— Tenho certeza que você já viu o suficiente — retruco. — Ou quer escutar da minha boca? Porque, sinceramente, eu não tenho problema nenhum em dizer em voz alta. 

Ele repuxa o canto da boca em um sinal de escárnio. 

— Não tente me fazer de bobo, Ariana. Você não está em uma boa posição para fazer deboche. 

Bom, ele tem razão, mas não vou me submeter. Não mais. 

— E o que você vai fazer? — desafio. — Me chantagear? 

Seu olhar é descrente, quase decepcionado. Ah, fala sério!

— Que porra você tá fazendo da sua vida, Ariana? 

— Estou apenas vivendo — respondo simplesmente. — Seguindo em frente. 

— Ah, estou vendo — debocha. — Se você chama isso de viver, deixando um de seus alunos te espalmar na frente da sua casa pra quem quiser ver — acusa em tom ríspido. 

— Ele é meu namorado — rebato. 

— Você acha mesmo que um moleque daquela idade vai te levar a sério? 

— Idade não define caráter, Adam. Você é a prova viva disso. 

Ele abre a boca, ofendido, e parece prestes a me atacar, mas acaba desistindo no meio do caminho por algum motivo, engolindo a frustração com um caroço que escorrega pela garganta. 

— Eu sei que você está passando por um momento difícil — retoma ele, cuidadoso. — É normal que, em situações de estresse, a gente procure depositar as nossas energias em algo que nos faça relaxar. Mas isso é só uma fase. Você se divertiu, ótimo, e agora pode seguir em frente. Você vai terminar com esse garoto e ninguém vai sair prejudicado. 

Olho para ele, solene. 

— Eu não vou fazer isso, Adam. 

Uma centelha de fogo surge em seus olhos azuis. 

— É claro que vai! Só estou tentando fazer o que é melhor pra você!

— Você não tem o direito de se intrometer na minha vida! — grito. 

— Não, desde que não envolva um dos meus alunos. Você sabe que está infringindo uma lei rigorosa sobre ética da nossa Instituição? — Suas palavras são cruéis, e elas ferem. 

Engulo a frustração. 

— Não sou burra. 

— Mas está agindo como se fosse — retruca, ácido. — Desde quando você é tão irresponsável? Eu entendo que você esteja tentando recomeçar, mas com tantos caras nessa cidade… por que justamente a porra de um aluno?! 

Engulo em seco. 

— Eu não posso fazer as escolhas pelo meu coração. 

Ele olha para mim, abismado. 

— Coração? Você… não. — Balança a cabeça, como se não quisesse aceitar a verdade. — Isso que vocês tem… é só diversão. Você precisa parar agora. 

— Não — fico surpresa com minha coragem, e pelo visto, ele também. — Damien não é uma diversão. Eu gosto dele. Estou apaixonada por ele. 

O queixo do meu ex-marido cai. 

— Tá de sacanagem, né? 

Dou de ombros, derrotada. 

— Essa é a verdade, Adam, e você pode aceitar ou não. Se está tentando me ameaçar ou usar o meu erro contra mim, não vai funcionar. Vai lá, conta pro Conselho, diz pra todo mundo o que eu fiz. Você pode me destruir agora, mas isso não vai mudar o fato de que eu amo o Damien. 

PROIBIDO • COMPLETOWhere stories live. Discover now