Enquanto eu andava pelos corredores, contando meus passos ou murmurando a letra de Freaks, em direção ao meu armário, percebi que a escola estava meio... esquisita?

Não que corredores vazios e quietos fossem esquisitos, mas era anormal. A aula estava prestes a começar e não tinha sequer uma alma penada andando por aí? Meu Deus, será que é feriado?

Dei uma checada rápida no telefone, procurando por "datas especiais" e, não, não era feriado. Então por que raios a escola está tão vazia?

Acho que vou até o bloco do meu ano ver se está tudo bem, deve ter alguém por lá.

Algo me diz que deve ser alguma coisa que eu esqueci, mas eu juro que nem tenho ideia do que ser₩#×£=&#;'

9:31 da manhã

Meu deus, o que acabou de acontecer?

Você deve estar bem confuso né? Calma que eu já explico.

Estou dentro de um box no banheiro do auditório, sentado na privada e com os pés apoiados na porta, tirando uns "5 minutinhos" para atualizar tudo que posso.

Vamos lá:

No momento que eu escrevi aqueles rabiscos, na verdade eu tinha riscado o caderno.

Enquanto estava virando um dos corredores da escola, como eu disse, indo para meu bloco, eu acabo esbarrando em alguém.

E não foi uma simples esbarrada: foi cabeça com cabeça. Foi um choque e tanto, comecei a andar para trás, meio atordoado, e deixei a caneta e o diário caírem, ambos em lados diferentes.

Mesmo tontinho, balancei a cabeça e fui direto pegar o caderno, dizendo, para seja lá quem havia batido de frente comigo:

— Eita, desculpa, desculpa. — pegando o caderno, levanto a cabeça rapidamente para verificar quem é a pessoa e se está tudo certo — Tudo be...?

E agora, eu percebo que minha vida é, com ABSOLUTA certeza, um filme de romance.

— Ah, oi Lucas.

— Letícia.

Sim, era exatamente quem vocês pensaram. Eu bati de FRENTE com a única pessoa que eu não queria ter encontrado naquele momento.

E, admito, isso me deixou meio sem saber o quê fazer. Tudo que eu tinha planejado foi por água abaixo quando cruzamos os olhares mais uma vez. Sinceramente, por aqueles dois milésimos que encontrei seus olhos castanhos, que brilhavam em dourado por conta do sol da manhã, o tempo parecia ter parado. Tempo, meu maior inimigo em qualquer situação.

— Como foi o fim de semana? — Letícia perguntou, enquanto eu virava o rosto, fingindo que pretendia guardar o caderno na mochila.

Ainda de rosto virado, respondi:

— Cansativo. Aproveitou a casa de praia do seu amigo? — fiz questão de falar com um amigo em um tom mais baixo.

— Não muito. As coisas foram meio inesperadas.

— Que pena — nessa hora, quase digo "bom saber", mas achei melhor ficar quieto — Bem, vou indo, sabe por que todo mundo desapareceu?

— Ah, ok. Tem uma palestra no auditório, lembra? Sobre expectativas, algo assim. Tá todo mundo lá.

— Obrigado por avisar. — Agradeci, virei as costas e comecei a andar até o auditório.

Naquela hora, minha cabeça martelava com um milhão de ideias. Será que ir embora era a melhor escolha? Não seria melhor conversar com ela? Mas e se ela não quisesse?

12 dias até minha morteOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz