8|𝗘𝘄𝗮𝗹𝘂

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Sina Deinert

Sinto meu corpo mole, meus lábios dormentes. Quero abrir os olhos, mas me sinto cansada e inválida.

Me mexo um pouco e percebo que estou deitada em um lugar confortável. Aquele cheiro já conhecido me invade outra vez.

— Sina? — Uma voz murmura. É ele.

Ainda estou de olhos fechados, mas sei que Noah está aqui. Sinto uma mão macia acariciando meu rosto.

— Abra os olhos, bambina.

Suspiro e faço o que ele pediu. Vejo seus lindos olhos me encarando.

Ele parece o perfeito Noah de sempre, mas dessa vez percebo preocupação em seu olhar.

— Você está bem? — Sua voz está calma e controlada.

— Sim. — sussurro, sentando-me na cama e me encostando na cabeceira.

Ele suspira e passa as mãos pelos cabelos, nitidamente desconfortável com algo.

— Porra, você me assustou. — Abro a boca para responder, mas não tenho tempo de falar, Noah me interrompe. — Nunca mais fique sem comer, está me ouvindo? Imagine como eu fiquei quando Francesca me disse que você não tinha comido nada. Está tentando se matar lentamente?

Arregalo os olhos. Nunca imaginei que Noah se preocupava tanto assim.

Isso quer dizer que ele se importa comigo tanto quanto eu me importo com ele?

— Eu... eu... só não estava com fome. — tento argumentar.

— Não estava com fome? Sério? Essa é sua melhor desculpa? — Ele se levanta da cama andando de um lado para outro com as mãos na cintura.

Sinto vontade rir, mas tento me controlar, não quero piorar a situação.

Preciso mudar de assunto, por que posso sentir que ele vai empurrar à força na minha boca a primeira comida que ver pela frente.

— Achei que você iria brigar comigo por ter deformado o rostinho delicado da Loren. — debocho.

— Você terá muito tempo para me dar uma explicação sobre isso, mas antes você vai comer. — Isso soou como uma ordem.

O capo autoritário está de volta.

●●●

Alguns minutos depois, Noah me traz uma bandeja com uma quantidade de comida que dá para alimentar um exército.

Tento dizer que não vou conseguir comer isso tudo, mas ele simplesmente me envia um daqueles olhares que me causam calafrios. Isso é a minha deixa para começar a comer sem dizer mais nada sobre o assunto.

Como sobre os olhares atentos dele. Em certo momento, ele se levanta da poltrona que fica no canto do quarto e se serve de uma generosa dose de uísque, sem tirar seus olhos de mim. Bufo e continuo a comer.

— Certo, já entendi o recado que você quis passar me trazendo esse monte de comida. Eu não irei mais ficar sem comer, satisfeito? Agora pelo amor de Deus, não aguento mais comer, Noah. Sinto que posso vomitar a qualquer momento. — explico.

Ele continua sentado me encarando em silêncio, degustando seu uísque. Reviro os olhos.

— Você está me ouvindo, merda? Não aguento mais comer, chega! — continuo esbravejando.

— Primeiro, abaixe o tom de voz. Você já me irritou demais por hoje, acho melhor não me provocar. — Assinto e me levanto com a bandeja nas mãos, caminhando em direção à porta. — Onde você pensa que vai? — Sinto Noah atrás de mim, com o corpo quase colado ao meu.

𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗮𝗽𝗼'𝘀 𝗰𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲|ⁿᵒᵃʳᵗWhere stories live. Discover now