— O contato com a natureza é essencial para a produção de uma boa música, não é? — ele ergue os braços enquanto caminha para trás. Uma brisa lenta passa calmamente nos seus cabelos loiros e causavam uma oscilação no tecido de sua roupa, o sorriso dele era totalmente dócil. Eu gostava de ò ver desse modo, no entanto, para a minha desgraça, eu não conseguia senti-lo na alma. Tornei-me incapaz de descrever algo amoroso em relação a uma cena tão bela como essa.

Queria inspiração para compor, estamos aqui justamente por isso, e não desejo decepcionar Liam. Poderia chama-lo e falar a verdade, que nesse período, compor esta sendo algo muito mais do que considerado difícil para mim. Mas não faço. Ao invés, invisto o olhar nos seus lábios rosados, o sabor seria igual aos de Dylan?

Balanço a cabeça quando o rapaz se aproxima novamente. Apresento um sorriso pelo fato dele não se importar com o redor, com a criança no banco ò olhando estranho ou com o velho que lhe chamou de maluco.

— Gosta tanto assim da natureza? — pergunto curiosa.

De fato é admirador o quanto o falhar das árvores consegue produzir um som tão relaxante.

— Quando ver tantas árvores numa cidade coberta por casas e prédios, você não fica admirada?

— Tem razão — balanço a cabeça positivamente enquanto iniciamos uma caminhada pelo parque.

— Estou ansioso para começarmos — alega totalmente feliz — Tem algo em mente?

— Ainda não — ò respondo sem ânimo algum. — É culpa da falta de inspiração.

— O que costuma a lhe trazer inspiração?

O meu amor não correspondido por Dylan.

— Sensações que esteja sentindo — digo encarando o chão, sem jeito.

— Pelas músicas que mostrou naquele dia, você ama uma pessoa com tadas as forças.

— Amava — corrijo o verbo.

— Ok... a pessoa que você amava, era bem sortuda, mas a burrice dela era maior — diz naturalmente. Então, se senta da grama perto de uma árvore e me ajuda a me sentar perto dele. 

— Ja amou alguém assim? — pergunto, e logo me arrependo disso, pois não sou respondida de imediato, e por isso, me adianto: — So eu mesma que sou uma idiota.

— Eu cansei de amar alguém desse modo para falar a verdade — as iris dos seus olhos escureceram quando a voz saiu da boca. Proponho que ele estivesse falando de Morgan. —  Mas eu acho que irá ser fácil sair dessa.

Se é fácil, por que Dylan ainda tormenta meus pensamentos?

— Não acho que seja fácil — nego a cabeça, passando a vista a frente.

— Se não houver uma nova pessoa, não será. Porém, se houver...

— Será — completo enquanto passo a vista a sua, ele sorri de canto e depois pega no violão que eu tinha no meu colo.

— Vamos começar? — arqueia as sombrancelhas. A sua felicidade é nítida na face.

— Claro — sorrio de nervosa, por possivelmente falhar no planejamento. Matamos aula por isso!

[...]

A música saiu boa, e eu me supreendi com isso. Falamos de corações quesbrados que desejam se reconstruidos. Me sinto inteira novamente.

Entro em casa e logo vejo mamãe.

— Mãe, ja esta em casa? — questiono surpresa enquanto arregalo os olhos.

Não Somos Irmãos Onde as histórias ganham vida. Descobre agora