[CONCLUÍDA] Quando Park Jimin recebeu a notícia de que passaria as férias de final de ano no casarão da avó materna, ele antecipadamente soube: seria caótico. Não que fosse ruim, muito pelo contrário, mas o garoto conhecia a família o suficiente par...
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Busan, Coreia do Sul 27 de Dezembro de 2021
Viagens em família são sempre um caos.
Digo, eu amo meus pais, suporto meus irmãos, e gosto muito, muito mesmo, de passar um tempo fora de casa. Aquela conversa clichê sobre respirar outros ares — apesar da poluição ser semelhante em todos os céus que sobrepõem as cidades da Coreia do Sul — e avistar outras paisagens.
É brega. Eu sei que é, pelo menos quando dito assim. Mas funciona para mim. Realmente funciona.
Então, todo final de ano, geralmente um dia após o Natal, os Park se organizam para passar as férias em algum lugar que não seja a já tão conhecida Busan.
Às vezes, visitamos praias paradisíacas no México; em outras, meus pais optam pela curta distância e ficamos hospedados em algum hotel de Jeju.
Este ano, porém, gastaremos nosso recesso fazendo o que não fazemos há dois anos: visitar a família — esta que, no caso, reside em uma cidade pequena, a qual conta com menos de cento e trinta mil habitantes.
E eu sei o que você deve estar pensando, mas não, não irei começar a destilar todo o meu ódio e repulsa por ter que ir conviver com parentes durante o período de, aproximadamente, sete dias corridos.
Não irei, pois, ao contrário do que pode ser esperado de um adolescente de dezenove anos, é algo que também me agrada.
Gosto desse tipo de programação, porque, apesar de doidas e, por vezes, inconvenientes, minhas tias são legais, minha avó é a melhor pessoa que já conheci na vida, e meus primos são praticamente meus irmãos.
Por outro lado, como eu disse lá no início dessa narração cujo objetivo é mostrar-lhes o potencial desastroso do que pode vir a acontecer daqui pra frente, viagens em família sempre são um caos.
— Anda logo, Jimin, precisamos pegar a estrada! — A voz da minha mãe ecoa pelo corredor, surgindo do andar inferior.
— Um segundo, dona Haewon, estou no meio de um processo importante! — Grito de volta.
O tal processo importante se define por ficar parado na porta do meu quarto, olhando cada canto dele apenas para ter a absoluta certeza de que não estou deixando nada imprescindível para trás.
Soomin, minha irmã caçula, costuma dizer que isso é "coisa de libriano", mas eu nunca fui muito ligado a assuntos de astrologia, então pouco compreendo sobre o que meu signo pode ter a ver com a minha preocupante — e às vezes irritante — inclinação a incertezas.
— Jimin, se eu precisar subir aí, saiba que você vai sair dessa casa arrastado pelos cabelos! — Sra. Park berra novamente.
— Se eu fosse você, viria logo. É capaz desse teu projeto de Xuxa não aguentar nem um puxão sem te deixar careca — a voz mais grave se faz presente, denunciando o quão intrometido meu irmão mais velho é.
