Capítulo 3

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Os três reinos élficos entraram em guerra para ver quem se apossaria de uma parte da terra dos anões que foi conquistada em parceria com os três reinos, e por conta disso, o casamento de Lysanthir e Elora foi feito às pressas, contando somente com a presença dos familiares e alguns amigos próximos. Elora bebeu durante toda a festa. Lysanthir não teve tempo de ficar ao lado dela, pois seu pai aproveitou a festa para se reunir com seus aliados e discutir uma estratégia para vencer a guerra. Lysanthir se ofereceu para lutar ao lado do pai, mas Dário disse que ele deveria ficar com a esposa e que caso algo o acontecesse, assumir o trono.
- Não sei se conseguirei ficar de braços cruzados, meu pai.
- Eu não estou pedindo, estou exigindo. Você fica e ponto. - O rei Dário disse. - Adanna irá comigo porquê seus poderes de feiticeira me serão úteis.
Lysanthir ficou um pouco mais na reunião e voltou para a festa para dançar com Elora. Enquanto dançavam, ele percebeu que ela estava embriagada.
- Não deveria beber tanto ou não vai se lembrar desse dia. - Ele disse tentando esconder a raiva que estava sentindo.
- O propósito é esse. - Elora riu e quando se deu conta do que disse, tocou a face de Lysanthir. - Hoje é um dia inesquecível e eu sempre me lembrarei, mesmo que esteja bêbada. Eu juro.
Lysanthir a encarou, sério, e ela percebeu que ele estava com raiva.
- Também não precisa ficar assim. Estou comemorando nossa união. Você deveria fazer o mesmo em vez de me deixar sozinha.
- Me desculpe - ele beijou a testa dela. - Estou preocupado. Os elfos sombrios estão vencendo essa guerra.
- Malditos. Aquelas minas tem de pertencer a nós.
- Sua mãe irá para a guerra. - Lysanthir fitou a esposa para saber como ela reagiria com a notícia.
- Não é a primeira guerra dela, e também, vaso ruim, infelizmente não quebra. - Elora virou o rosto, com ódio.
- Não deveria falar assim da sua mãe.
Elora revirou os olhos.
- Só eu conheço aquele demônio.
- Vocês brigaram?
- Não vamos falar disso, meu querido. - ela segurou o rosto dele e aproximou seus lábios dos dele. - Eu prometo te amar até o dia de sua morte.
- E eu prometo te amar mesmo depois de morto. - Ele quis beijá-la, mas ela tombou a cabeça para trás, rindo.
- Chega de beber. - Ele disse.


Lysanthir colocou o braço em volta da cintura de Elora e a ajudou a subir às escadas até o quarto. Ele a ajudou a se trocar e a deitou na cama. Ela estava mal. Ele pediu que uma das empregadas preparasse um chá para Elora. Elora bebeu o chá e se deitou, se sentindo tonta.
- Eu falei para não beber tanto, mas você não me ouviu. - Ele a cobriu, lhe deu um beijo no rosto e foi se trocar. Quando ele foi para a cama, Elora estava com os olhos fechados. Ele se deitou de costas para ela. Elora abriu os olhos.
No dia seguinte, Dário e Adanna se despediram e foram para a guerra.
O rei tinha um bom plano para derrotar os elfos sombrios e os elfos cinzentos. Com a magia de Adanna, ergueu um exército dos mortos que não poderia ser facilmente derrotado e lutou contra os dois reinos. Bellanandi ofereceu uma trégua a Svartalfheim e os dois se uniram para tentar derrotar Álfheim. Porém, o pior aconteceu, os anões decidiram brigar por suas terras e atacaram os elfos com um exército de trolls e ogros, que estavam sendo controlados por magia negra. Os elfos rapidamente diminuíram em número e para não serem derrotados deixaram de brigar entre si, se unindo para derrotar o exército de Nidavellir.
Uma sombra gigantesca surgiu acima dos elfos, tornando ainda mais escura aquela terra sem sol. Os elfos observaram aterrorizados quando o fogo veio sem aviso e os atingiu. Dário e Adanna não tiveram tempo de correr, sendo queimados vivos pelo dragão.
Os poucos elfos que sobraram, fugiram desesperados.

