Preciso que preste atenção em mim

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⚠️ Contém gatilhos de problemas psicológicos ⚠️

E lá estava ela, em seu quarto apenas jogando um jogo qualquer em seu celular quando ele tocou.
Era Noah, seu namorado, então atendeu, mesmo estranhando o horário, afinal, era uma da manhã, horário que normalmente ele dormia principalmente com os dias agitados que anda tendo nos últimos tempos.
Ela atendeu falando baixinho:
- Amor? Está tudo bem?
- S/N eu preciso de você - disse com voz gasta, como se tivesse acabado de ir em uma corrida.
- Noah? O que foi?
Através do telefone foi possível perceber o choro, o que fez a garota ficar ainda mais preocupada.
- Noah? Noah o que aconteceu?
- S/N, eu sou um péssimo filho para os meus pais, não sou?
- O que? Não Noah! Óbvio que não...
- Meus pais disseram que-que eu sou uma decepçã-ão e que não po-osso mais me encontrar com você ou com meus ami-gos.
- Noah, você não é uma decepção e isso só é um castigo por você ter chegado tarde em casa, eles provavelmente só estão de cabeça quente.
- Não, e-eles estão cansados de eu só fa-azer merda-a.
- Não Noah! Me escuta -
- Não S/N, eles me disseram que ser amigo de um rockeiro famosinho maconheiro e ter uma namorada latina não podem fazer parte do meu perfil, mas eu gosto do jeito que eu sou e das pessoas que fazem parte de mim.
Aquilo doeu tanto nela, saber que ele estava tendo aquela situação e ela estava envolvida foi como quebrar e despedaçar em minúsculos fragmentos a pouca confiança que ela tinha em si mesma para manter a relação, mas sabia que quem mais precisava ser racional era ela.
- Noah, faz uma mochila com umas peças de roupa e me espera, eu vou ir pra sua casa e te busco e a gente vêm pro meu AP, e não desliga!
- Tá - disse com voz fraca e então a menina correu e só calçou um tênis, pouco se importava se estava de pijama.
Então através do telefone foi possível ouvir um barulho alto, o que fez ela ficar com o coração na boca (ou com o cu na mão).
- Noah? Tá me ouvindo?
- Dá o celular garoto! - uma voz grossa e masculina foi ouvida, mas não era do Noah, era de seu pai.
- Pai por favor -
- PORRA GAROTO DÁ A MERDA DO CELULAR!
A menina nunca tinha visto uma briga dessas, óbvio que já sabia que os pais do Noah eram muito rígidos, mas nunca soube que era assim.
Então a chamada foi desligada, agora o medo de Noah fazer alguma besteira era muito maior.
- Merda! - sussurrou a garota enquanto dava partida no carro.
De seu AP até o condomínio do namorado dava 30 minutos, pois morava bem longe da parte rica da cidade.
A menina tentou cortar ao máximo o trajeto e chegou lá em 28 minutos, o que não adiantou muita coisa.
Bateu na portaria e disse, ao ser atendida pelo porteiro.
- S/N S/S. Quero ver Noah Schnapp.
- Sua passagem foi proibida permanente por tal residencia.
A menina correu falando todos os palavrões possíveis e então pegou o celular, teve a ideia de ligar para Chloe.
- Alô? - disse a gêmea.
- Chloe!
- Oi S/N, como você tá?
- Chloe você tá em casa?
- Não, por quê?
- Ah, eu te explico depois, mas não estão querendo me deixar entrar no seu condomínio, quero ver o Noah, você pode me ajudar?
- Ué? Que estranho, você e Noah brigaram?
- Não, acho que foram seus pais.
- Meus pais?
- É, mas eu te explico depois! Só, por favor, me ajuda!
- Annnn tá, só deixa eu mandar mensagem pra portaria, só um minuto.
- Estou aguardando.
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- Pronto!
- Ok! Muitíssimo obrigada, te explico tudo depois, tá bem?
- Claro!
- Tchau!
- Tchau!
S/N desligou e foi até a portaria.
- Novamente sou eu, S/N S/S, gostaria de entrar para ir na residência Schnapp.
- Entra!
A menina foi até o carro e então adentrou ao local repleto de casas de luxo.
Quando chegou a casa que procurava sabia que se batesse na porta ela e Noah teriam problemas, logo foi até a parte dos fundos numa boa distância do terreno da área de lazer e pegou uma pedrinha, era agora que o basquete tinha que valer apena.
Jogou a pedrinha e nada, jogou uma segunda pedrinha e não obteve nenhuma resposta, então jogou uma terceira vez mas ela caiu dentro da janela do banheiro do quarto do Noah e foi só então que a janela do próprio quarto foi aberta e Noah viu a garota, fez um sinal para ela esperar e ela esperou.
Viu Noah na parte da frente já do lado de fora da casa e correu até ele, o abraçando em seguida e ele retribuiu, só que bem mais forte, como se estivesse a reencontrando depois de anos.
- Vem, vamos, temos que ir, tá bom?
- Tá...
Sua voz era fraca e era óbvio que ele estava fraco, já não estava muito bem esses dias.
