Quadragésimo Quarto

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Seu choro fora instantâneo quando captara alí, uma espécie de caixão de vidro, ela sabia que era ele, era Ramsés, ele estava a chamando para vê-lo, se aproximando, a mulher se ajoelhou ao lado do caixão, onde a múmia dele estava sob conservação.

- R-Ramsés, meu amor, me perdoe, me perdoe, meu faraó - ela sussurrava ao dedilhar o vidro que os separava - me perdoe, eu te amo tanto, eu te amo tanto, querido, eu não consegui protege-lo, eu não consegui, Tom, por favor, me perdoe - seu choro ruidoso, se perpetuava pela sala onde antes era um mostruário para visitantes - eu jurei...eu jurei para você - ela queria tanto toca-lo, queria tanto - eu queria...eu queria tanto...Deus, eu só queria estar morta - Nefertite via outros dois sarcófagos, era na forma de dois animais...oh não - bebês - ela estende sua mão trêmula para um deles, o tocando - meus bebês - seu sussurro desesperado, ela se sentia zonza, tudo doía, sua cabeça, seu coração e sua alma, partidos, tudo o que um dia ela teve estava alí, exposto como em um zoológico para aqueles que não viam sua preciosidade, seu valor.

- Nefertite, você não pode estar aqui, essa ala está fechada - Inep decide adentrar após escutar seu choro e seus gritos de dor, ele não sabia diferenciar se era de uma mãe ou de uma esposa, era os dois, a ruiva sofria duas vezes.

- E-e-eu sei, Inep, eu sei..eu deveria estar ali, ali segurando a mão deles como uma família unida - seus sussurros eram desorientados e ela se apoiou em uma parede quando se sentira por um fio.

- Hope, vamos, por favor, vamos - ele pediu quando ela apenas encarava o nada, seus olhos inchados e sem vida.

- Ahn? Ah sim, perdão, eu...tive um...um - ela não conseguiu completar, adeus Ramsés, adeus, meu eterno amor, adeus, meus pequenos bebês.

- O nosso último templo, é o maior deles, cento e quarenta metros de altura, na verdade, o Eterno Amor se dá - os dois caminhavam para fora do templo, Nefertite se encontrava vagando - pelo fato de que se olharmos para esses dois templos de longe, eles juntos, um ao lado do outro, enquanto o menor lá na frente, fica ao meio, como se fosse um coração que se divide entre os dois templos, é incrível, uma arquitetura e engenharia de outro mundo - Hope sorria, Ramsés quem havia feito, mas...se aquele anterior era o dele...aquele...aquele ali.

- Porque temos que pegar essa fila? -Hope indaga curiosamente e Inep se volta para ela com um sorriso nos lábios.

- Esse é o maior ponto turístico do Egito e do Mundo todo, o mistério do Amor Eterno - haviam...apenas mulheres na fila, até mesmo Inep estava ao lado de Hope, de fora da fila - Ramsés morreu de amor por conta da rosa misteriosa e dizem as escrituras de seu templo que apenas saberão quem ela era quando a mesma abrir o seu templo, eles então contemplaram o maior tesouro de sua vida, muitos tentaram abrir o templo à força, mas, nada adiantou, nem com bombas...nada, ele continua intacto à espera da rosa - Nefertite não compreende e logo estava chegando sua vez na fila.

Todas tiravam fotos ao tentar algo, ela não estava entendendo, estava tudo uma confusão em sua mente.

- O templo só será aberto pela mão daquela em que pertence o tesouro do Egito - Inep reafirma e então era a vez de Hope.

Uma enorme parede em forma de rosa e no centro, havia uma fechadura na forma de uma mão, hieróglifos estavam em torno da fechadura.

- A mão em desenhei com as minhas, gravadas pela minha memória, a mão da minha vitória, a mão da minha paixão, abra o seu templo, rosa, você é a chave do seu...do seu próprio templo, em qual tempo estiver...esse...é o seu templo, do qual a adorarei por toda a eternidade - Nefertite gaguejava ao esticar sua mão para colocá-la sobre a fechadura, Ramsés, você não tem como...ela se recorda da forma como ele sempre pedia sua mão para juntá-la sobre a dele, e ele analisava sua mão como se fosse um desenho... se ela soubesse.

Sua mão se encaixou sobre o molde da fechadura, e ela instintivamente a virou para o lado direito...era o seu lado da cama, onde ela dormia com ele, sempre ao lado direito...ela havia o ensinado isso.

A terra tremeu sob os seus pés e o templo da rosa, finalmente estava sendo aberto, onde antes era coberto pela poeira, era agora puro ouro, todo de ouro.

Inep sorria, aquele faraó até que sabia das coisas, ele conseguiu massacrar qualquer tentativa de demonstração de amor em que um dia tentaria fazer, era mesmo um filho de Seth.

Filas de pessoas se juntavam escandalizados com a cena, temendo o que iriam encontrar.

A primeira coisa em que Nefertite viu quando as portas imensas do templo, era uma estátua, uma gigantesca estátua de pedras preciosas em toda estátua de no mínimo oitenta metros de altura.

A mulher sentiu seu coração parar quando finalmente viu, que a gigantesca estátua feita de pedras milenares, era sua...era uma imagem sua, uma representação sua, uma representação tão realista sua que ela pensara ser ela vivendo ali naquela estátua.

Todos a encaravam perplexos, aquela mulher pequena e trêmula...era a Rosa Misteriosa do Faraó.

- Seja bem-vinda ao seu templo, Nefertite, esperamos muito por esse dia - o tempo havia parado, todos estavam congelados e o Inep ao seu lado, agora tinha a forma de um glorioso ser divino, era ele Anúbis, o Deus dos Mortos.

• Sim, não me julguem, eu adoro uma coisa bem "pá...drama" •

• Beijos da mamãe •

A Alma do Faraó - Tom RiddleWhere stories live. Discover now