Sirva meu espírito na maior das mesa dos banquete
Este festim é para se alimentarem do que tenho ou do que resta
Esses vermes putos começaram primeiro a me devorar com os olhos
E agora eles tem minha carne inanimada
Não é à toa que eu quero queimar
Não é à toa que eu quero me arranhar
Não é à toa quero sangrar
Não é à toa que eu quero expor esses ossos nus
Como pude deixar tudo ser assim?
Minha personalidade não condiz com essas merdas vulgares
Foi porque o dinheiro vem rápido
Uma pena eu ter que gastar com terapia anos depois
Tão triste dizer que meu estômago dói
Eu mesma me dei os murros no estômago e agora quero das as facadas
Tão triste dizer
Pai, eu quero morrer
Mãe, eu quero morrer
Eu quero morrer
Eu te tratei mal, te odiei tanto
Nesse reflexo embaçado vejo os rostos deles, mas não me vejo
Pele queimada entre arranhões
Sangue no chão, apenas meia-viva
Neste corpo visto e desejado
Devorado e mesmo assim intocado
Este é o momento que eles queriam
Meus ossos nus, e nada mais para esconder
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Post Mortem
PoetryPost Mortem era uma prática comum da época vitoriana de fotografar os mortos para imortalizar seus entes queridos. Em uma melancólica comparação, quero imortalizar meus poemas. Estes versos são sombrios, profanos, melancólicos e mórbidos. Dentro des...