INDECISÃO

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Obediência, fé, amor e gratidão.
Servir ou não servir?
Eis a minha indagação.
Colégio interno,
Ensinamentos, dogma religião.
Pecado e pecador, tem moradia no inferno?
Ou paraiso é  pura ilusão?
Queria ter respostas  pra tudo.
Tantas perguntas contudo,
Não forma um homem.
No mínimo, o egoísmo consome.
É  dado momento deu decidir.
Ser padre a Deus servir?
Celibato, sermão, sacrifício.
Ser arrimo de família?
Filhos, esposa, oficio.
Meu pai percebeu a ansiedade.
Logo pensou: é crueldade.
Ter um filho padre é uma honra.
Mas se não for por vocação.
Seja um bom homem pra sociedade.
É melhor que ser péssimo padre.
Muito forte palpitou meu coração.
Era tudo que eu queria ouvir.
Do maior exemplo de ser humano.
Poder escolher decidir.
Tinha sempre bom conselho.
Meu herói, meu eapelho.
Encontro de seminário.
Palestra com senhor vigário.
Ótimo ensinamento.
A palavra é meu alimento.
Era final de junho
Iniciava as férias de julho.
Quando retornar
Resposta tenho que dar:
Vida sacerdotal,
Ou família convencional?
De volta com a mão na mala
Em plena rodoviária.
Conheci minha paixão.
Minha amiga Carla
Encarou-me sorridente,
No meio de tanta gente
Conversávamos sibre amizade.
Carinho, amigos, fraternidade.
Olhei sua face meiga,
De menina terna leiga.
Dentro de mim começou a confusão.
-  Quero ser padde. Quero casar.
Essa é a minha confissão.
Não  é  possivel conciliar.
Ou é  padre ou casar.
As duas coisas é  impossível realizar.
Grande era o duelo interno.
Pensei no fogo do inferno.
Pecado, pecador, purgatório.
Que mundo contraditório!
Onde casamento
é  vidacde tormento.
E missão vocacional
É  amor descomunal.
Por que padre não pode casar?
Ou quem casa não  pode ser padre?
Seria na prática o anti dizer:
"Que uns nascem pra sê padre
Outros pra padecê?"
Ué! Sacerdócio  é  um sacramento.
Tal qual batismo... ou casamento.
A vida não  é  ensinada.
No mínimo convencionada.
No meio do stress diário.
Perguntei ser arbitrário.
Quantas almas salvaria?
Que  fé  eu demonstraria?
Eu que em nada acredito.
Sujeito cético, "maldito"!?
Tantas vezes duvidei
De tudo que escutei.
Brincando de jogo de botão.
Com meu netinho João.
Penso que tudo está  certo.
Tendo quem amo por perto.
Esposa, filhos e netos.
Porém penso pergunto
Diante de tanto assunto.
Descendente de português
Eu. João  Du Valle.
Agi com sensatez?
Tudo não passou de embriaguez.
Ontem, no baile de matrimônio
De minha filha Jeane
Com o seu noivo Jerônimo?

POEMISE-SEWhere stories live. Discover now