Eles ficaram conversando enquanto o salão lentamente se enchia, embora a mesa da Lufa-Lufa continuasse estranhamente vazia, o que Cedric justificou com a festa que tinham dado para comemorar o fato dele ser campeão -- uma casa que nunca tinha a gloria podia, finalmente, celebrar uma conquista, mesmo que abafada pelo quarto campeão.

- Falei que você não estava de acordo com isso, Harry - ele disse. - Sabe como somos -- compreensivos ao infinito. Eles me escutaram, então espero mesmo que não sejam maus com você.

- Obrigado, Cedric - agradeceu o moreno.

Harry sentia-se exausto. Seus olhos demoravam demais fechados quando piscava, e ele tinha certeza que cochilara por um segundo enquanto Mione falava sobre a tarefa de Herbologia.

- Honestamente, Harry, não sei o que está fazendo aqui ainda - brigou Daphne, olhando-o com atenção. - Você parece não ter dormido nem duas horas. Vocês dois.

- Foi um pouco mais que isso, embora não muito - Draco disse em seu próprio estado sonolento, quase abraçado a uma caneca de café.

- Exauriu a sua magia e mal dormiu a noite? - a princesa revirou os olhos. - Chega. Os dois vão dormir até eu tira-los do quarto, sem discussão.

- Você parece Mione - resmungou Harry, se levantando, gemendo com o tapa que recebeu da melhor amiga.

- Mãezona - riu Cedric, dando um beijo na bochecha de Daphne.

Harry puxou Draco consigo para longe da melosidade dos dois, usando vários atalhos para chegar no salão comunal mais rapidamente, logo correndo para o dormitório que dividiam. Sem nem se dar ao trabalho de colocarem pijamas, eles se jogaram na cama que ainda estava bagunçada, caindo num sono profundo rapidamente.

O domingo deu lugar a segunda feira, e junto disso a tortura de encarar todo o colégio, o que Harry evitara fazer no dia anterior.

Os lufanos pareciam magoados, embora não fossem hostis. Corvinos não tinham opiniões formadas ainda, e também não eram maldosos. Os grifinórios, porém, eram um horror. Acusavam Harry de tudo aquilo que Ronald falou segundo Mione. Lançavam feitiços discretamente, forçando-o a desviar ou usar mais magia defensiva do que se lembrava fora dos seus treinamentos, xingavam-no nos corredores ou nas salas de aulas... Poucos acreditavam nele, realmente.

Neville não conseguira convencer os garotos com quem dividia dormitório, já que eles eram muito amigos de Ronald, e parecia que, fora ele e Ginny, os únicos do lado do moreno era o time de quadribol, principalmente os gêmeos demoníacos, que o defendiam sempre que ouviam algum xingamento.

Harry, porém, tentava não se deixar abalar, andando como se nada estivesse errado e não revidando ninguém -- fazer isso só trariam mais problemas para ele mesmo.

Durante uma aula de poções, depois de ter que impedir alguns feitiços e elementos de atingirem seu caldeirão, Harry já se sentia atingindo seu ponto de ruptura de raiva quando fora chamado por um Colin Creevey envergonhado.

- Com licença, professor Snape, me mandaram levar Harry Potter lá em cima.

Severus arqueou a sobrancelha, mas não disse nada. Agitou sua varinha na direção da poção do moreno, colocando-a em estase, colocou uma tampa e convocou-a para a sua escrivaninha.

- Volte hoje a noite após as suas aulas, senhor Potter, para que possa terminar a preparação da poção e receber a sua nota. Dispensado.

- Obrigado, professor - Harry disse com educação, recolhendo suas coisas e indo na direção da porta. Foi quando Ronald colocou o pé na sua frente e ele quase caiu de cara no chão.

What you did in the DarkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora