Separados por um século - Tobiizu

#2

Separados por um século - Tobiizu #2

Olhando para a posição do sol, deduziu que já estava na hora de ir a entrega dos seus produtos alimentícios nas casas de seus clientes, Tobirama parou de arrumar o feno do estábulo, foi até a sua carroça e começou a arrumar o bagageiro para colocar os litros de leite e as cestas com os ovos.

Colocou os cavalos alinhados junto com os equipamentos, prende-os na carroça, colocou seus produtos no bagageiro e subiu sentando no banco de dois lugares indo em direção ao casarão da família Wallece.

Observando a vista e sentindo o ar gélido entrando em contato com sua pele, deduziu que logo começaria o inverno naquela cidade.
Chegando na porteira do casarão, um dos criados da família o recebeu e disse que descarregaria as coisas que os seus chefes haviam encomendado enquanto Tobirama poderia ir cumprimentar os senhores Wallece.

Apenas concordou e desceu de sua carroça indo em direção a varanda que ali estava a senhora e o senhor Wallece tomando seu chá da tarde.

- Boa tarde, senhor e senhora Wallece

Disse Tobirama.

- Tobirama! que surpresa mais agradável!

Disse a senhora Wallece em animação.

- Como estáis Senju? venha, sente-se conosco

O mais velho o convida para se sentar junto a eles na mesa.
Tobirama não teria nada a perder, então, se sentou ali mesmo.
Antes, cumprimentou a esposa de Roger que ali tinha uma certa intimidade, pois, quando ainda não tinha sido enviado ao orfanato, a senhora Wallece que o recebeu em sua casa e o criou por 3 meses depois da trágedia.
Era como uma mãe para ele.

- Então Tobirama, está sabendo da notícia do jornal?

Nesse momento o albino se lembrou que sua cabra havia comido o jornal que o jornalista havia o entregado naquela tarde.

- Infelizmente não, o que teria?

Roger o entregou seu jornal para o Senju, Tobirama pegou, abriu e começou a ler as notícias.

- Nosso país entrou em guerra?!

- Pelo visto sim, provavelmente logo recrutarão homens para ir para o campo de batalha

Tobirama olhava incrédulo para o jornal enquanto o senhor Wallece falava em desdém.

- M-mas acho que essa guerra não chegaria aqui, chegaria?

- Não temos certeza ainda mas tenho medo de que possa acontecer daqui para frente

Diz a esposa de Roger.

- Tenho medo de recrutarem algum dos meus filhos que moram nas cidades grandes e até mesmo Roger

A senhora diz em desanimação total, seria péssimo ver sua família indo para uma guerra e nunca mais voltar.

- Mantenha a calma senhora Wallece, ninguém aqui vai ser recrutado para esta tal guerra
- Moramos em uma cidade rural, díficil sermos recrutados por aqui

Diz Tobirama

- E talvez querida, devessemos mandar uma carta para eles, para que voltem para cá pelo menos por um tempo

Disse o senhor Wallece.

- Claro..

O clima ali ficou tenso, afinal, se tratava de uma guerra provavelmente mundial.
Sabendo que poderia ser recrutado, Tobirama apenas pensou no quanto sua vida não fazia sentido, era infeliz com tudo aquilo.
Mas, acabou voltando de seus pensamentos quando o criado do casarão veio avisar que já havia descarregado as encomendas e deixado o dinheiro ali na caixa que o Senju deixava para guardar o dinheiro das vendas.
Assim, Tobirama podia ir e continuar suas entregas para as outras casas da cidade rural.
Se despediu-se do casal e pegou estrada a dentro novamente.