Encontro

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Osamu cruzou as pernas e observou com atenção o ambiente à sua volta assim que as portas se fecharam.

Ele sabia que não estava exatamente sozinho, já que sua intuição lhe dizia que havia mais dentro daquelas paredes do apenas concreto; ignorando aquele detalhe e fingindo ignorância, Osamu tomou seu tempo para analisar cada canto do quarto privado em que estava.

O lado externo era colorido, luminoso e extremamente alto, como esperado em qualquer boate noturna. Assim que ele colocou os pés dentro daquele show de luzes, Osamu esperava ser guiado para um local não precisamente igual, mas semelhante. Encontros em boates significavam conversas com músicas eletrônicas de fundo e luzes azuis se sobrepondo no ambiente.

Mas o local onde ele estava não fazia parte do esperado. O quarto onde Osamu estava se localizava na parte superior da boate, em um local mais afastado da área VIP, onde a música e a luminosidade mal podiam alcançar. Entretanto, o quarto era a prova de som, apesar de sua localização favorável contra interrupções incômodas. As paredes eram decoradas com um papel de parede dourado. A luz instalada no teto passava a impressão que o quarto estava iluminado pelo sol poente no final de uma tarde.

Era um quarto elegante, espaçoso e que parecia fora da realidade daquela boate. Osamu tinha a sensação de ter sido guiado para fora de seu ambiente original. Ele ainda continua a observar, aproveitando o silêncio.

Haviam apenas dois móveis, o sofá de couro marrom, no qual Osamu estava ocupando e uma poltrona, um pouco mais a frente, também de couro, destinada para o encontro de Osamu. O assento estava vazio.

Seu encontro não era uma pessoa normal, Osamu tinha isso claro em sua mente. Mas ele esperava que aquele homem pudesse, pelo menos, estar nos padrões habituais de seus encontros. Para sua surpresa, seu encontro não fazia, ou, não queria, fazer parte do esperado. Osamu poderia lhe dar crédito por aquilo.

Osamu não entendia a decisão de Kurosu de inserir uma nova família em Inarizaki, mas ele estava disposto a tentar mudar aquele pensamento se seu encontro lhe passasse uma impressão tão boa quanto o ambiente em que ele estava. O homem que ele estava esperando era um completo desconhecido, um estrangeiro, um corpo estranho. Osamu tinha informações, mas provavelmente, não eram o suficiente. O que ele realmente precisava era estar cara-a-cara com seu encontro para que pudesse tirar suas próprias conclusões.

Por enquanto, tudo que Osamu sabia era que seu encontro fazia parte da família Suna e que tinham vindo de longe para se integrar a Inarizaki. Suas informações apenas continham seu nome de família e seus feitos. Seu nome de batismo, sua aparência e seus motivos eram desconhecidos.

Não importa. Osamu pensou. Vou descobrir por mim mesmo.

Era tradição todos os chefes das famílias encontrarem o novo integrante como uma forma de boas vindas. Era esperado que Atsumu estivesse com ele, mas seu irmão ainda se recusava em aceitar um membro estrangeiro em sua família. Osamu não sabia como Kurosu aceitava certos comportamentos vindos de seu irmão gêmeo.

Com a recusa de Atsumu, Osamu ainda tinha o trabalho de passar confiança para seu irmão gêmeo para que ele pudesse encontrar "Suna" em algum momento. Osamu também não confiava em seu encontro, mas diferente de seu irmão, ele estava disposto a tentar.

Por Kurosu, Osamu esperava que as coisas saíssem bem. Ou seu Oyabun poderia esperar um problema que não se limitava apenas a Atsumu. Se Suna não o agradasse, Osamu apoiaria a decisão de seu irmão gêmeo de se manter longe da família de Suna.

O barulho de uma porta se abrindo quebra o silêncio e os pensamentos de Osamu, fazendo-o focar seu olhar na origem do barulho. Osamu não pisca quando uma figura alta e sorridente adentra o local. Seus saltos batendo contra o chão.

IWR (Bunny)Where stories live. Discover now