to be loved and to be in love

buttons on a coat

quatro meses de namoro

harry e louis estavam andando de mãos dadas na rua. era início de setembro e soprava um vento gelado contra os dois. as ruas estavam vazias e chuviscava de leve, quase imperceptível.

até então, eles estavam entocados no apartamento de louis, assistindo friends sob as cobertas e tudo estava tranquilo. mas é claro que de repente, louis sentiu vontade de ir até a cafeteria que ele gostava, há uns bons quarteirões de sua casa. harry era um bom namorado e apenas perguntou o quanto louis queria ir até lá. quando louis respondeu que queria muito, o cacheado apenas se levantou, colocou seus jeans, um moletom e calçou seus sapatos.

"você vai assim, de pijama?" perguntou assim que saiu do quarto, terminando de calçar as botas. colocou uma touca na cabeça, já que estava com preguiça de arrumar o cabelo.

em poucos minutos, louis estava saindo do quarto, usando jeans, camiseta e um suéter creme por cima. calçou os vans pretos do lado da porta, mal vendo se harry estava vindo atrás de si antes de sair do apartamento.

harry pegou seu sobretudo, conhecendo londres como ele conhecia a si mesmo, ele não era maluco de sair sem um sobretudo. louis já estava na beirada das escadas, perguntando se harry não viria logo.

"você não vai pegar outro casaco?" garantiu antes de fechar a porta do apartamento.

"não precisa, nem tá tão frio assim, vamos logo!", louis o apressou.

harry não gostava de discutir, então apenas fechou a porta atrás de si, trancando e entregando as chaves para louis. mas saiu de casa sabendo que, eventualmente, ele teria que dar seu sobretudo para louis.

"então, é aniversário do niall em alguns dias, ele queria comemorar naquele pub que só ele gosta" harry comentou, rindo. "só vou porque é aniversário dele, a cerveja lá é cara demais", completou. "lou, tá tudo bem? você tá quieto"

ele perguntou porque era educado. ele já sabia que louis estava tremendo de frio.

"eu deveria ter trazido outro casaco" disse, a boca tremendo.

"eu avisei", harry disse. mas, de qualquer jeito, desabotoou o sobretudo preto e o tirou, colocando-o sobre os ombros de louis. sentiu que louis ia dizer que não precisava e apenas o olhou sério.

louis enfiou as mãos pelas mangas do sobretudo, se sentindo quentinho e sentindo o perfume de harry o envolver. se permitiu fechar os olhos e inspirar fundo, as borboletas em seu estômago se rebelando com o perfume de harry. segurou a mão de harry de novo, os dois voltando a caminhar.

seus dedos brincavam com os botões do sobretudo, refletindo sobre o gesto de harry, o vento gelado soprava contra eles e de repente louis parou em seu caminho. harry percebeu e parou de caminhar, um pouco a frente de louis.

"o que houve?" perguntou, franzindo o cenho, preocupado.

"é só que..." começou, incerto. harry estava ali, parado na sua frente, a mão segurando a sua, o polegar fazendo um carinho de leve sobre sua mão, o vento balançando os cabelos que a touca não cobria e louis não aguentava mais guardar para si. "eu... eu te amo."

sentiu como se o mundo tivesse parado por um momento, seu mundo diminuindo consideravelmente de tamanho, sendo reduzido a esse simples momento, ele e harry parados na calçada, de mãos dadas e ele só conseguia ouvir os próprios batimentos cardíacos, selvagens e impiedosos contra sua caixa torácica.

quando harry abriu um sorriso — o sorriso mais bonito que louis já tinha visto —, ele finalmente conseguiu respirar de novo. e quando harry o agarrou pela cintura, praticamente o pegando no colo, louis sentiu o mundo começar a girar de novo conforme harry o rodopiava.

"eu também te amo", harry disse entre os vários beijos que deixou no rosto de louis.

e só aí louis sentiu o peso do mundo sair de seus ombros.