A chegada de um velho amigo.

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Josuke caminhava calmamente na calçada de Morioh, encarando pensativo o pequeno papel que seu sobrinho havia lhe entregado. Tentando – inutilmente – descobrir de quem era a identidade escrita naquele pedaço de papel. Pelo que Jotaro havia lhe falado era apenas um amigo de longa data que trabalhava na fundação Speedwagon e que estava vindo para cidade apenas para auxiliar com a busca da flecha.

"Bem, se é amigo do Jotaro–san deve ser alguém importante..." fez um beicinho com os lábios, levando a mão com o papel até ao queixo, pensativo. "Se não me engano ele também tinha falado que a pessoa era um usuário de Stand desde o nascimento, então deve ser um cara bem forte... Só espero que não seja um caladão que nem o Jotaro–san." suspirou, se não fosse alguém falante não teria problema, mas se fosse o contrário, talvez tentaria conseguir alguma casquinha sobre como era seu sobrinho quando tinha a sua idade, com certeza teria algo hilário pra contar que certamente passaria para Okuyasu depois. Após mais alguns minutos caminhando, chegou ao seu destino: a Estação de Trem de Morioh.

Vasculhou o local com os olhos, notando que surpreendentemente a estação estava menos movimentada que o normal, talvez pelo horário ou pelo dia da semana, mas Josuke não decidiu pensar muito no motivo. Deu de ombros, pensando que pelo local estar mais vago seria mais fácil de encontrar o tal colega de seu sobrinho. Encostou–se na parede de modo preguiçoso, fazendo com que sua imagem de delinquente seja mais evidente. Olhou para a placa digital no teto da estação, onde podia–se ver em uma luz vermelha chamativa as horas. Eram exatas 13:45. Olhou o papel em sua mão, revendo o conteúdo da folha.

" Chegada às 14:00

Rapaz alto, esguio, ruivo, usa brincos de cereja

Noriaki Kakyoin "

Noriaki Kakyoin. Fantasiava como ele deveria ser. Ao que se recordava sobre sua conversa com Jotaro, o mais velho até que falava com certa nostalgia e, talvez fosse apenas a mente criativa ou maluca de Josuke, mas ele tinha certeza de que pôde sentir um certo apreço incomum na voz de seu sobrinho ao citar o velho amigo. Com isso, relembrou da conversa que tiveram mais cedo naquela manhã.

" – Peço desculpas por te incomodar nesse momento, Josuke, mas tenho uma tarefa pra você. – entregará o pequeno pedaço de papel para o adolescente que continha as informações sobre o serviço que Josuke faria, este que encarou o papel com curiosidade, lendo rapidamente o conteúdo do cartão. Jotaro colocou sua bolsa bege sobre os ombros antes de dar continuidade a sua fala. – Não tenha dúvidas, se a fundação não tivesse estabelecido uma reunião tão em cima da hora, eu com certeza iria em seu lugar.

Não tem problema, Jotaro–san. Eu tava com o tempo livre de qualquer forma. – deu de ombros. Realmente, não se incomodava em fazer algum favor para o biólogo. Não era tão mesquinho a esse ponto de se irritar com algo tão banal.

Ótimo. Enfim, seu serviço é o seguinte: acompanhar um velho amigo meu até o Grand Hotel. Como você já deve ter lido, a aparência dele está descrita neste papel. Vai ser fácil achá-lo, não se preocupe. – Josuke não pode conter sua surpresa. Tinha que admitir, Jotaro não era lá uma pessoa que aparentava ter algum amigo, além do mais um de longa data. – Por favor, não faça essa cara. Não é pra tanto. – Josuke riu envergonhado, colocando a mão atrás da cabeça, fingindo que estava coçando algum lugar de seu couro cabeludo.

Sinceramente Jotaro–san, você não é lá um cara que parece ter amigos. – se Jotaro havia se ofendido com o comentário do tio, ele não demonstrou. Apenas abaixou seu quepe e resmungou algo como 'yare yare'. Kujoh virou-se em direção a porta para sair do cômodo, deixando a chave reserva do quarto com Josuke. O biólogo virou em direção ao adolescente, antes de se retirar do aposento.

De Volta Ao LarWhere stories live. Discover now