— Mandei eles atacarem o cavaleiro, não você. -falou.

— Diga para os três serpentes que eu derrubei, porque avançaram contra mim. -falei cortante.

Seus olhos brilharam.

— Acredite quando digo que o maior castigo deles você deu naquela noite. -ele disse.

— Porque suponho, seu líder não saiba lidar.

Ele parou, segurando o carrinho, me forçando a parar.

— Não questione nada ligado a mim, garota, não queira me ter como inimigo. -ele disse.

— Digo o mesmo. -falei.

— Cuidado, moças bonitas de língua afiada não tem um fim tão bonito por aqui. -ele disse.

— Desafio o engraçadinho a me dar esse fim não muito bonito. -sibilei em seu rosto.

Ele me encarou nos olhos, tão vidrado que estremeci, os olhos relaxados, como o olhar de um vilão.

— Eu não ousaria te dar esse fim, justamente agora que as coisas ficaram tão interessantes. -disse com uma voz sedutora.

— Que azar, te mostraria que quem levaria o fim não seria eu. -estalei a língua.

Ele se aproximou, o rosto muito perto do meu, ele então estendeu um braço, pegando uma seringa pequena de vitamina na prateleira.

— Nos veremos de novo, Layla.

— Como sabe o meu nome? -questionei.

Seu olhar desceu para os meus lábios lentamente.

— Tenho os meus informantes.

E ele se afastou, mal percebi que meu coração batia rapidamente, de forma desenfreada, ele parecia ter ciência disso, pois me lançou um sorriso felino, ele levou uma mão ao bolso.

— Nos vemos nos jogos.

E ele virou o corredor, indo para o caixa.

Eu ofeguei, o peito subindo e descendo, e não saí de onde estava até ouvir o barulho do sino da porta da loja, anunciando a saída dele.

Eu balancei a cabeça, me dirigindo ao caixa.

— Safira? -cantarolei seu nome, adentrando a caverna.

Ouvi um grunhido irritado.

— Puta que nos pariu, mulher, quando essa TPM vai embora? -questionei.

Ela rosnou e eu encarei a mesma deitada.

— Trouxe algumas coisas pra você. -balancei as sacolas.

Ela revirou os olhos, o único gesto humano daquela fera.

— Eu passei no açougue. —falei— carne de carneiro não está sendo o bastante para te saciar, não é?

Silêncio.

— Não está Layla, o que você trouxe? —imitei uma voz fina— bem, eu trouxe... Carne de boi! Tcharammm!

Ela me encarou com aquela mesma máscara de tédio e irritação.

— Ah, qual é? Estou tentando te agradar. -suspirei.

Eu limpei o cocho onde deveriam por a comida dela.

— Olha, aqui... Tem cinquenta..  quilos de carne de boi. -despejei a pesada carne no cocho.

Ela farejou o ar, sentindo o cheiro, eu sorri ansiosa.

A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada Where stories live. Discover now