Capítulo 2 - Valmont

1.5K 128 0
                                    

Capítulo 2

Valmont

Todas as pessoas daquela aldeia me negaram ajuda. Eu vivia sozinho em minha casa. Eu andava pelos cômodos da casa, porém os meus olhos podiam ver que tudo ali parecia sem vida. Eu profundamente sentia a ausência de minha mãe. Eu caminhei para o seu quarto e vi sua cama vazia. As suas coisas estavam nas mesmas posições como ela as tinham deixado antes de sua morte.

Sentei-me perto de seu leito e começei a chorar. Eu me senti completamente perdido neste mundo. O que exatamente iria uma criança de sete anos faz agora?

Oh meu Deus, eu estou perdido. Eu estou neste mundo sozinho sem ninguém para cuidar de mim.

Minha cabeça se levantou assim que eu ouvi a porta da frente da minha casa sendo abertura vagarosamente. Alguém estava entrando em minha casa humilde. Eu não tinha idéia de quem poderia ser. No entanto eu paguei uma atenção especial para os passos que se aproximavam do quarto da minha mãe. Logo eu olhei em direção a porta aberta e vi uma menina com os cabelos longos e roxos.

-Afrodite! - Exclamei. Os meus olhos aumentaram diante de sua presença inesperada. -O que você está fazendo aqui?

Ela moveu-se para a cama e sentou-se nela.

-Eu estou preocupada com você.

Ela sorriu para mim, mas eu permaneci sério. Eu virei o meu olhar para o lado.

-Sinto muito por sua mãe. - Disse ela.

-Eles foram cruéis com ela. - Eu respondi.

- Com você também. - A sua mão suavemente tocou a minha cabeça e fez um cafuné circular. -Veja, agora você está sozinho e você é apenas um garoto.

Neste momento, olhei ao redor da sala. Afrodite tinha toda razão. Eu era apenas um menino que não tinha pai nem mesmo mãe. A minha vida tinha sido severamente interrompida no momento da morte de minha genitora. Eu era apenas uma criança e tantos em torno de mim não tiveram piedade.

-Minha mãe disse que você pode viver com a gente. - articulou Afrodite.

-Viver com você? - Fiquei surpreso.

-Sim, você pode morar comigo em minha casa.- Ela sorriu novamente, pensando que a idéia era incrível. Afinal, Afrodite e eu éramos bons amigos.

***

Nós fomos para a casa dela. A sua mãe estava na cozinha fazendo o almoço. Eu olhei em sua direção. Ela tinha um lenço claro na cabeça. Então ela se virou e sorriu para mim.

-Como você está, Valmont?

-Eu estou muito triste. Sinto tanta falta da minha mãe.

Madame Dora andou até a mim e abaixou-se diante dos meus olhos.  As suas mãos tocaram o topo da minha cabeça. -Eu sinto muito por você e sua mãe. - Ela olhou para a o meu rosto. -Mas você vai ter um lugar para ficar e alguém para cuidar de você. Você pode viver aqui com a gente.

Eu permanecia olhando para baixo. Eu sabia que deveria estar feliz com aquela notícia, mas eu não estava.

***

Após o jantar, Afrodite e eu fomos para um quarto secreto na casa dela. Ela caminhou na frente segurando uma pequena lamparina.  Ela olhou de volta para mim e disse: -Fique em silêncio para que a minha mãe não saiba que nós estamos nesta sala.

A seguir, nós entramos no local e eu olhei em volta. Eu vi um monte de livros velhos nas prateleiras. O quarto estava escuro.

Afrodite caminhou até uma mesa de madeira cheia de poeira e abriu um livro de capa vermelha. Ela levantou a cabeça e sorriu lentamente para mim. -Eu amo mágia.

Meus olhos se tornaram maiores. -Magia?

-Sim.- Proferiu, olhando para o meu cabelo longo e preto. Meu cabelo era longo, porque a minha mãe tinha feito uma promessa quando eu nasci.

-Aproxime-te! - Ela ordenou.

Eu andei até ela e parei logo atrás, em suas costas. Afrodite deslizou os dedos sobre a página do livro empoeirado. Então eu percebi que ela admirava algumas imagens nas páginas.

-Quando eu crescer eu quero ser uma bruxa eminente.

Segurei os seus ombros e virei-a para me encarar. -Você ficou maluca? - a minha voz saiu áspera. Realmente eu fiquei surpreso. -É proibido praticar feitiçaria em nosso vilarejo.

Afrodite sorriu sem medo. -Eu sei disso. -Ela virou-se para o livro de feitiçaria outra vez. -Não se preocupe, ninguém vai saber sobre isso.Vou fazer tudo em segredo.

Nessa fração de segundo, Afrodite virou para mim e sorriu docemente. -Só você vai saber sobre isso, meu amigo.

VALMONT - O príncipe Vampiro : Trono de sangue - #1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora