Primeiro dia de um Cão

10 0 0
                                    

P.O.V Mike On

Acordo com os barulhos de cachorros latindo, suspiro vendo que minhas boas e longas férias tinham acabado de vez. Me levanto vestindo apenas uma box preta, começo a pegar uma muda de roupas que são: uma camiseta verde com o rosto de um creeper, uma calça jeans escura, uma box branca com bolinhas verdes, meias pretas, um allstar preto e claro, meus óculos remendados.

Logo vou ao banheiro e retiro minha única peça de roupa, entrando no box em seguida. Suspiro ao me lembrar de quão boas foram minhas férias, enquanto ligo a água e sinto a quentura dela passar por meu corpo. A única coisa que estragou as férias perfeitas foi seu término justo no final delas.

O motivo? O mais tosco possível: iriam estudar em internatos diferentes, e isso só me deixava irritado.

Após um longo banho de vinte minutos, desligo a água e saio do box, começando a me secar. Logo coloco minhas roupas e coloco meus óculos, saio do banheiro e começo a fazer pequenos alongamentos, afinal, era necessário.

Depois disso, pego uma mochila, uma mala de puxar e meu celular, saindo do quarto e deixando as minhas malas na sala. Logo vou à cozinha, onde meus pais me esperavam.

Um deles é um híbrido de dálmata, possui cabelos brancos com olhos esverdeados e o outro tem cabelos castanhos e olhos negros como a noite, além de ser híbrido de pitbull.

Minha "mãe" preparava o café da manhã, que era o de cabelos brancos, enquanto o outro estava com vários arquivos na mesa, tentando terminar um caso, já que era policial/detetive.

— É sobre o que o caso? — pergunto me sentando de frente a ele.

— Tráfico de drogas em uma escola particular famosa e agressão... O problema é que os dois culpados tem bons advogados... apesar de um deles ser vítima de agressão — meu pai diz rosnando de leve.

— Quais são as provas? — digo começando a me interessar no caso.

— Um deles estava portando 500 gramas de cocaína na mochila e o outro portava algumas seringas com heroína também na mochila. Os dois eram do Ensino Fundamental II. Ao que parece, um de seus "amigos" os denunciou. Eu quero prender os dois, mas o complicado é que são ambos menores de idade.

— Eles ainda podem cumprir serviços comunitários, mas isso ainda não é o suficiente, não é? — falo com um brilho nos olhos.

— É! Acreditamos que eles façam parte de algo maior do que um tráfico de drogas na escola, mas puta que me pariu, é difícil tentar provar algo quando um deles é veloz demais aos meus olhos! — meu pai se irritou.

— O que quer dizer com isso?

— Um dos acusados é um híbrido de leopardo/chita... Ele conseguiu roubar algumas das provas que tínhamos sobre ele... — eu arregalo os olhos com tal afirmação. Conseguir passar por seguranças e ainda por cima levar algo consigo embora, era uma habilidade de alguém que já tinha passado por algo assim antes e conseguiu se safar.

— E o caso de agressão? — pergunto, deixando aquele assunto um pouco de lado.

— Ao que parece, o rapidinho aqui agrediu seu parceiro com água fervente, tacando isso nas costas da vítima. Ela foi socorrida, mas é impossível ele não ter cicatrizes com isso... A vítima diz que foi o parceiro, mas a chita diz que foi outra pessoa e considerando que ambos são traficantes, é difícil dizer quem está falando a verdade...

E foi com essa simples afirmação que o dálmata terminou de tomar o café da manhã.

— Tire esses arquivos da mesa, querido, quero colocar o café da manhã na mesa — ele diz e logo sinto o delicioso cheiro de sopa de carne com alguns ossos no meio. Ajudo meu pai a tirar os arquivos da mesa, estranho em não encontrar a foto dos acusados.

— Cadê a foto deles?

— Está na delegacia, alguém esqueceu de colocar a foto deles nos arquivos da investigação — ele diz e logo deixamos aqueles arquivos em uma pasta.

Assim que é colocado o café da manhã na mesa, pego os pratos fundo com colheres e uma colher de concha.

Logo, os três começam a se deliciar com a sopa. Fico triste em saber que essa é a última sopa boa que tomarei durante o resto do ano.

Assim que termino de me servir, vou escovar os dentes e após isso, vou para sala, escutando o bendito ônibus buzinar. Dou um tchau rápido, colocando minha mochila nas costas e pego a mala de puxar.

Saio de casa e entro no ônibus, sinto o cheiro de um novo gato.

— Merda, quem tá com cheiro merda de gato?! — digo em um tom irritado e logo se instala um silêncio no ônibus, vou passando até chegar ao lado de meu amigo e me sento ao lado dele — Espero que não tenha trazido novos amigos Carlos Ycaro! — falo no mesmo tom de irritação.

— Calminha aí Mike — escuto a voz de Felps perto de mim — Depois nós podemos bulinar o novo gato — o híbrido de raposa diz rindo e rio em resposta — Por sinal, eu tenho acompanhado as streams do RPG da hiena e eu tenho que admitir, é muito bom e viciante! — ele diz baixo.

— Não me diga que está gostando do que ele faz?! — falo também baixo e o vejo suspirar em resposta.

— Eu sei, é um sentimento meio merda. Mas de qualquer forma, como foram suas férias? — Felps diz logo mudando de assunto e com isso ficamos jogando conversa fora até chegarmos ao internato.

Fomos um dos primeiros a descer do ônibus e fomos até a recepcionista pegar as chaves dos nossos novos dormitórios.

— 303 e você? — meu amigo diz e logo suspiro.

— 304, não poderemos causar no nosso quarto esse ano — falo com um leve tom de decepção e logo vamos aos nossos quartos.

Assim que entro no meu, vejo que meu colega de quarto ainda não chegou e fico com a cama perto da janela. Arrumo minhas coisas e saio do quarto com a mochila.

Encontro com meus amigos e logo vamos a sala, onde deixamos nossas mochilas e saímos por aí para matar as saudades. Logo eles voltam para sala e fico caminhando por aí, pensando um pouco no caso que meu pai está trabalhando.

"14 anos e já estavam no tráfico de drogas..." penso e logo retorno a sala de aula.

— É sério isso? Estamos no primeiro dia de aula Mikhael Línnyker — o professor diz nenhum pouco contente.

— Desculpa, é que eu fiquei procurando quem é o novo híbrido de gato na escola e... — começo a passar os olhos pela sala, até encontrá-los com os olhos daquele novo gato — parece que encontrei você desgraça — digo rosnando

— Meus sinceros foda-se para você — ele diz em um tom de provocação e aquilo me tira do sério.

— Ora seu! — falo avançando contra ele, mas logo sou segurado pelo professor e por alguns de meus colegas.

Com quem aquele gato acha que está mexendo?! Farei o que for preciso para que ele passe pelo inferno por aqui!

P.O.V Mike Off

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 14, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Pior que Cão e Gato - Mitw, Cellps e etcOnde histórias criam vida. Descubra agora