– Eu precisava vê-lo... O que... O que foi isso? – Apontei para o seu ferimento.

– Meus seguranças e eu fomos emboscados. Só eu e Richard conseguimos escapar. – Ele me dá as costas e senta na cama, rangendo de dor com movimento.

– Você precisa ir ao hospital.

– Não posso ir a um hospital, onde estão seus seguranças?

– Estão na minha casa... Eu vim sozinha. – Minha voz saiu entrecortada.

– Você não pode se arriscar assim, Amber! Merda! – Ele me encara com raiva.

– Você está perdendo muito sangue, isso não é bom. Vamos ligar para o Dr. Will. – Pego meu Celular.

– Já liguei. Ele está vindo. – Ele range novamente com a dor.

– Não tem nenhum segurança aqui.

– Eu sei. Acionei o Davis entre as trocas de turno dos seus seguranças. Acredito que por isso os idiotas não viram você sair sozinha.

– Onde tem mais toalhas? – Perguntei notando que estava encharcada a que ele pressionava ao seu ferimento.

– No closet. – Ele apontou para o cômodo.

Peguei as toalhas e corri para entregar a ele que logo substituiu a toalha. Sua pele ficava mais pálida, deixando-me ainda mais preocupada.

– Estou com sede, Amber. – Ele falou a pontando para a garrafa de whisky.

– Você não pode beber nada agora. Vou ligar para o Dr. Will.

O Dr. Will atendeu rapidamente o telefone celular, passei toda a situação do James e sua perda de sangue. O médico avisa que está a vinte minutos de apartamento do Carter, encerro a ligação e quando olho para cama vejo James inconsciente.

Tento não me desesperar, vou em sua direção e começo o chamar fazendo pressão no ferimento. Ele não aguentaria ficar mais vinte minutos perdendo sangue. Ligo novamente para o médico e peço que me oriente no que devo fazer, sabia que a vida de James estava em perigo.

Fiz todos os procedimentos orientados pelo médico, após isso vi que seus batimentos cardíacos estavam fracos, alguns minutos depois o médico chegou com Davis. Pediram para eu sair, mas não podia o deixar sozinho ali, o médico iniciou fazendo a transfusão de sangue e deu ponto nos ferimentos após notar que a bala não estava alojada.

– Amber, o James precisa descansar. Você quer que eu a deixe em casa? – Davis me questiona.

– Não, vou ficar aqui com ele. – Olhei deitado na cama inconsciente.

– O médico vai ficar aqui também.

– Vou ficar Davis, não vou deixá-lo sozinho.

Fiquei no apartamento nos dois dias que se seguiram, James mal acordou naquele período. Estava fraco e não me sentia bem em deixá-lo sozinho. Eu não sabia explicar de onde vinha aquele sentimento de proteção. Apenas avisei aos meus pais sobre a situação, que concordaram com que eu ficasse lá, mas além dos seguranças do Carter, meu pai fez questão de mandar os dele. As coisas não estavam tranquilas, as nossas famílias estavam sob ataque, mas a informação não chegava clara o suficiente para que eu entendesse quem estava nos atacando.

Eu mal conseguia dormir nesses dias que se passaram, uma pequena poltrona no quarto do James foi minha cama. No final do segundo dia ele estava com febre alta, acionei o médico que veio prontamente e o medicou, meu coração apertava a cada vez que via que ele piorava, meu desejo era tirar ele daquele quarto e levá-lo a um hospital.

– Ele vai ficar bem, Amber. – Dr. Will falou após medicá-lo. – Vamos o manter em observação, por favor a qualquer mudança me avise.

Apenas concordei com a cabeça e o vi partindo, fechando a porta do quarto. Estava exausta, assustada e com medo de perdê-lo. Varias coisas vinham em minha mente, só que nem tudo fazia sentido naquele momento.

– Você precisa acordar, James. – Falei baixinho enquanto alisava seu cabelo.

Fiquei ali ao seu lado, até que meus olhos pesaram pelo cansaço e dormi ao lado do homem que estava despertando sentimentos conflituosos em minha mente e coração.

Fui acordada com som de vozes conversando, meus olhos se abriram procurando por James na cama, porém o lado que ele dormia estava vazio.

– O que ela continua fazendo aqui, porra? – A voz de James chamou a minha atenção quando mesmo sussurrando, ele continuava rude. – Eu não a quero aqui, Davis. Você deveria ter tirado ela daqui. Eu não quero vê-la.

– Desculpe, Carter. Tentei levá-la para casa, porém ela não quis sair de perto de você em nenhum momento.

– Não importa, merda. Quero evitá-la o máximo possível até que chegue o inevitável casamento, vou ficar no escritório. Quando ela acordar, mande ir embora.

O silêncio preencheu o lugar, só percebi que comecei a chorar quando as lágrimas começaram a me sufocar. Tinha de recuperar o meu orgulho, iria embora dali, fui ao banheiro e lavei o meu rosto que estava vermelho por causa do choro de raiva e decepção, respirei fundo e fui embora, infelizmente temporariamente da vida James Carter.

Presa a Você -  O amor em meio ao caosWhere stories live. Discover now