As vezes quando queremos fugir da realidade, pegamos um livro qualquer em nossa estante e nos enfiamos na história até que nossos problemas sejam resolvidos sozinhos. Mas não, eles não são resolvidos sozinhos.
Eu me chamo June e moro em Nova Iorque atualmente, mas me lembro da minha infância se passando no Equador, meu lugar de origem. Foi lá que nasci e cresci, me mudei aos 9 anos de idade.
Esse ano eu me formo no ensino médio e ano que vem vou para a faculdade, provavelmente Harvard, onde vou cursar Relações Internacionais. Pode parecer chato, mas no futuro pretendo ser diplomata.
As cartas para as faculdades já foram enviadas, meu maior sonho é ir para Harvard, mas por precaução mandei também cartas para Yale, Princeton e NYU.
Escuto o sinal do intervalo soar e agora noto que estou no meio da aula de biologia, meu caderno está em branco e o quadro cheio de anotações, droga, não anotei nada. Esse papo de faculdade me dá dor de cabeça desde o mês passado, eu boto muita pressão em mim mesma as vezes.
Recolho meus materiais da mesa e vou rapidamente até meu armário guardar tudo, menos meu querido livro, essa semana estou lendo "as vantagens de ser invisível", é um bom livro.
Normalmente, no intervalo eu quase não como nada, as vezes uma fruta que Nailea traz da cantina, ou seja, dedico esse tempo aos livros, todo dia me sento embaixo da árvore do pátio da escola e leio até o sinal tocar para a próxima aula, antes disso, raramente levanto o olho pra ver o que está acontecendo ao redor.
Nailea é minha melhor amiga desde que me mudei, éramos vizinhas, mas ela se mudou para o outro lado da cidade pouco depois de nos conhecermos.
Antes mesmo de abrir meu livro e colocar meus fones escuto meu nome sendo chamado em alto tom.
— June!
Olho para aquela direção e noto a morena vindo até mim com uma maçã na mão. Ela me entrega e se senta ao meu lado.
— Começou ontem? — perguntou se referindo ao livro em minha mão ainda fechado.
— Sim, de noite — respondi. — esse vai ser o livro da semana, mas eu queria terminar ele antes disso.
— Você consegue, você lê rápido — ela sorri e se vira para cumprimentar todos que acenam para ela.
Algo sobre Nailea que vocês não sabem, é que ela conhece todos na escola e todos conhecem ela. Isso a torna popular, mas ela não parece se importar com isso.
O intervalo vai passando e eu simplesmente ignoro tudo ao meu redor. Eu estou em meu mundinho apenas, eu, a música nos fones, minha maçã quase acabada, e meu livro.
Escuto o sinal bater, esse é o único som que escuto no intervalo, o resto eu não estou nem aí.
Eu tirei os fones e fechei meu livro, da maçã só sobrou a parte perto das sementes e do cabo. Ia me levantar quando Nailea, que continuou ao meu lado, me puxou de volta no chão.
— Amiga, Timothée está olhando na nossa direção, mas tenho certeza que não é para mim — sussurrou.
Timothée Chalamet, o garoto popular, o garoto que todas querem, o capitão do time de futebol. Nunca troquei uma única palavra com ele, mas porque eu trocaria? Sou uma pessoa muito reservada, nos intervalos não converso com ninguém além de Nailea e não tenho nenhum amigo além dela, eu e ele somos completos opostos.
— Que nada, ele com certeza deve estar olhando para você — rebato. — vamos logo antes que comece a aula — me levanto do chão e dessa vez ela não me puxa de volta apenas faz o mesmo que eu.
— Não parecia — ela disse enquanto íamos para os armários pegar nossos materiais novamente.
Isso com certeza é imaginação dela. Por que ela acha que o cara popular da escola estaria olhando para mim?
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eae amores, gostaram do primeiro capítulo? acho que esse vai ser o único pov da June, queria que a narração fosse focada no Timmy, mas blz foi só uma simples apresentação pra vcs entenderem a história e tudo mais.
