A monarquia

Yuu Dracony

“O que será que o Redeu queria conversar comigo? O rei pareceu está bem animado, o que será que ele quer com o príncipe?”

Eram essas as perguntas que Yuu se questionava enquanto se dirigia indo pagar o navegante, chegando lá fora, o navegante em questão era o Ezequiel, conhecido por suas histórias e seu jeito malandro. Yuu agradeceu pela chegada de sua família e deu o ouro para ele partir. Martelava na cabeça dele o olhar de Redeu e voltou para o castelo indo em direção aos aposentos do seu pai.

“O olhar que Redeu deu a ele antes que o seu pai levasse-o dali, era uma mistura de medo e determinação.”

Queria saber o por que de sua família tivera chegado no castelo sem aviso nenhum. O que será que eles queriam tratar com o rei. A suave brisa era algo cotidiano no castelo que fica acima dos céus, porém Yuu sentia que aquele acontecimento da chegada dos Dracony traria ventos péssimos, mais ainda por causa da sua irmã caçula ter vindo, aquela garota não dava ponto sem nó e ao olhar para a alegria do seu pai parecia que iria explodir de felicidade. Ele puxa para um abraço ao ver o seu filho, o sorriso largo no rosto cheio de rugas, sua barba espessa negra era notável por todos e o detalhe do adorno de uma nuvem feita em prata puro lembrando que ele era da nobreza.

Seu pai não quis dizer para o que veio fazer no castelo, seria uma surpresa para Yuu, sua irmã já estava à perambular por aí e aquilo não era bom. Sentia calafrios só de imaginar o que sua irmã estaria fazendo, ao adentrar no salão real vira a caçula importunando a realeza, seu pai logo lhe advertiu e ao ver o irmão ela corre pulando nos braços dele. Yuu percebeu o olhar duro de Redeu e afastou educadamente Mikely.

– Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – Redeu se pronunciou pela primeira vez.

– Filho, essa é a irmã de Yuu, Dracony – Fala seu pai – Ela vai... Vai ser sua esposa! – Falou ele com um sorriso.

– O que? – Sua indignação era tanta que até gritou com seu pai.

Dracony percebeu no olhar de sua majestade a insatisfação com a situação e no andar de um lado para outro. Redeu procura os olhos de Yuu talvez em busca de um olhar de amizade, que demonstrasse o carinho que o príncipe próprio sentia por seu amigo, mas o comandante estava sem reação, não conseguindo ver nada do que procurava.

Então lagrimas começaram a brotar dos olhos da majestade e começando a correr de seu rosto. Sua respiração fica falha e seu rosto ruboriza. Suas mãos soam e seus lábios secam. Ele corre do salão real e ao fundo percebe que estão gritando por seu nome, mas aos soluços e prantos, não consegue reconhecer a voz que o chama.

– Redeu... Redeu... – aos berros o rei chamava o seu filho – desculpem o meu filho – se dirigia ao pai do comandante.

– Vossa majestade, eu posso ir atrás do príncipe! – Yuu perguntou e o rei apenas concordou com a cabeça.

O comandante fez uma leve reverência, então correu atrás do seu amigo, por quem ele tem muita estima e admiração. Não compreendia o porquê dele não querer se casar, ouvia sons de soluções e murmúrios provindo do quarto do príncipe. Bateu na porta, Yuu:

– Não quero receber nenhuma visita! – com a voz embargada e desanimada disparou de dentro do seu quarto, Redeu.

– Nem do seu melhor amigo... – Yuu abre devagar a porta, lançando um olhar pedinte e entrando no recinto.

– Já entrou mesmo! – deu de ombro e continuou – você já sabia? – Redeu se sentou na cama, olhou para Yuu ainda com os olhos cheios de lágrimas e inchados.

O comandante gesticula com a sua cabeça em negação, se sentando ao lado do príncipe e olhou-o, perguntando:

– Porque você não quer se casar? – de maneira sútil Redeu tira uma mecha de cabelo da sua face e Yuu suspira, pigarreando – eu até...

Um beijo pegou o comandante de surpresa, o príncipe tomou a sua boca, num beijo tranquilo, apaixonado e carinhoso. Logo Yuu se afastou, empurrando abruptamente o Redeu quando ouviu alguém ou alguma coisa fechar a porta. Então Dracony se levantando da cama, meio cambaleante e desorientado.

– Eu... Eu... Eu... Eu vou... – gagueja, suando e gesticulando com as mãos – eu... Eu... Eu preciso... Preciso...

– Não... Por favor, não... – Redeu se levanta também, tudo estava fazendo sentido naquele momento e o príncipe respira fundo – eu não queria... – o comandante olhou-lhe com prepotência franzindo a testa– está legal, eu queria... Eu queria esse beijo desde os meus 15 anos... – o príncipe põe as mãos na cintura abaixando a vista e balança em negação.

Yuu saiu do quarto ainda atordoado com a revelação, fechou a porta e olhou para o lado vendo uma pessoa, entrando num quarto qualquer, mas não sem antes encarar o comandante com um sorriso.

“Será que ela me viu?” pensou e foi atrás da pessoa. O ranger da porta se abrindo e se fechando parecia com uma engrenagem falha com ferrugem. Yuu procurando com uma mão na cabeça, seus cabelos negros como a escuridão trazida por Luna, deusa da noite e da Lua eram do tamanho dos cabelos de Redeu. Quando de repente ele abre a porta certa e descobre quem é a pessoa misteriosa. Ele diz:

— Você??? — sua voz beirava ao desespero e suas mãos soavam muito — pai, eu... Eu não sei o que deu no príncipe... Ele... Ele... Praticamente se jogou em cima de mim... Eu... Eu... Pai fala alguma coisa, por favor! — ele toca a roupa do seu pai e lhe vira para ver o seu rosto, no entanto, quem o Dracony menos espera lhe olha séria.

— Irmãozinho! — com um sorriso sinistro, sua irmã Mikelly aparentava arquitetar um plano diabólico em sua cabeça, a barriga de Yuu retorcia só de imaginar o que seria e o que ele teria que fazer — calma, não me olhe assim, eu não sou o papai e o que você faz ou deixa de fazer com o príncipe é problema seu... — revirava os olhos ao ver o irmão estremecer — agora, você terá que me ajudar a conquistar o Redeu até eu conseguir me casar com ele e ter um filho com ele ou eu sinto muito, mas papai saberá que o filho dele é um sodomita!

Yuu lhe olha incrédulo e dispara:

— Você vai querer o príncipe mesmo que ele não goste de você? — ela ainda com aquele sorriso apenas balançou a cabeça e ele sentiu um desejo imenso de estrangular sua irmã alí, mas só abaixou a cabeça querendo sumir de lá.