2|𝗘𝗹𝘂𝗮

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— Tudo bem. — murmura Sofya, ainda olhando para algum lugar específico no grande salão.

O banheiro era espaçoso e estava vazio, o que me fez suspirar de satisfação, não suporto essas mimadinhas da máfia conversando sobre coisas bestas.

Fico me encarando no grande espelho e pensando naqueles olhos que recaíram sobre mim há alguns instantes.

Noah tem lindos olhos e quando ele me olhou, foi como se meu corpo estivesse pegando fogo. Não quero pensar nisso, não quero pensar que ele me causa algum tipo de reação.

Arrumo minha Glock, que está escondida em um lugar estratégico por baixo do meu lindo vestido. Juro que tentei sair de casa sem ela, mas não me sinto segura, então quando minha mãe foi se arrumar e me deixou sozinha no quarto, eu fui rápida e peguei minha bebê e a escondi embaixo do vestido.

Saio do banheiro para voltar àquela idiotice que todos estão chamando de festa, mas acabo parando na porta quando escuto um barulho de algo quebrando, ouço vozes alteradas em seguida e já me ponho em alerta.

Tem algo acontecendo.

Sigo o barulho, caminhando por um corredor largo e olhando para os lados buscando algo estranho.

Já estou em meu modo ataque, enquanto estou atenta às vozes, também estou pensando em um modo fácil e rápido de puxar minha arma caso algo inesperado aconteça.

Chego a uma grande porta no fim do corredor e sei que o som vem de dentro daquele cômodo. Me concentro para escutar melhor.

— Foda-se, Alex! Não vou me casar com nenhuma dessas vadias mimadas. Sou o capo, eu quem mando nessa merda toda. — Sinto todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

Noah. É ele que está gritando como um louco, nunca ouvir sua voz de perto, mas estranhamente sei que é ele.

Houve um momento de silêncio e ouço passos, apresso-me até a porta mais próxima dali. Estou ofegante, não consigo desacelerar minha respiração.

Por um instante não ouço nada lá fora, assim acredito que tenham voltado ao salão. Abro a porta devagar, de onde estou não consigo ver ninguém, está tudo limpo, ao que parece posso voltar para a festa.

Ao passar pela porta bato em algo ou alguém, não sei ao certo, fico meio desnorteada no momento do impacto.

Após dar uns passos para trás, a fim de me equilibrar depois do impacto, levanto o olhar e dou de cara com ele.

Seu olhar queima sobre mim, consigo ver o quanto está irritado e aquilo é assustador. Ninguém nunca me olhou daquele jeito, nunca senti tanto medo na vida.

— O que está fazendo aqui? — Sua voz está mais calma do que há alguns segundos, mas ainda assim é assustadora.

— E... eu... é... eu só fui ao banheiro e acabei me perdendo, já estou voltando para a festa. — Faço menção de sair, mas sou interceptada por um aperto em meu braço esquerdo. — Acho melhor você soltar meu braço. — O encaro com ira.

Foda-se se ele é o capo, ninguém me segura assim. Como se quisesse me desafiar, aperta ainda mais o lugar. Ele é forte, e isso dói, dói como o inferno.

— Se não o quê? Vai correr chorando para pedir ajuda ao papai? — diz venenoso, com um sorriso irônico e sombrio, sem mostrar os dentes.

— Vou fazer coisa melhor. — Tomada por uma raiva irracional, e com todos meus instintos de defesa ativados, em um movimento rápido acerto um soco de direita, atingindo seu nariz.

— Mas que merda! — grita, me jogando contra a parede bruscamente.

Seu nariz está sangrando. Mas antes de me sentir triunfante ele segura meu pescoço com força, fico sem ar diante do seu aperto. Tento me soltar, mas é inútil, ele é cinco vezes mais forte que eu.

𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗮𝗽𝗼'𝘀 𝗰𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲|ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora