🌺Coisa🌺

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Edward estava exasperado quando cruzou a porta de casa, ele estava bravo e Lindsay sentia isso em suas vibrações.

Leah havia ficado no carro. Edward sequer a ajudou com as bagagens.

Lindsay abriu a porta para ela.

— Edward é um idiota. Vem, eu te ajudo. — disse pegando as malas e a ajudando descer do carro.

— Obrigada, Lind. Ele só está assustado.

"Deu pra ver" — pensou Lindsay.

As duas caminharam para dentro. Leah andava um pouco devagar, ela parecia animada com a gravidez, estava bronzeada e visivelmente diferente de Edward... feliz.

Esme a ajudou entrar em casa e se encaminhar para o gabinete de Carlisle, que havia sido transformado em uma sala hospitalar.

Lindsay e o pai se entreolharam.

— Tenta falar com ele. — pediu o patriarca, Lindsay assentiu e ele adentrou no gabinete, fechando a porta.

Edward fitava a entrada da floresta com desinteresse. A vampira pôde sentir uma onda de repúdio sugá-lo aos poucos.

Ele estava amedrontado.

Aquela seria a primeira vez na vida deles, que ouviram falar na reprodução de um vampiro, sempre acharam que aquilo não era possível, até o momento.

— Carlisle vai resolver, Eds.

O telepata suspirou profundamente e se virou para olhá-la.

— Você não entende o que essa coisa pode causar.

Coisa?! — inqueiriu desnorteada, enquanto encarava os olhos brilhantes porém sombrios de Edward. — É o seu filho, Eds.

Edward engoliu o sorriso deprimente.

— Aquela coisa vai matá-la! E eu não quero estar aqui para ver.

— Vai fugir feito um covarde filho da puta?! — grunhiu Lindsay. — Faça-me o favor, Edward! Ela não enfiou aquilo dentro dela sozinha! Então tenha a porcaria da decência de estar com ela nesse momento!

O vampiro a observou sem emoção.

— Aquilo não é humano, Lindsay.

— Você também não é humano, queria o quê? — retrucou. — O certo a se fazer é deixar o Carlisle fazer o trabalho dele, sem atrapalhar.

— Eu não quero ser o responsável pela morte dela.

— Edward! — gritou Lindsay, espantada com a atitude vacilante do leitor de mentes. Ele não se importou com a reprimenda da vampira. — Você está se ouvindo? Nem sequer sabemos como o corpo dela vai reagir com a evolução do feto, talvez haja a chance de sair tudo bem.

Edward não acreditava naquilo. Talvez nem a própria Lindsay acreditasse.

— Aquela coisa é um demônio!

— Sim! — rebateu a vampira, irritada. —
Mas foi você quem meteu ele dentro dela, tá legal?! Então para de agir feito um estúpido e vai lá ficar do lado dela!

— Eu não vou.

Ela sentiu uma tremenda vontade de espancá-lo, mas seria fácil demais.

— Sempre achei que fosse um covarde. — lamentou, deixando-o sozinho.

Edward nunca soube lidar com seus próprios problemas. Mas se dependesse dela, Leah teria todo apoio possível.

Quando ela entrou no gabinete, Carlisle estava de frente para o monitor com uma expressão péssima.

Andou na direção de Leah, que ajustava sua blusa ao corpo, enquanto se preparava para sair.

A quileute à olhou, sorrindo.

  — Oi, Leah. Como se sente?

— Estou bem. — garantiu. — Edward está preocupado, eu sei, mas Carlisle disse que vai ficar tudo bem.

Lindsay fitou a barriga lisa de Leah por um breve instante, antes de olhá-la nos olhos.

— Se ele disse isso, é porque é a verdade.

Leah seguiu na direção da porta, deixando-os a sós.

Lindsay se aproximou da mesa onde estava o pai, folheando alguns registros.

— Não é nada bom. — ele murmurou, presunçoso.

— Não há nada nos registros? — perguntou ao ladeá-lo, ajudando-o a procurar por respostas.

Carlisle negou, desistindo daquele livro que tinha em mãos.

A situação era preocupante.

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Tinha se passado oito dias, o tamanho da barriga de Leah assustava. Aquilo era coisa de outro mundo. Crescia descontroladamente.

Lindsay estava absurdamente preocupada com a reação que Seth teria ao ver aquilo. O lobo ainda não tinha aparecido na casa, mesmo sabendo que Leah havia voltado.

O pior era temido.

Lindsay sentou-se ao lado de Leah e estendeu a mão para tocar sua barriga, o feto sempre respondia bem ao seu toque frio.

— Ele adora você. — pronunciou Leah, sorrindo.

Lindsay podia sentir o que o bebê sentia. Sede. Muita sede.

A vampira olhou apreensiva para Edward, que estava de pé logo atrás dela.

— O quê foi? — ele perguntou.

— Ele está com sede.

— O-o-o quê isso quer dizer? — o nervosismo de Leah, fez com que o bebê se remexesse a contragosto.

— Podemos fazer o teste? — Lindsay olhou para Edward, que assentiu.

— Eu não vou beber sangue!

— Não é por você que está fazendo isso, Leah. — Lindsay convenceu-a.

A quileute olhou para Edward que aproximou-se, acariciando seu rosto.

— Vai dar tudo certo. — o telepata se inclinou e beijou a testa da esposa.

Lindsay riu, incrédula.

Era cômica a postura de Edward. Ele era mesmo um vampiro bipolar. Uma hora berrava ao vento que não queria aquela "coisa", e de uma hora para outra, decidia que iria dar tudo certo.

Qual era o problema dele, hein?

— Eu guardei um pouco do seu sangue, Leah. — alertou Carlisle, ao transferir o líquido carmesim para um copo descartável. — Para caso de emergência.

Carlisle tinha feito a coleta do sangue dela há alguns dias para fazer alguns testes, mas nenhum chegava a resultado concluinte.

Lindsay relutou com o odor de ferrugem que exalou um pouco corrosivo em suas narinas, quando Carlisle estendeu o copo e um canudo na sua direção.

— Deixa que eu faço isso. — pediu Edward.

— Eu consigo. — disse ela, pegando o recipiente. — Vai com calma, aos poucos... — alertou à Leah quando direcionou o canudo em sua boca.

A primeira reação da quileute foi enrugar o nariz e fazer careta.

Ela olhou com estranheza para Lindsay, que arqueou uma sobrancelha.

— Ele gostou. — falou, lambendo o canto da boca.

O líquido passou a descer com mais facilidade.

 









Overdose - Seth Clearwater [2]Where stories live. Discover now