3|𝗘𝗸𝗼𝗹𝘂

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Ao entrar na banheira com sais de banho naturais, me permito relaxar e esquecer que estou a poucas horas da morte.

— Si, trouxe sua comida, venha logo. — Sofya balbucia por trás da porta.

— Estou indo. — respondo.

Estava tão bom ali. Não quero sair daqui e voltar para minha realidade cruel. Mas como nem tudo são flores, me levanto e alcanço uma toalha.

Após estar devidamente seca, saio do banheiro enrolada apenas na toalha.

— Desculpa, não resistir e comi um dos seus sanduíches. — fala de boca cheia, me arrancando uma risadinha.

Aquela menina é especial, e já tem um lugar cativo em meu coração.

— Tudo bem. Preciso de roupas, essa outra porta é o seu closet? — Ela apenas assente, com a boca ainda cheia da minha comida, e indica para eu seguir em frente.

Encontro algumas peças íntimas ainda com a etiqueta e resolvo pegá-las emprestado. Visto uma calça preta e uma blusinha soltinha.

Optei por usar um sapato sem salto e confortável, caso eu precise correr para fugir.

— O soldado já sabe que você fugiu. — murmura distraída.

— O quê? E você fala assim como se não fosse nada demais? — Ela só pode estar de brincadeira. Ando de um lado para outro, sentindo a pele formigar de puro pânico. — Merda, merda! Estou muito ferrada.

— Será que você pode se acalmar? Nem parece a mulher que atirou no capo. — diz tranquilamente.

— Sofya, eu não estava pensando em nada naquele momento, apenas puxei a arma e atirei.

— Certo, só se acalme e pare de andar, está me deixando tonta.

— Não vou me acalmar, droga!

— Eles não virão até aqui, pelo menos não até o Noah ou Alex chegar. — Percebo seu pequeno suspiro quando cita o nome do Alex.

— Quando eles chegarem eu vou estar morta, morta. — Inspiro uma grande lufada de ar. — Preciso de uma arma. Tenho que pegar a arma de um desses homens.

— Está louca? Como você vai pegar a arma deles? — pergunta alterando a voz.

— Eu não sei, e-eu... eu só não quero morrer. — Suspiro tristemente.

— Eu sei. — Ela sorri enternecida. — Por agora, apenas coma, eu vou dar um jeito no resto. — Finaliza seu discurso com um abraço reconfortante. Assinto.

Como metade do sanduíche que sobrou e tomo um pouco de suco. Acabei perdendo a fome.

Só consigo pensar naqueles olhos queimando sobre mim, o jeito que Noah me olhou enquanto apertava meu pescoço. Eu senti tanto medo. Medo da morte, o desespero tomou conta de mim naquele momento.

Não posso continuar aqui. Meu pai me ensinou que um bom soldado enfrenta seu inimigo de frente, é matar ou morrer.

Tenho que enfrentar Noah, tenho que sair daqui, voltar para casa, voltar para as pessoas que me amam, mas como?

●●●

Estou sozinha, sentada na cama.

Sofya disse que iria resolver um
problema e não demoraria.

Sinto-me feliz por tê-la conhecido naquela festa. Naquele dia, vê-la chorando baixinho, pensei que fosse uma menina frágil, mas agora seu que é uma garota forte, está determinada a enfrentar o irmão por mim; jamais me esquecerei disso.

𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗮𝗽𝗼'𝘀 𝗰𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲|ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora