Capítulo 30 - Draco

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Eu suspiro e me sento... é hora de voltar para a Mansão.

Eu estive acordado na minha cama no quarto da minha cabana, olhando para o teto e tentando pensar em alguma tática para libertar Granger.

Não existe um plano infalível. A única coisa que posso fazer parece ser improvisação. Não sou ruim nisso, mas gostaria que houvesse uma maneira melhor de fazer isso.

Eu chego em meu quarto na Mansão e pulo, assustado.

O próprio Lorde das Trevas está parado perto da janela, olhando para fora.

"Meu Senhor", eu digo caindo de joelhos imediatamente.

"Ah, sim. Já era hora de você voltar", ele diz calmamente virando-se.

Eu espreito para cima e vejo que seu tom tranquilo não combina com a fúria em seus olhos vermelhos. Eu fico de joelhos, esperando ordens.

"Mandei chamá-lo, mas não foi possível contatá-lo. Por que, posso perguntar? Você não estava em uma missão, mas sabia que pretendia usá-lo esta manhã."

Sei que não é sábio falar, mas não resisto em apontar uma coisa.

"Ainda não é de manhã, meu senhor."

"Mesmo assim, esta é a segunda vez que não consigo te encontrar quando você era necessário. Você realmente acha que ganhou favores suficiente comigo para desaparecer quando quiser?"

Seu assobio é venenoso e eu mantenho minha cabeça baixa.

"Eu nunca faria isso, meu Senhor. Vivo para servi-lo."

"Seja como for, nunca é demais ter um lembrete", diz ele.

Porra.

"Chame seu elfo doméstico."

Depois de acenar com a cabeça uma vez, eu grito, "Naree!"

O elfo doméstico obediente aparece instantaneamente e se curva profundamente.

"Você sabe o que fazer", Voldemort sibila se afastando de mim e dando um passo em direção à janela.

Naree olha para mim, seus olhos ainda mais arregalados do que o normal, e balança a cabeça. "M-Mestre, por favor."

Eu me inclino para olhá-lo nos olhos - mesmo sentando em meus pés, ainda me elevo sobre ele. "Você sabe o que precisa fazer."

Naree pega uma pequena faca dentada do nada e agarra o cabo com força, relutantemente se aproximando de mim. Eu fecho meus olhos. Eu não quero assistir.

Sinto sua mãozinha levantando meu braço e puxando cuidadosamente a manga. Ele não quer sujar minha roupa. Um sentimento pensativo, embora bobo.

"Desculpe, Mestre", Naree murmura.

A lâmina corta minha carne, criando um sulco profundo, e eu assobio fortemente, cerrando os dentes. Um líquido quente e espesso desce pelo meu braço.

"De novo", eu digo com os dentes cerrados.

"Mas..mas...", ele começa a protestar.

"De novo", eu repito.

A adaga afunda em meu braço novamente, tirando mais sangue, e a dor me faz estremecer. Sinto uma gota quente espirrar em meu braço acima dos dois cortes e abro os olhos para ver que os olhos grandes de Naree estão marejados de lágrimas.

Apertando minha mandíbula contra a dor, eu consigo dar a ele um sorriso tranquilizador.

"Estou bem. De novo."

Turncoat - TRADUÇÃODonde viven las historias. Descúbrelo ahora