Capítulo 1

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Luna Marshman precisava concluir a própria missão e fugir do palácio

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Luna Marshman precisava concluir a própria missão e fugir do palácio. Conforme percorria os corredores rapidamente, parava vez ou outra para olhar ao redor, tentando adaptar os próprios olhos ao alto teor de escuridão que tomava o lugar. Lá fora, a luz lançava parcos brilhos prateados através das pilastras que sustentavam a estrutura imensa da realeza.

Não era uma criminosa, mas naquela noite se tornaria. E se algum dos seguranças a encontrasse, ela provavelmente seria morta no mesmo instante.

Por isso, tentou não permitir que os pensamentos inundassem sua mente. Precisava focar no que estava fazendo, nos riscos que podiam aparecer a qualquer instante.

Nowi era uma pequena ilha localizada no Oriente Médio conhecida pelas parcerias bilionárias mantidas com os países próximos. A população era minúscula e a riqueza abundante crescia e se multiplicava através dos investimentos da família real.

Nos tempos modernos, não era comum ver um país controlado por um rei, mas Nowi fugia totalmente dos costumes contemporâneos, e às vezes caminhar por entre as ruelas de Al Jirab, a capital, trazia a sensação de viajar ao passado.

Luna não havia nascido na ilha. Na verdade, precisou deixar Londres, sua cidade natal, quando ainda tinha cerca de cinco anos, pois sua família decidira investir no sistema econômico de Nowi. Desde então, ela passou a viver no lugar enquanto observava seu pai controlando as empresas da família Marshman com punhos de ferro.

A verdade era que Luna podia ter o que bem entendesse. Não lhe faltava dinheiro. Mas existiam coisas que o dinheiro não podia comprar.

As joias da família Nowi eram um bom exemplo disso.

O que ninguém sabia, no entanto, era que tais joias pertenceram à família Marshman muitos anos atrás e foram vendidas por seu bisavô ao rei durante uma época de grande crise.

E se fosse apenas por ela, Luna nunca teria se importado em recuperar objetos velhos relacionados ao passado das duas famílias. Não tinha razão alguma para desejar usurpar coisas que não lhe pertenciam.

Porém, sua mãe agora estava morta e antes de partir, no leito de hospital, lhe pedira para que recuperasse as joias em nome da honra da família. Recuperasse a qualquer custo.

Honra.

O som da palavra parecia-lhe realmente muito engraçado. A noção de honra era ultrapassada e perigosa. Mas a promessa estava feita e Luna costumava arcar com as consequências de tudo o que prometia.

Claro que antes de tomar atitudes tão drásticas ela havia tentado comprar as joias, mas nenhum membro da família real pareceu interessado em ouvi-la. Na verdade, chegaram a debochar das suas boas intenções.

E era exatamente por essa razão que Luna estava esgueirando-se pelos corredores do palácio como se fosse algum tipo de marginal misterioso. Porque se as joias não retornariam à sua família através de atitudes lícitas, então certamente retornariam através de um ato criminoso.

Luna certamente poderia ter contratado homens para que realizassem o trabalho em seu lugar, mas as coisas podiam sair do controle. Ela não confiava em ninguém e acreditava que quanto menos pessoas soubessem daquela loucura, melhor.

Claro que aquela não era uma ideia exatamente segura, afinal o palácio de Nowi tinha seguranças espalhados por todos os lados. E depois que as joias fossem roubadas, nunca poderiam ser exibidas em lugar algum.

Precisariam permanecer ocultas em algum cofre, totalmente esquecidas. Apenas em nome da honra.

Honra.

Que estupidez, disse para si mesma.

Não fora difícil conseguir entrar no palácio. Na verdade, fora estranhamente fácil demais. Bastou unir-se aos muitos funcionários que ingressavam pelos corredores durante a manhã. Depois disso, ela ficou escondida pelo resto do dia até que a noite chegasse e o movimento no palácio diminuísse. Bem, além de tudo, Luna precisou falsificar alguns documentos. E aquele, sem dúvidas, era mais um ato criminoso.

O plano não podia dar errado. Caso contrário, sua vida estaria totalmente arruinada. Finalizada.

Parando de caminhar, Luna olhou para as duas entradas dos corredores. As joias estavam guardadas no escritório pessoal do sheik Wasim Nowi, o príncipe herdeiro. Aparentemente, ele era o mais emocionalmente apegado aos itens valiosos.

Ela detinha tal informação porque Wasim fora o único que aceitara recebê-la diversas vezes, mas infelizmente ele nunca ouvira suas ofertas atentamente. E ela o entendia, afinal não havia nada no mundo que Wasim não pudesse comprar.

Apesar de Luna ser uma mulher rica, nunca chegaria aos pés da riqueza do príncipe herdeiro. Então qualquer oferta que fizesse seria inútil.

Tentando se lembrar do percurso que fizera anteriormente quando tivera a chance de visitar Wasim, ela escolheu a entrada à esquerda do corredor. Em seguida, começou a correr.

Seu vestido longo esvoaçava e seus cabelos estavam ocultos por um véu verde que também cobria-lhe o rosto.

Com as mãos trêmulas, ela abriu a porta do escritório e entrou com facilidade. Acionou a lanterna do celular que trazia consigo e avistou as joias expostas em uma caixa de vidro enorme logo atrás da mesa de madeira maciça.

Honre a sua mãe, honre a promessa que você fez antes de observá-la partir na cama de hospital. Não pense muito, apenas pegue as joias e devolva tudo para a sua família.

Luna tentava convencer a si mesma de que o que estava fazendo não era uma atitude questionável, mas nada foi capaz de acalmá-la.

Nervosa, abriu a caixa de vidro e colocou as peças das joias dentro de um saco de pano marrom. Em seguida, tão rápida quanto entrou, deixou o escritório e voltou a correr pelos corredores.

Precisava apenas sair do palácio. Nada mais. No dia seguinte, quando olhassem as câmeras, ninguém saberia que ela havia cometido o crime.

Por que está correndo? — uma voz rouca e questionadora ecoou pelos corredores, fazendo com que Luna congelasse no mesmo instante. Seu coração acelerou tão rápido que por um milésimo de segundo ela pensou que desmaiaria.

Ao invés de olhar para trás, Luna voltou a correr.

— Pare de correr imediatamente! — a voz soou mais raivosa dessa vez. Aos poucos, sons de passos começaram a ecoar logo atrás dela.

Desse instante em diante, ela sabia que sua vida estava por um fio. Por isso, correu ainda mais rápido, segurando o saco de pano com força.

Nota do autor:

Não esqueçam de comentar e dar estrelinha, isso me ajuda a saber a reação de vocês em relação a história! =D

A virgem raptada pelo sheik - APENAS DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now