04 | todo o tempo do mundo

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— Tem um lugar que eu descobri há um tempo depois de pesquisar. — Ele começou falando, com os olhos focados na estrada. — É um parque muito bonito e que tem alguns eventos de vez em quando. Hoje, por exemplo, tá tendo um festival por lá.

— Interessante. — Olhei para ele, me atentando ao que ele falava.

— Vai ter algumas comidas, exposições de artes, música e dança. — Ele me olhou rapidamente enquanto falava. — Quando soube lembrei de você. Achei que gostaria de ir.

— Parece ser legal. — Sorri de lado. — Como eu nunca soube disso?

— É do outro lado da cidade. — Nick balançou os ombros. — Também não é muito famoso.

Assenti com a cabeça, logo engatando em um outro assunto completamente diferente e aleatório. E continuamos assim, conversando sobre diversas coisas em todo o caminho até o parque que Nicholas descobriu sobre.

Era lindo. Nenhum lugar da cidade se comparava a esse até o momento. Repleto de cores vibrantes, tendas coloridas com doces, frutas e jogos. A decoração ia de pequenas bandeiras penduradas entre as árvores, até grandes luminárias orientais de diferentes cores espalhados por todo o parque.

As pessoas pareciam animadas, crianças brincavam e corriam enquanto soltavam risadas contagiantes e espontâneas, me fazendo sorrir também. Todo o lugar era incrível, alegre e contagiante. Por mais simples que pudesse ser, era um dos lugares mais legais que eu já havia visitado.

— Quer alguma coisa?— Nicholas perguntou, apontando para as tendas que continham comida.

— Vamos ver. — Entrelacei meu braço ao seu, puxando o mesmo para ir comigo até às tendas.

Se existia uma comida no mundo que eu amava e não substituiria por nada, eram bolos e tortas. Por conta do tratamento eu fiquei um longo tempo comendo somente as coisas recomendáveis pelos médicos, nada desses tipos de doces, mas já não fazia muita diferença naquele momento eu comer ou não.

Comprei uma fatia de torta de limão, que estava deliciosa e comecei a comer sozinha já que Nicholas não queria. Eu amava torta de limão.

Voltamos a andar, observando as crianças brincando e algumas pessoas com vários acessórios e instrumentos em um lugar mais afastado, perto de um palco improvisado.

— Vai ter algum show? — Perguntei, em seguida levando a delícia adocicada aos lábios.

— Algumas apresentações musicais. — Ele respondeu, pegando em minha mão livre e me guiando a algum outro lugar. Nunca cansei de dizer que de uma forma ou de outra, meu corpo sempre reagiria de algum jeito ao toque de Nicholas. Não reclamei, eu gostava.

Ainda segurando minha mão, paramos em frente a uma barraca de jogos. Havia duas crianças mais novas na nossa frente, provavelmente na faixa dos onze anos de idade, a menina tentava acertar a boca do palhaço de brinquedo com algumas bolinhas enquanto o menino ao seu lado a encorajava e gritava palavras de incentivo.

Eu sorri olhando a cena. A garota concentrada ao lado do menino eclético e animado ao lado dela, me recordava um pouco a mim e a Nicholas quando mais novos.

— Quer tentar?— Perguntei a ele, o olhando com um sorriso fraco.

— Sim, pra ganhar um desses pra você. — Nicholas apontou para as dezenas de pelúcias penduradas pelo teto da barraca.

— Então eu vou torcer por você. — Dei um tapinha em seu ombro, de incentivo. Ele riu, concordando.

Continuei comendo minha torta, observando quando a menina jogou a última bola que lhe restava, acertando em cheio a boca do palhaço. A mesma soltou um gritinho animado e o menino pulou, feliz, e abraçando sua amiga. Eles eram muito fofos. Os dois escolheram uma pelúcia e logo saíram saltitantes e alegres em direção a alguns adultos, que eu imaginei que fossem seus pais.

Uma Brilhante EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora