Março: Na mesma Estação

En başından başla
                                    

E sempre ficava pensando naquela garota durante os finais de semana, secretamente esperando reencontrá-la na estação, mesmo que eu nunca fosse falar com ela.

***

E o final de semana passou bem rápido, como sempre. E esta é a maior tristeza do trabalhador: o final de semana sempre passa rápido demais.

O despertador da segunda-feira tocou, para o meu desgosto, levantei, me arrumei e logo fui caminhando para a estação.

Desço as escadas e a plataforma está lotada, como de costume. O alto-falante já anuncia que alguns trens estão circulando com atraso por culpa de um acidente na via.

Já percebo que muitos dos outros passageiros estão reclamando, seja com quem também está ali ou com alguém no celular. Mas o fato é que há um alvoroço no local!

Claro que sinto falta da figura colorida que sempre aparece naquelas manhãs. Será que ela se atrasou?

A buzina do trem surge! Acho que dei sorte, pelo menos! O trem se aproxima, para e abre as portas. Todos conseguem entrar, já que este é um especial que disponibilizaram por conta da situação. Eu deixei para embarcar depois dos outros, para poder ficar na porta, já que não desço tão longe assim.

Quando o trem estava com as portas para fechar, vejo lá de cima ela, com os cabelos da vez, que são amarelos, gritando:

- Segura o trem!

Imediatamente, coloquei meu pé na frente e impedi que a porta fechasse. Ninguém sabia quando outro trem passaria, então tive que fazer algo.

Todas as outras portas fecharam e só a que estava segurando ficou aberta. Todo mundo do meu vagão olhando puto para mim - porque eu estava atrasando ainda mais a viagem.

Ela desceu as escadas correndo, agarrada na bolsa.

- Ei, entra aqui! - atendi ao seu pedido desesperado

Nossos olhares se cruzaram e ela continuou a corrida até chegar a mim, finalmente entrando e respirando ofegante pelo exercício forçado. Ela se encaixou num cantinho que ficou sobrando bem do meu lado, já que estava abarrotado. Tirei o meu pé, a porta trancou e o trem partiu.

- Obrigada! - falou entre os suspiros

- Nada. Acho que se perdesse este, nem sei que horas passaria outro.

- Ramal atrasado de novo?

- Sim! Ao que parece foi acidente, não tinha muito tempo que eu cheguei na estação.

- Entendi. - ela sorriu

Num situação normal, nosso assunto acabaria aqui, mas ela prosseguiu:

- Você está sempre por aqui neste horário, né?

- Sim! Pego geralmente esta hora. - desconversei

- Te encontro na estação todo dia quase. - ela foi direta

- E eu te vejo de vez em quando. - menti

- E onde você trabalha? Tá sempre arrumado! - ela questionou

- Eu trabalho numa multinacional e lá tem que sempre estar bem vestido. E você?

- Sou tatuadora! Por enquanto, estou num estúdio de uma amiga.

- Que legal! Eu sempre quis fazer uma.

- E qual você faria?

- Isso, eu não sei. Talvez representando algo que goste, alguma frase.

- Quando for fazer, não se esqueça de mim. - e riu

A nossa conversa seguiu enquanto as portas da locomoção, que estavam bem do nosso lado, iam parando em outras estações e mais pessoas saiam e entravam, mantendo a pequena caixa de lata ainda lotada. Porém, a gente não se importou com isto, estávamos isolados numa pequena bolha.

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