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Lysanthir soube por um mensageiro que os elfos haviam perdido a guerra para os anões e que infelizmente o rei e Adanna não haviam sobrevivido. Lysanthir deu a triste notícia a Elora. Elora não chorou como ele imaginou que ela faria, mas ficou estática. Ele a abraçou forte.
Lysanthir esperou que todos os soldados voltassem só para que eles confirmassem que o rei estava morto e realizou um funeral com dois caixões vazios. Lysanthir foi coroado o novo rei e prometeu ao povo que os anões se arrependeriam de ter enfrentado os elfos.
- Você vai lutar, Lys? - Elora perguntou quando os dois estavam a sós.
- Vou. Preciso vingar a morte do meu pai e da sua mãe.
- Deixe-me ir junto?
- Não posso perder você também.
- Não me perderá, porquê você vencerá essa guerra, meu querido.
Lysanthir enviou duas cartas aos reinos de Svartalfheim e Bellanandi, pedindo trégua e que se unissem mais uma vez para derrotar os anões. Bellanandi aceitou, mas Svartalfheim disse que preferia abraçar a derrota a se unir outra vez com os elfos de luz e os culpou pela vitória dos anãos. Lysanthir partiu com sua esposa e seus soldados e montou um acampamento próximo as terras de Nidavellir. Ele se reuniu com a rainha dos elfos cinzentos e juntos eles montaram uma estratégia, além de pedirem ajuda às fadas.
- Eu duvido que as fadas nos ajudem, mas não custa tentar. - Lysanthir disse a Elora quando os dois estavam sozinhos.
- Não seja tão pessimista. - Elora serviu um pouco de vinho a seu marido e lhe entregou a taça.
Lysanthir bebeu o vinho.
- As fadas não se importam com os elfos.
- Mas não pode negar que uma aliança conosco seria vantajosa a elas, que estão em guerra contra os anjos caídos. - Elora serviu mais vinho a ele.
- Sim, eu acho. - Lysanthir disse.
Mais alguns goles da bebida e ele ficou tonto e com dor de cabeça. Ele tentou se levantar, mas caiu.
- Me ajude - Pediu, estendendo a mão a sua esposa.
- Lembra que eu te disse que te amaria até a sua morte? - Elora sorriu. - Esse dia chegou, Lys.
- Por quê? - Ele perguntou sem entender.
- Porque eu nunca te amei. Não gosto de homens. Me casei forçada com você, mas agora você vai morrer e eu reinarei sozinha.
- Isso... Não... Por favor! Eu perdôo você. - Ele disse, lutando para manter os olhos abertos.
- Começarei uma guerra com Svartalfheim e ficarei com o ouro dos anões e dos elfos sombrios. - Elora assobiou e dois guardas entraram na tenda. - Já sabem o que fazer.
Um dos guardas estava com um saco e tirou de dentro dele uma armadura. O outro guarda segurou o rei e o primeiro colocou a armadura dele.
- O que pretende? - Lysanthir já não conseguia sentir seu corpo.
- Seu corpo será jogado na pilha de cadáveres dos elfos sombrios. Eles queimam seus mortos. - Algumas lágrimas escorreram pelo rosto de Elora. - Adeus, Lys. - Ela enxugou as próprias lágrimas.
- Não faça isso. - Pediu Lysanthir.
Um dos guardas olhou para Elora como se pedisse a sua permissão e ela assentiu. O guarda bateu com o cabo de sua espada na cabeça do rei, o deixando inconsciente. Depois colocaram uma capa preta de capuz nele e o levaram pelos fundos. Como já era noite, a maioria dos soldados estavam dormindo. Os únicos na vigia eram esses que atacaram o rei.
Lysanthir foi jogado na pilha de cadáveres e abandonado.

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A princesa Morrigan desobedeceu a ordem de seu pai e chamou Klodian e Arjan para irem com ela queimar os corpos dos soldados de Svartalfheim, mortos em combate.
- Essa é a única forma de eles descansarem em paz. - Morrigan disse.
- Ei?
Os três se viraram e deram de cara com Brynan.
- Vocês estão pensando em desobedecer o rei?
- Nem tente nos impedir. - Morrigan disse.
- Não. Eu não faria isso. - Brynan disse. - Também acho que as almas dos soldados merecem seguir para o outro plano.
- Então, venha conosco. - Morrigan disse.
Brynan assentiu.
Eles foram até o lugar do último combate e se aproximaram da pilha de corpos que os anões deixaram para que eles pegassem e enterrassem seus mortos. Apesar de estarem em guerra, os anões não eram os vilões ali, só estavam defendendo sua terra.
Klodian e Arjan jogaram álcool nos corpos. Morrigan se aproximou dos mortos e estendeu as mãos, fazendo uma oração, pedindo a Odin que levasse as almas de seus soldados. Ela estava prestes a recuar quando sentiu uma mão agarrar seu pé. Ela olhou para baixo e viu uma figura encapuzada. Se agachou e puxou seu capuz, revelando uma cabeleira branca.
- Me ajude - O pobre elfo pediu.
- Por favor, parem - Morrigan disse quando Klodian estava prestes a incendiar os mortos. - Me ajudem aqui? Esse homem está vivo.
Brynan e Arjan tiraram o elfo da pilha de cadáveres.
- Qual é o seu nome? - Morrigan perguntou.
- Não sei. - Ele respondeu. Tudo o que se lembrava era de uma mulher albina chorando.
- Ele está com a armadura do nosso reino, mas não me lembro dele. - Klodian disse.
- Talvez seja um soldado novo. - Brynan disse.
- Vamos levá-lo. - Morrigan disse.

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