Capítulo 2 - Reencontros

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Alexia não parava de pensar em como Alex havia conseguido o seu número. Na época em que estudaram juntos, ela estava com um telefone diferente. "Pode ser apenas um desconhecido me mandando mensagem, pensando ser outra pessoa", pensou. "Mas como ele pode saber até o meu apelido? Estou confusa. Vou fazer como ele disse e esperar em frente a lanchonete. Se por acaso não encontrar o Alex, confirmarei que a mensagem veio errada e devia ter sido enviada a outra pessoa que coincidentemente tem o mesmo apelido que me foi dado por ele". Sem pensar mais no assunto, ela adormeceu.

No dia seguinte, enquanto escovava os dentes, se lembrou de que a pessoa não havia mencionado horário. "Ele quer que eu vá cedo e fique plantada lá que nem uma tonta? Quem é lerdo o bastante para esquecer de passar o horário do encontro? Não vou ser trouxa assim. Vou sair mais tarde". Alexia concordou consigo mesma e desceu para preparar seu café. Quando estava prestes a beber, escutou o celular apitar. Ignorou a notificação e voltou a apreciar seu café da manhã. Depois que terminou e lavou sua xícara e pires, resolveu checar a mensagem:

Esqueci de adicionar o horário. Vamos nos encontrar ao meio-dia. Te espero.

A moça olhou no relógio e percebeu que já passava das onze e meia. Guardou o celular no bolso rapidamente e correu para o quarto. Se trocou na velocidade da luz e depois de sair de casa, parou por um tempo. "Por que estou correndo? Tem a possibilidade de não ser Alex, então não preciso me apressar... nem mesmo por ele". Começou a andar vagarosamente. O tempo estava frio, mas gostoso. Alexia sentiu algo gelado cair em sua testa e levantou o olhar. Neve. Continuou caminhando, observando os belos flocos caírem no chão. Quando chegou a lanchonete, avistou alguém na porta com um casaco verde musgo e uma touca, prestando atenção à neve que caía, assim como ela. Só podia ser o Alex ou o desconhecido. Alexia tentou chegar silenciosamente para observar a pessoa primeiro, mas foi notada antes. O homem se virou para ela e acenou feliz.

— Lex! — ela ainda não conseguia ver claramente seu rosto.

Alexia escondeu as mãos no bolso do casaco preto que usava, depois de puxar sua touca mais para baixo por conta do frio, e andou até o cara. Quando estava a centímetros de distância, percebeu que se realmente se tratava de Alex. Estava mais alto do que quando se separaram, mas os olhos âmbar e o cabelo na altura do ombro — talvez um pouco maior — continuavam os mesmos, apesar de agora o cabelo estar em um tom de mel e não preto. Inesperadamente ela ficou feliz em vê-lo.

— Oi — falou ao mesmo tempo em que parava ao lado de Alex.

— Você está bem? Como foi ficar todos esses anos sem mim? — Alex sorriu. Alexia suspirou desacreditada. "Ainda com esse pensamento de que eu não conseguiria viver sem você? Vejo que não mudou em nada".

— Estou bem. Foi maravilhoso não ter que me sentir na obrigação de te vigiar o tempo todo para que não fizesse merda.

— Falando assim até parece que sou um cachorro ou uma criança — "Bem, é quase isso". — Fala a verdade. Você sentiu muito a minha falta, não sentiu? Não foi para me ver que veio até aqui? — "O que ele 'tá dizendo?... apesar de ter sido realmente o motivo principal de eu ter vindo a Montreal..., mas falando assim me sinto uma idiota".

— Como você conseguiu o meu número? E o meu local de trabalho? — Alexia perguntou mudando o assunto.

— Elizabeth me contou. Os dois.

— Elizabeth? Está falando da Lizy?

— Isso. Ah! Você ainda não sabe, certo? — ela o encarou confusa. — A Lizy é minha irmã. Quando ela disse que tinha feito uma amiga e me mostrou a sua foto, fiquei muito surpreso.

— Irmã?

— Sim. Contando com ela somos três filhos. Trigêmeos. Ela é a única mulher.

— Trigêmeos?! — Alexia arqueou as sobrancelhas, surpresa. "Se bem que a Elizabeth se parece um pouco com o Alex. Olhos âmbar e cabelos negros, porém com traços femininos. Acho que se ele fosse uma mulher, seria como ela".

Philia [Completa]Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