Capítulo 1 ( Cabelos de ouro)

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Em algum lugar do Oceno Pacífico
Século XVIII ou 1754

Noah Urrea

- POR FAVOR PAREM- acordo assustado com o grito de uma mulher- não levem o meu bebê, ele só está com fome não vai mais chorar, eu prometo. 

   Me levanto do chão duro onde dormíamos e subi as escadas, olhei o para o céu com os olhos piscando rapidamente, acostumando com a claridade, passo meus olhos pela multidão em busca da dona do grito estridente.

  Olho para mulher de pele preta com seu cabelo afro, ajoelhada no chão sujo de madeira, com suas vestes deterioradas e grandes olheiras eu sua face, em frente ao marujo que segura um ser pequeno embrulhado com panos imundos.

  - Eu já não disse a você mulher? Um navio não é lugar para um bebê que não sabe nem andar, é um ser inútil, que apenas sabe comer e chorar- disse o marujo irritado com o choro insuportável do bebê, que o motivo é a saudades do colo de sua mãe.- Irei vendê-lo ao chegar na superfície, enquanto isso faça o parar de chorar, e dê a adeus a ele pois em alguns dias chegaremos em terra firme e eu conseguirei cigarros e garrafas de cerveja por ele.

  Após a mãe ter de volta o seu filho, aperta o mesmo em seus braços magros sussurrando que está tudo bem, mesmo o coração dela em pedaços. O marujo levantando a cabeça olhando para a tripulação que está parada a ver essa situação triste, e grita.

  - O QUE VOCÊS ESTÃO OLHANDO? VÃO TRABALHAR OU FICARÃO SEM COMIDA.

   As pessoas comecem a se mexer pelo navio ajustando cada pedacinho dele, pare que não faltasse o seu pão de cada dia.

  Fecho os olhos, suspiro cansado de tudo, aqui não posso nem ficar com dó das pessoas. Pois todos estamos na mesma situação, escravizados por toda a nossa vida, sobrevivendo para um pedaço de pão e para ver o nascer do sol novamente.

   Quando puxo o ar para os pulmões posso sentir o cheiro forte do mar, posso sentir o cheiro do sol, o odor das pessoas aprisionadas juntos a mim, sentir o vento batendo na vela para que o navio ande pela as ondas do mar. Abro os olhos e vou até a beirada do navio, e vejo as ondas dançando pelo mar.

   O ar e o mar estão conectados e interagem o tempo todo. Os dois estão em contínuo movimentos, mas em ritmos opostos. O ar é veloz e  impulsivo. O mar não muda muita coisa; mas ele é lento; e isso o faz precisar do ar. Ambos se completam, eles precisam, mesmo que neguem isso eternamente ,um do outro para sobreviver. Meu Pai me disse isso antes de morrer e eu parar aqui, ele me disse que um dia eu vou precisar tanto de uma pessoa para sobreviver como ela vai precisar de mim. Bom isso é meio impossível, já que eu vou morrer nesse navio podre pro resto da minha vida, sozinho.

   Sou tirado dos meus pensamentos com uma dor na cabeça, feito por um marujo com uma vassoura na mão.

    - Ei garoto, você não escutou? Vai trabalhar!- o olho com a maior raiva do mundo e com uma imensa vontade de cuspir nele- AGORA!

    -Sim senhor...- sussurro para homem e vou pegar a espátula. Hoje é o meu dia de tiras as cracas do navio. O trabalho mais chato de todo o barco, pois tenho que me pendurar num cabo e ir descendo até o lado de fora do navio, mas especificamente a través e bochecha, retirando uma por uma, com minhas pernas encostando no mar. Até ai tudo bem. Mas esse trabalho é para dois. Eu e a Sina.

   Ou como eu gosto carinhosamente de chamar, a garota cabelos de palha.

    Ela acha que é melhor que todo mundo, só por que seus olhos são das cor de esmerada, não passa de uma órfão, como eu.

  Lá vem ela com seu nariz empinado, batendo os seus pés fortemente na madeira mofada do navio, nem para quebrar e ela cair direto do mar. Sorrio internamente com esse pensamento, no caso sonho meu.

   - Ora ora o que vemos por aqui, Noah diarréia- a mesma rir da própria piada, e eu reviro os olhos pensando em severamente de enfiar a espátula nos olhos da garota- Vejo que vamos trabalhar juntos, bom, você já sabe né? Você segura a corda e eu retiro as cracas. Simples, ou será que essa sua cabeça de vento não entendeu?

    - Entendi cabelo de palha, vamos logo eu estou com fome , menos papo e mais trabalho garota.

  Ela desce pela corda com um pedaço de madeira no fim, e a as pernas brancas com sardas em volta da mesma, e eu encima do barco segurando a corda e a descendo lentamente para que ela chegue na lateral do barco.

Estou suando muito, minha mãos estão suando, posso deixa ela cair na água sem querer. Ou querendo, mas estou com muita fome para sacanear com a garota dos cabelos de ouro.

    Irritado, e ainda nem comi.

    O dia vai ser longo.

                                                                                              [ ... ]

É o meu primeiro capitulo, então me perdoe qualquer erro ortográfico.

Um beijo da Bella <3
 

Através dos Sete Mares - NoartWhere stories live. Discover now