e agora tenho os olhares de todos a mim. Será que espalharam algum boato falso me envolvendo?

 um acordo simplesWo Geschichten leben. Entdecke jetzt