Ambos entraram no carro e o caminho foi silencioso, mas qualquer sinal de machucado físico ela analisava e, com pesar, ela achou alguns sinais.
Chegaram no prédio e subiram ao minúsculo apartamento da menina, a mesma puxou Noah para se sentar no sofá cama e sentou-se em sua frente.
Noah possuía olhos inchados, mas estava mais calmo.
- Noah, preciso que preste atenção em mim agora, tudo bem? - ele assentiu - Você se machucou?
Sem resposta.
- Noah, você se machucou?
O menino assentiu, mas permaneceu calado.
- Onde?
Noah colocou a mão na própria coxa, logo massageando com expressão de dor.
- Só aí? - ele assentiu.
S/N colocou a mão na coxa do menino e viu ele fazer uma leve expressão de dor, mas sem cortes.
Ela o abraçou com força e ele retribuiu e fungou em seu pescoço.
Para Noah, era confortável estar com ela, sentir-se seguro era estar com ela, estar minimamente bem era estar com ela.
- Você é a melhor pessoa do mundo Noah, lembra disso por mim, tá legal?
O garoto assentiu fracamente e ambos separaram-se do abraço.
S/N NARRANDO:
- Vou fazer algo pra gente comer - eu disse e ele assentiu.
Fui pra cozinha e peguei uns nugets congelados e coloquei no forno, além de colocar umas batatas congeladas na air-fryer.
Voltei pra sala e vi ele olhando pras próprias mãos, logo me sentei ao seu lado e peguei as mãos dele, fazendo carinho nas mesmas.
Beijei a ponta de seu nariz e dei um selinho no canto de sua boca, dizendo  em seguida:
S/N: Quer me contar o que aconteceu, ou só quer ficar quietinho?
Noah suspirou e se virou, deitando-se em meu colo e eu apenas fiz carinho em seus cabelos.
Noah: Meus pais disseram umas coisas pra mim que eu fiquei pensando e... Eu não quero mais isso S/N.
S/N: Não quer mais o que amor?
Noah: Não quero mais escutar que eu sou melhor que os outros, que os outros são os culpados pelos meus erros e que, quando eu decepciono meus pais, eu sou uma decepção e não presto pra nada.
Suspirei, fazendo carinho nos cabelos do jovem, o qual agora fechou os olhos.
S/N: Noah, sabe que eu te amo, não é?
Ele assentiu.
S/N: Então, meu amor, se acontecer isso uma próxima vez, lembra que existem milhares de pessoas que te amam, uma delas sou eu, Millie, Chloe, Finn e todos os seus fãs, ok?
Ele novamente assentiu.
Seria uma longa noite...
[...]
AUTORA NARRANDO:
Eram 3 da manhã quando S/N ouviu uma movimentação e ao se mexer na cama viu que Noah não estava mais lá.
Foi até a cozinha e viu Noah bebendo um copo d'água, a madrugada estava gelada o que fez S/N tentar se aquecer com os próprios braços.
S/N: Noah? Está tudo bem?
O garoto assentiu e disse-lhe:
Noah: Sim, só não consegui dormir, pode voltar para cama, já vou até lá.
S/N negou e foi até ele, o abraçando (gesto que o mesmo retribuiu) e disse, com calma e doçura.
S/N: Noah, vai ficar tudo bem, eu te garanto isso, ok?
O menino assentiu, mas só então ela percebeu que ele estava quente, muito mais do que deveria estar.
S/N: Amor, você está quente, com quantos casacos está?
Noah: Só com esse.
O menino vestia um pijama fino e por cima um casaco de moletom que não era tão grosso.
Ao ouvir tão informação, a garota passou a mão por sua testa vendo ele realmente bem quente e suando frio.
S/N: Acho melhor medir sua temperatura, vai pra cama que eu vou pegar o termômetro.
O menino se dirigiu a cama (que era o sofá-cama) e esperou ela, que logo chegou com uma caixa onde guardava remédios, inclusive o termômetro.
S/N: Deita. - falou e ele fez.
Ao ligar o aparelho, deu o mesmo para o namorado que o colocou em baixo do braço e esperou o sinal.
Quando o mesmo soou, pegou o termômetro vendo que realmente, Noah não estava em sua melhor condição.
S/N: 39°. É, acho que vou te levar para o hospital.
Noah fez uma cara de desprezo e ela riu levemente.
S/N: Amor, se fosse uma febre mais baixa eu até te deixava aqui, mas é bem alta, tá bem?
Ele assentiu.
S/N: Vem, vamos, tá legal?
[...]
NOAH NARRANDO:
Se passou dois dias desde que fui para o AP da S/N e eu estou com uma gripe que pode ser o início de uma pneumonia se não for tratada. Falei com a Chloe explicando toda a história e ela até se ofereceu pra ficar comigo, mas eu neguei.
Meu advogado entrou em contato comigo e eu expliquei toda a minha situação, ele disse que possivelmente poderia até processar meus pais, o que eu não sei se irei fazer ou não.
Meus amigos e a minha namorada estão me ajudando muito e espero que fique tudo bem ao menos com eles e com a minha irmã.
S/N está agora lendo e fazendo carinho nos meus cabelos, enquanto eu estou apenas deitado.
As coisas vão se ajeitar, pelo menos é o que eu espero.

NOTAS DA AUTORA:
Curto e grosso esse capítulo ksjdkdndkd, espero que gostem, fiz com carinho :)

Imagines... Noah SchnappWhere stories live. Discover now