𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potter

𝐘𝟓: Honeycomb Butterflies

Porque, embora houvessem outras milhões de flores de todas as cores naquele mundo que era um imenso jardim, eu escolhera Harry.

Meu Harry, tão lindo e perfeito quanto um planetário brilhante interestelar. Às vezes, suas palavras eram tão maravilhosas que eram cruéis, e me deixavam tonta de felicidade. Matavam minhas veias de amor tantas vezes que meu sangue parecia fluir para fora de meu próprio corpo, possivelmente pintando Harry em vermelho.

Ele tinha que saber. Tinha que olhar e perceber que eu olhava para dentro dele e enxergava um coração tão puro e grande que não achava que jamais conseguiria segurá-lo firmemente em minhas mãos sem que caísse no chão e estilhaçasse em milhões de pedaços que eu sabia que me alfinetariam até o último dia da minha vida.

Por isso, eu o pintara. Porque o amava tanto que sabia que meu Harry não fazia ideia de que realmente era importante para mim da exata maneira que sentia que era. Não de verdade.

E agora, mais do que nunca, eu falaria.

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Eram mais ou menos oito da manhã quando vesti meu casaco e desci a grande escadaria de mármore do Hall de Entrada para me encontrar com Harry, que já estava junto à multidão de alunos que se enfileiravam para passar pela inspeção de Filch a fim de aproveitar aquele dia de temperatura amena nas ruas cheias de Hogsmeade, possivelmente comemorando o Dia dos Namorados.

Eu estava usando um suéter cor de creme e uma calça preta de couro de dragão, meus cabelos em seu devido lugar graças a duas pequenas tranças que despontavam da lateral de minha cabeça e prendiam o restante de meus fios na parte de trás, formando um pequeno e gracioso arco. Hermione me ajudara, é claro, assim como me lembrara de levar comigo o embrulho que eu fizera com a pintura para Harry já seca e envernizada dentro de um suntuoso papel de seda vermelha. Com um pequeno Feitiço de Extensão, coloquei-a em minha bolsa com facilidade, sem deixar pistas do que possivelmente aprontara para meu namorado.

Observando meu reflexo através do espelho do banheiro do dormitório das garotas, sorri. O colar que Maddie me dera descansava sobre meu peito e brilhava serenamente, assim como a pulseira de pingentes e cristais que Harry me deu de Natal, aquela pontinha específica iluminada de amarelo, talvez porque tentasse medir meu nível de animação e felicidade. E, quando saí, ainda pude ouvir Lilá suspirar, comentando com Parvati que eu estava linda e que o Dia dos Namorados insultava profundamente aqueles que eram solteiros.

Aproximei-me de Harry, que olhava nervosamente de um lado para o outro à minha procura; então, gentilmente, cobri seus olhos com minhas mãos por baixo dos óculos enquanto encostava meu tronco nas costas dele. Harry sentiu meu cheiro flutuando no ar e sorriu, levando as próprias mãos às minhas e puxando-as lentamente para libertar seu campo de visão. Virou-se para mim, e sorriu ainda mais.

— Você está linda demais, meu bem — suas mãos apoiaram-se em minha cintura quando abracei a sua também. — Feliz Dia dos Namorados.

Sorri em resposta, e colei meus lábios nos dele num selinho suave e significativo. Várias pessoas olharam para nós, e eu fingi não notar. As que antes desconfiavam, agora sabiam. E ponto. Confesso que gostei bastante disso.

— Feliz Dia dos Namorados — desejei com um tom de voz suave. — Me perdoe pelo atraso, amor — falei, e Harry juntou nossos lábios num beijo um pouco mais duradouro antes de se afastar e entrelaçar seus dedos aos meus. — Hermione veio falar comigo, pediu que a encontrássemos no Três Vassouras depois do almoço. Disse que era importante que você fosse, então fiquei sem jeito de recusar.

— Tudo bem, podemos passar lá na hora que você quiser — disse ele. A fila andou mais um pouco, e Filch começou a sacudir um detector mágico estranho ao redor de nossos corpos. Logo, fomos liberados, e passamos a caminhar calmamente pela pequena trilha que nos levaria até a aldeia bruxa. — Para onde vamos primeiro?