Um dia eu estava numa aldeia no centro do território, um animal do tamanho de uma casa veio de dentro da floresta para atacar.
Ele era viscoso e rugia tão alto que doía. Meu cajado estava preso nas costas enquanto eu andava, não achei necessário usar. Peguei meu mangual pendurado na cintura e soltei para ficar no maior comprimento, com precisão, acertei na cabeça do bicho que se enfureceu e veio em minha direção, corri de volta para a floresta na intenção de tirar da cidade. Ele veio derrubando algumas barracas no caminho, carreguei minha arma mais potente, a que não era silenciosa para caça e ainda depositei um pouco de meu poder para acabar com o monstro de uma vez.
A arma fez um barulho de que estava concentrando toda energia para um tiro só com tamanha magia, ao chegar na floresta o bicho conseguiu derrubar uma árvore que caia em minha direção, isso atrasou meu disparo. Usei meu poder para jogar a árvore e os galhos na direção dele, o que fez ele diminuir a velocidade, era agora. Disparei contra a besta, a força foi tão grande que me jogou para trás mas deu tempo do sangue viscoso do animal me cobrir, ele explodiu.
Cai um pouco longe mas vi o estrago que fiz, era nojento. As pessoa começaram a chegar para ver o que aconteceu, eu me levantei e olhei em volta, ninguém pareceu grato, mas assustado.

Me levantei tirando um pouco da nojeira dos meus braços, enquanto procurava algumas facas que caíram da minha roupa na queda um homem chegou perto de mim e agradeceu, pediu que eu fosse atrás de um monstro bem menor que estava destruindo suas plantações, disse que se eu fizesse isso me pagaria, não pensei muito mas aceitei.

Persegui esse animal a noite inteira, praticamente lutando corpo a corpo, mas consegui elimina-lo.
A partir daí a notícia se espalhou, as pessoas dos dois lados do país pediam que eu matasse os monstros da Rainha Nyra, começaram a me chamar de caçadora e eu estava comendo bem melhor com o dinheiro que recebia por serviço, pude comprar mais armas engenhosas, facas de diferentes tipos e livros, embora eu adquiri muitas cicatrizes, eu gostei disso.
A primeira vez que pisei do outro lado do país de novo em anos foi para pegar um desses monstros que destruiu a casa de uma pessoa na fronteira. Persegui seus rastros durante o dia, só consegui achar de madrugada no meio das arvores quando ele estava bem longe e não arriscaria assustar o bicho. Com minha besta preparei uma flecha arcana de metal, escolhi essa por quê é silenciosa e chegaria longe. Agachada na terra, eu mal respirava enquanto direcionava a mira para o monstro.
Ele estava comendo algo, coloquei o dedo no gatilho controlando minha magia, quase disparei se eu e ele não tivéssemos ouvido algo logo atrás. 

O atacaram com uma bomba, ele explodiu e sumiu, não sobrou nada do animal, eu começava a ficar eufórica quando o exército do Rei Kludd marchava para fora da floresta, estavam eliminando os animais da Rainha já que estavam se reproduzindo. Mas eles estavam em um número muito grande para só estarem matando os monstros, isso era um ataque a fronteira, foi aí que eu vi, aquele general, aquele prostituto do Jutt.

