Capítulo 3

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Oi, amores. Vamos de atualização logo cedinho?

Boa leitura e comentem bastante que podem vir outras maratonas por aí...

Boa leitura e comentem bastante que podem vir outras maratonas por aí

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ARTURO

Eu estou exausto. Visito o meu último paciente do dia, um senhor que sofreu uma fratura após escorregar no banheiro de casa. Tento mostrar a ele que tudo ficará bem e dedico ao senhor de cabelos grisalhos toda a atenção  enquanto ele fala sobre o seu acidente doméstico já que os pacientes idosos adoram conversar comigo, mas meus olhos quase se fecham sozinhos de tão cansado que estou.

Assim que saio do hospital sinto a brisa fresca beijar o meu rosto. Lá no céu a lua brilha imponente, clareando a noite de forma uniforme. O seu brilho é branco, mas também é azul. Me lembro daquela noite, a última em que estive com Scarlett. Meus olhos ardem como se de repente as lágrimas fossem brotar sem que eu pudesse controlar.

Decido caminhar ao invés de fazer o trajeto de carro. O hospital é 24 horas, portanto não há problema deixar meu veículo no estacionamento, na vaga reservada para mim. Eu moro a apenas alguns quarteirões daqui, e embora adore caminhar, eu venho de carro porque há noites em que dobro o plantão e saio tão exausto que dar um passo parece impossível.

Mas há também noites como essa, em que andar parece ser o único refúgio possível para me esconder dos meus pensamentos. Das minhas lembranças.

Os meus pés me guiam pela noite sem que eu precise desenhar o trajeto na cabeça. Quando percebo, estou caminhando rumo ao museu, aquele mesmo em que Scarlett trabalhava e onde tivemos nosso último beijo de amor.

Hoje não é um dia qualquer. Eu sei exatamente porque estou acometido por esse sentimento de saudade misturada com tristeza. Eu senti isso no exato momento em que abri os olhos pela manhã. Se estivesse viva, hoje Luna, minha filha, completaria 9 anos. A vontade de chorar retorna. Não há nada que me doa mais do que não tê-la visto sorrir uma única vez. Quando pude ver o seu rosto, quando toquei sua pele...ela já não estava mais viva.

Luna parou de respirar pouco depois de ser retirada do útero. A bala que atingiu Scarlett fora na lateral do abdômen, e ainda que não tenha atingido a minha filha no ventre, ela também carregou aquela vida que sequer se iniciou. Minhas mãos tremem quando chego na última curva antes do museu. Sei que ao virar aquela esquina estarei de frente para o prédio. Há exatos 9 anos evito passar aqui. Nunca mais retornei a esse endereço e sou capaz de dar a volta na cidade para fugir desse trajeto. Hoje não será diferente. Meus pés param antes de dobrar a esquina e meu corpo se vira quase involuntariamente para retornar, sem coragem de encarar o local onde vi minha esposa viva pela última vez.

Eu faço o caminho de volta. Quando estou caminhando, ouço vozes agitadas conversando. Olho para o lado e avisto uma mulher sendo interceptada por um assaltante. O homem é magro e esguio, o que permite que se movimente com certa agilidade. A moça está caída no chão enquanto ele tenta lhe arrancar a bolsa.

CEO DILACERADO - COM ELA AONDE QUER QUE EU VÁWhere stories live. Discover now