Zola não conseguiu dormir por muito tempo, logo se sentou na cama se espreguiçando e olhando para o lado, encontrando seu irmão ainda jogado na cama e em um sono profundo.

    A lobisomen se levantou, calçou suas botas e foi seguindo para fora do quarto, desceu as escadas da hospedaria e foi para a frente do estabelecimento para olhar o movimento daquela cidadezinha. Ficou encostada no muro da hospedaria vendo quem passava por ali, vendo que tipo de comércio tinha por perto, e fazendo uma lista mental do que eles tinham que comprar antes de fugirem dali.

   De longe viu passar uma jovem com um vestido verde bem simples, cabelos extremamente vermelhos e longos que estavam amarrados por uma fita no alto da cabeça, a moça carregava uma cesta nas mãos e olhava para baixo concentrada no caminho que fazia. Zola sentiu sua pele formigar e um sentimento de conforto a invadiu, de repente a jovem se virou em sua direção e a olhou, a lobisomem viu por um instante uma marca em sua testa, e logo essa marca desapareceu a deixando confusa. A jovem ruiva acenou com a cabeça para Zola e continuou seguindo seu caminho.

   Zola ficou ali, vendo ela desaparecer pelo caminho.

   Logo ela entrou dentro da estalagem e encontrou um senhor na recepção atras de um balcão mexendo em alguns livros.

   - O senhor pode me informar sobre uma jovem com cabelos bem vermelhos? - perguntou se aproximando do homem.

   - A Lyanna? - disse o homem parando de mexer nos livros - Ah, é uma menina bem esforçada viu, faz um excelente trabalho de costureira, minha mulher muitas vezes leva peças para ela ajustar ou encomenda vestidos com ela e sua madrinha.

   Zola ficou estática ao saber que mesmo sem querer conseguiu achar a bruxa que seu pai falou.

    - E essa jovem, - começou Zola se aproximando do senhor e se encostando no balcão - Ela mora sozinha?

    - Não, mora junto com a família de sua madrinha, a pobrezinha é órfã. - o homem olhou para os lados e depois chegou mais perto da lobisomem para continuar a contar a história - Há alguns anos, Sarah que é o nome da madrinha da menina, chegou com ela aqui na cidade. Lyanna não passava de um bebê com um tufo de cabelos vermelhos, era adorável. Sarah tinha fugido da antiga cidade em que moravam, foi a cidade em que queimaram aquela bruxa lá que comandava a resistência. - o senhor chegou mais perto de Zola e falou em um tom baixo - Alguns dizem que Sarah fazia parte da resistência.

    - Será? - disse Zola no mesmo tom que o homem.

    - Duvido muito, minha filha. - o homem se distanciou da lobisomem e voltou a falar em um normal - Isso é só fofoca. Mas se você precisar consertar alguma peça sua de roupa, eu te indico o caminho da casa em que elas vivem.

    - Realmente, meu irmão e eu precisamos consertar algumas coisinhas. - disse sorrindo para o senhor - Assim que meu irmão acordar eu vou pedir para ele vir conversar com o senhor para saber a onde elas moram.

    - Claro, vou estar aqui. - o senhor bateu a mão no balcão e deu um sorriso para Zola.

    A lobisomem sorriu para o homem e pediu licença, já subindo as escadas correndo e indo para o quarto em que seu irmão continuava dormindo. Zola abriu a porta com força fazendo a mesma bater na parede, e seu irmão deu um pulo da cama já puxando sua faca que estava embaixo do travesseiro.

    - Mas que afobação toda é essa? - Indras perguntou enquanto se sentava na cama e voltando a guardar a faca embaixo do travesseiro, depois que viu que a pessoa que entrou com tudo no quarto era sua irmã.

    - Eu a encontrei! - Zola disse sorrindo e se aproximando do irmão.

    - Encontrou quem?

    - Lyanna, eu a encontrei.

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