Era sempre assim que Jacob me carregava em minha infância e eu ri com a lembrança enquanto ele nos levava de volta para a casa. Nenhum de nós sentiu a necessidade de falar mais alguma coisa. Mesmo longe de Forks, Jacob estava em casa, e eu também.

Com seu passo rápido não demoramos a chegar e eu senti quando seu corpo retesou no mesmo instante em que o cheiro dos vampiros nos atingiu. Jake me permitiu descer para o chão, mas seu braço se manteve protetor ao redor do meu ombro enquanto me puxava para mais perto do seu corpo.

Minha mãe foi a primeira a nos alcançar e ergueu os dois braços para Jake, convidando-o para um abraço. Eu tentei me afastar, procurando dar espaço para os dois, mas seu braço não cedeu ao meu esforço e ele retribuiu minha mãe com um abraço torto.

— Só assim pra você nos visitar. — Minha mãe brincou enquanto passava a mão pelos cabelos compridos. Jacob riu enquanto concordava. Nós sabíamos como custava para Jake deixar seu pai sozinho, e a lembrança me fez abraçar sua cintura enquanto minha mãe o perguntava sobre Billy.

— Você sabe como é, ele não me permitiria deixar vocês sozinhos nessa. Ele está bem, Bells. Rachel está cuidando dele, Paul está ajudando e Leah vai me manter informado.

Eventualmente toda a família teve oportunidade de cumprimentar Jacob, incluindo Benjamin, Giuseppe e Nassif. Com todos Jake trocou um abraço frouxo ou um aperto de mão invertido, já que sua mão direita se recusava a me soltar.

Apesar da simpatia e das brincadeiras, Jacob mantinha o olhar duro. Por vezes seu rosto se virava para os quatro pares de olhos vermelhos que o encaravam da varanda.

Os Volturi se limitaram a apenas acenar para o meu amigo que retribuiu o gesto a contragosto.

Quando todas as saudações e apresentações se encerraram, nos dirigimos para a sala, onde Jacob agora nos contava sobre a matilha e quando se uniriam a nós.

— A matilha do Sam também vai lutar. Nós concordamos que se esse sanguessuga conseguir se manter no poder, eventualmente ele viria atrás de nós. Os chefes da tribo não queriam se envolver no começo. Obrigado, Esme. — Jake removeu o braço que me envolvia pela primeira vez desde que chegou, para receber a montanha de sanduíches que Esme lhe havia preparado. Sua voz que antes era dura, se tornou um pouco mais suave naquelas duas palavras. Ele apoiou o prato em seu colo e descansou a mão em meu joelho enquanto abocanhava sua primeira refeição desde que saiu de Forks. — Mas felizmente eles perceberam que uma batalha seria inevitável para nós, e teríamos mais chances aliando nossas forças.

— Claro, Jacob. Independente do motivo, agradeço por ter se juntado a nós.

— Eu teria vindo de qualquer jeito. — Esclareceu em meio às mordidas, e meu avô assentiu. Jacob já havia demonstrado sua lealdade à minha família muito antes do meu nascimento. — Enfim, Sam não queria deixar a tribo desprotegida, e eu concordei com ele, então todos os lobos viajarão para cá quando tivermos uma data definida para a batalha. — Jake interrompeu seu discurso para começar seu terceiro sanduíche e olhou brevemente para Alice, que apenas assentiu. — Eu deixei Leah treinando os lobos, e preparando os mais novos para ficarem sozinhos. Eles ainda não estão prontos para a batalha, mas não podemos nos dar ao luxo de deixar alguém para trás de babá.

Meu avô tornou a agradecer Jacob e a tribo pela ajuda, e prometeu ligar para Billy assim que possível. Jake apenas concordou com a cabeça enquanto focava em terminar sua refeição.

Agora que sabíamos que poder contar com os lobos, conseguiríamos começar a focar em estratégias. Dessa vez eles não seriam um fator surpresa para Caius e precisávamos nos articular para organizar nosso ataque.

Carlisle anunciou ser hora de entrarmos em contato com outros amigos espalhados pelo mundo, e descobrir quais clãs lutariam conosco.

O clã Denali já havia sido avisado, e confirmaram podermos contar com eles, mas as irmãs eslovacas ainda não se sentiam confortáveis para dividir um teto com parte da guarda que assassinou sua mãe e sua irmã. Portanto, elas se manteriam afastadas pelo máximo que puderem.

Uma pequena lista de possíveis aliados havia sido desenvolvida, inclusive alguns já haviam sido contatados, porém, não obtivemos respostas.

Alice se esforçava o tempo todo, tentando ver cada decisão de Caius, sem sucesso. A única coisa que sabíamos é que ele não estava tendo facilidade para conquistar a Eurásia, e isso nos dava um pouco mais de tempo.

Eu me mantive aninhada ao lado de Jake, enquanto escutávamos todas as táticas que minha família criava, mas meus olhos teimavam em me desobedecer e voavam para a parede de vidro à minha direita.

Minha reação nunca era rápida o suficiente, e eu sempre encontrava os olhos de Alec antes de me esconder atrás de uma mecha de cabelo. Eu apertava minhas pálpebras, tentava me convencer que ele não estava me encarando e que a aflição que eu encontrava em seus olhos era uma invenção minha. Então eu respirava fundo e o cheiro de canela que ele emanava me atingia como um soco e o ciclo se repetia quando eu abria os olhos para encontrar os seus.

Acompanhar as discussões se tornava cada vez mais difícil, conforme o ar ao meu redor se tornava gradativamente mais carregado com a presença de Alec.

Eu já havia percebido que Alec conseguia entrar na minha cabeça sem eu permitir. Então, eu teria que manter minha mente ocupada o máximo possível, para mantê-lo do lado de fora.

Felizmente, meu melhor amigo estava aqui e eu não queria me permitir perder nenhum minuto da sua companhia.

Eu me virei para Jacob enquanto lhe perguntava sobre a tribo. Jake me contou das aventuras de ser tio e de como a paternidade amansou Paul melhor do que Rachel.

O peso do alfa lentamente deixava os ombros de Jacob enquanto ele me contava tudo que podia sobre Forks, e eu me aconcheguei em seu abraço enquanto ele contava sobre Charlie e Sue.

De soslaio pude ver o olhar torturado de Alec voltado para mim, enquanto se afastava em direção ao jardim. Me virei para devolver seu olhar, mas ele já havia atravessado a linha da floresta, se tornando um vulto entre as sombras projetada pelas árvores.

Eu assisti ele se distanciando cada vez mais, me perguntando se o cheiro de Jake o incomodava tanto quanto meus pais diziam, ou se ele finalmente sairia para caçar.

A dúvida não permaneceu por muito tempo em minha mente, pois Jake me empurrou com o cotovelo enquanto me oferecia o último pedaço de queijo-quente.


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Já dizia minha mãe: quem é vivo sempre aparece. 

Primeiramente, gostaria de me explicar sobre o sumiço. Primeiro tive um problema no joelho que me obrigou a ir pro hospital e tomar remédios bem fortes. Depois, o probleminha atacou meu psicológico e me deixou péssima para escrever. 

Maaas, agora já está tudo certo, o próximo capítulo já está pronto e daqui pra frente as coisas dão uma virada meio doida. 

Espero que tenham gostado desse capítulo. 

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Até o próximo capítulo! ;)

Crepúsculo - PenumbraWhere stories live. Discover now