— Chega! — Peter (TM) parou ele, o puxando pelo braço. — Vou tirar isso de você agora.

— Não! – Peter (TH) empurrou ele. — Não é um parasita, não chame ele assim.

Antes que ele pudesse perceber, Gwen acertou uma frigideira na cabeça dele e Peter (TH) caiu no chão sem consciência.

— Aí, meu Deus! — Peter (TM) se assustou com o barulho. — Você matou ele?

— Eu não matei ele – Gwen respondeu, se ajoelhando para ver se Peter (TH) ainda tinha pulsação.

— Havia outras maneiras de fazer isso, sabe.

— Eu fiz a primeira coisa que veio a cabeça. Não me julgue, eu amo Enrolados.

Peter (AG) e Peter (TM) levaram Peter (TH) para o quarto e o amarraram na cadeira com teias.

— Choque — Gwen sugeriu. — Uma vez eu vi um episódio de supernatural em que eles expulsaram um verme com choque. Foi assim que o Rufus morreu.

— Supernatural? — Peter (TM) perguntou.

— Não existe supernatural aqui? — Ela ficou boquiaberta. — Vocês são tão tristes.

— Você e o Peter tem a mesma vibe — ele respondeu, se voltando para o desmaiado. — Choque não, só precisamos de barulho para tirar o parasita.

(•••)

Gwen teve que colocar as mãos nos ouvidos para evitar a passagem do som estridente a cada vez que Peter (TM) e Peter (AG) batiam panelas de ferro envolta de Peter (TH). A sorte deles era que tia May havia saído, mas provavelmente os vizinhos reclamariam. A gosma preta grudada no pescoço de Peter (TH) gritava como se tivesse vida própria, era horrível pensar que aquilo estava tanto tempo em seu amigo e ninguém percebeu.

— Parem! — Peter (TH) gritou, retomando a consciência.

Enquanto os dois batiam as barras, Gwen segurava o amigo na cadeira para que ele não se soltasse das teias.

Sentindo sua cabeça doer com tanto barulho, finalmente aquela gosma saltou do pescoço de Peter (TH) e se debateu no chão, achando um novo hospedeiro. Mas Peter (AG) foi mais rápido e prendeu a gosma com um copo de vidro e soltou um suspiro.

— Minha cabeça dói tanto. — Peter (TH) colocou as mãos na cabeça. — Isso estava em mim esse tempo todo?

— Sim — Gwen respondeu, abraçando ele. — Pelo menos descobrimos antes que isso se espalhasse.

Peter (TH) ficou alguns segundos em silêncio, então olhou para eles com o cenho franzido, assimilando tudo o que aconteceu.

— Eu estava insuportável, não é? — Ele perguntou. — Me desculpem pelas coisas que eu disse, eu não conseguia controlar.

Peter (AG) não respondeu, apenas saiu do quarto e deixou os três sozinhos.

— Eu sei bem como é — Peter (TM) concordou. — Já passei por isso.

— Gente — Gwen chamou, colocando um casaco com pressa —, eu preciso sair rapidinho, mas já volto.

— Aonde você vai? — Peter (TM) perguntou.

— Eu já volto.

Antes que ele pudesse perguntar mais, ela correu para fora e parou ao ver Peter (AG) sentado na ponta de um prédio, sem a máscara do Homem-Aranha. Ela odiava aquilo, odiava sentir seu coração doer e odiava ainda mais vê-lo triste, mas ele merecia.

Ignorando ele, ela andou pela rua com tranquilidade até a frente do prédio de Harry. Do outro lado era possível ver que tudo estava calmo, nenhuma movimentação estranha e do último andar, Harry andava de um lado para o outro sem notar a presença dela. Era aquilo o que ela estava fazendo: observando ele por várias vezes e só conseguia ver que havia algo errado com ele e com o pai dele, ela sabia disso. A tentação de querer falar com ele era grande, mas ela sabia que era perigoso, principalmente com suas amigas presas a ameaça de que ele poderia revelar sua identidade.

O céu estava escuro e com nuvens pesadas, indicando que choveria muito aquela noite. Voltando para casa com a cabeça baixa e as mãos no bolso, Gwen parou ao sentir a chuva finalmente cair e olhou para cima, vendo Peter (AG) observando ela em um prédio. Gwen olhou para ele em silêncio, com a água da chuva ardendo seu olho, então Peter (AG) desceu e ficou a uma distância dela. A distância era tão longa.

— Gwen — ele falou.

— Peter — ela retribuiu.

Ela seguiria o conselho de Peter (TM), não deixaria ele saber que seu coração estava quebrado. Não deixaria ele saber que tinha esse efeito sobre ela.

— Eu só quero pedir perdão. — Ele tirou a máscara, dando alguns passos a frente. — Eu voltaria no tempo para fazer tudo diferente, eu juro.

Inclusive ter salvado sua Gwen, ele pensou em silêncio.

— Eu sei — ela concordou.

Não, ela não sabia e estava muito magoada.

— Me perdoe. — Ele se aproximou mais e colocou as mãos no rosto dela.

O toque quente das mãos de Peter (AG) davam choque em contato com a chuva fria.

Peter (AG) aproximou seu rosto e beijou a testa dela com calma, tranquilizando sua respiração. Depois de alguns segundos, Gwen se afastou e balançou a cabeça negativamente.

— Eu sei não tinha como te concertar — ela falou, deixando as lágrimas se misturarem à chuva —, mas eu achei que poderia amenizar a sua dor.

— Desculpa, Gwen, dor é só o que eu sinto — ele respondeu com voz baixa.

Se afastando dele, Gwen acenou com a mão e agradeceu por estar chovendo, assim ele não veria suas lágrimas.

— Você não me perdoou — ele lembrou.

— É — ela concordou.

Gwen não olhou para trás enquanto andava. Por mais que quisesse, ela sabia que não poderia olhar e mordia o lábio com força para não soluçar.

¹ 𝐌𝐔𝐋𝐓𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐄 ⋆ 𝑃𝑒𝑡𝑒𝑟 𝑃𝑎𝑟𝑘𝑒𝑟Where stories live. Discover now