Eu corri, corri sem parar, para eles não me acharem, atravessei a  linha que separava os territórios, queria ter avisado a todos, mas como? Ele avançaram muito rápido, bombas foram disparadas, as pessoas saíram de suas casa e começaram a pegar as próprias armas e uma batalha foi iniciada, eu só sabia correr, não tinha nada ver com aquilo.
Peguei meu cajado e avancei naqueles que avançaram em mim desesperadamente, eu só queria sair dali. Mas um homem me atacou, apenas bati nele com o cajado e parei na hora, ele parou também me olhando, era o filho de Violett.
_ Eglantiny, pensei que tinham te matado.
_ Eu fugi._ consegui dizer ofegante.
_ Onde está minha mãe, me leve até ela, eu imploro, não suporto tudo isso.
Eu não respondi.
_ Por favor, Eglantiny. Não me deixe aqui!_ ele disse em prantos. Peguei meu cajado me concentrando e antes que pudesse terminar de citar os feitiços de transporte fui atingida no ombro. Não cai longe e me levantei rápido sentido todo o meu sangue ferver, eu odiava tudo aquilo.
_ Eglantiny, que bom ver você, como mudou, está mais bonita que antes eu nem sabia que era possível._ era Jutt, ele falava melodicamente  minha expressão mudou ao ver ele de perto. Terminei o feitiço de transporte e levei o filho de Violett para casa em segurança muito mais rápido do que eu imaginava. Mas fiquei na batalha, estou começando a mudar de ideia sobre está guerra, senti meu pescoço enrijecer, rodei os ombros antes de esticar a arma para ele, hoje eu mataria esse general.

Com um morningstar atingi ele no peito, travamos uma batalha árdua, mas parecia que o puto tinha casca de tantas vezes que quase o matei mas ele se levantava.
_ Então era você que estava matando os animais? Ora, como evoluiu, Laila teve saudades de você_ ele disse debochando.
Golpeei ele com uma faca de três pontas, estava prestes a dar o último golpe quando os soldados começaram a gritar.
_ UM VIAJANTE.
Jutt correu na direção de um senhor que estava no lado dos civis, o velho feiticeiro era o um dos poucos que restaram e sabiam dos mundos, ele atacava os soldados de longe com a magia, mas parecia colocar muito esforço para atacar os outros , aqui eu perdi a oportunidade de matar o general.
Foi quase um parto para os soldados capturarem o bruxo, ele lutou bravamente para fugir.

Segui meu caminho para o meu lado do país, mas o bruxo, na intenção de se proteger, usou toda sua magia numa explosão, me protegi com um feitiço e o cajado, a batalha não foi como esperado para eles, grande parte do exército morreu no ataque do ancião, menos aqueles que se protegeram a tempo como eu ou o general.
Ao olhar em volta, estava quase como um apocalipse e me levantei.

Estava frio, me sentia como se tivesse sido afogada em um lago congelado.
Em um minuto eu estava fugindo _ouvindo tiros de uma guerra antiga que parecia que nunca ia acabar, o desespero tomou conta de mim e eu deixei tudo para trás. A única coisa que vi quando estava correndo foi o senhor bruxo caído no chão, ele me olhou e esticou a mão, fraco como quem já estava morrendo e disparou poder contra mim_ no outro estava caindo em um espaço desconhecido e escuro, eu mal conseguia respirar.  
Cai com o rosto no chão, quando consegui abrir os olhos, o sol estava em meu rosto, estava calmo,  calmo de um jeito que eu nunca tinha visto, o barulho de folhas fez meus sentidos voltarem, eram folhas de outono. Peguei meu cajado que estava um pouco longe de mim devido a queda e comecei a andar. A floresta era muito diferente das que eu já tinha explorado, porém, não deu muito tempo para que eu explorasse essa e descobrisse onde estava. Homens de armadura começaram a atirar flechas e me perseguir.
Eram todos ruivos e estava com cachorros em volta. Me protegi das flechas e corri deles, aqueles malditos cachorros eram muito rápidos, com o morningstar bati num deles, os homens ruivos ainda atiravam flechas. Parei e virei para eles com os pés derrapando, lutei com cada um, como uma dança, aquilo não acabava, não queria matar nenhum, mas eram fortes, mais fortes que o povo de meu país. Pelos Deuses, onde eu estava?
Um outro ruivo montado em um cavalo chegou, tinha os cabelos na altura dos ombros e era bonito. Ele literalmente solto fogo das mãos na minha direção, eu fiquei extremamente assustada que nem me protegi, o fogo atingiu meu ombro queimando como o inferno. Baixei a guarda e ele me sequestrou.
Mais uma vez prisioneira, será que eu passaria pela mesma coisa?

Corte de Amor e Caos - AzrielWhere stories live. Discover now