-Está tudo bem Christian, eu nunca vou fazer isso com você, foi apenas um sonho, se acalme...-consolou tentando tocar as mãos em seu rosto, mas foi impedida bruscamente. Christian tomou seus punhos para cima de sua cabeça e negou o acesso com um conjunto de expressões duras e concisas.

-Eu preciso e quero te punir, Catherine...-manisfestou seu desejo sombrio-Não me odeie por isso...-continuou soltando seu braços e levantando-se da cama, caminhando em direção ao closet. Confusa, Catherine sentou-se a beirada da cama escutando o tintilar das fivelas dos cintos de couro dele, um vez, pinturadas. Seu coração se apertou e soou frenético, seus pés inconsequentes correram em direção a porta do quarto quando o viram voltar em direção a cama, como uma replica deles à mão -CATHERINE!-gritou quando a garota corria pelo corredor descendo as escadas, inconsequente. Era proibida de correr pelas escadas, no entanto, a  pura adrenalina parecia instiga-la.

As empregadas acostumadas com o atípico casal de manias estranhas, arregalaram os olhos perante a garota que corria até o elevador, ao qual passara no mesmo instante um entregador com grandes caixas de leguminosas e verduras compradas na feira. Seu olhar se arregalou ao se deparar com a jovem mulher nua e em respeito abaixou o boné sobre o olhar. As empregadas que arrumavam a mesa para o café da manhã tamparam a boca chocadas quando Catherine puxou duas folhas de couve de um das caixas do carrinho e tampara os seios com elas. Agradeceu por estar vestindo uma calcinha, quando as portas do elevador começaram a se fechar e Christian pular os degraus com os olhos arregalados com sua audácia. As portas se fecharam e o elevador começava a trilhar o caminho para o térreo, quando o homem discava o número da segurança do prédio e impedia a saiada de Catherine.

-Espero que não tenham olhado demais, para seu próprio bem...-apontou para o entregador em fúria, passando pelo saguão principal em direção a grandiosa janela que dava para as escadas de incêndio do apartamento.

Quando o som característico do elevador dissoadiu pelo térreo a garota imediatamente correu com a proteção das folhas de couve em direção as grandes portas giratórias da saída do esplêndido prédio. Seu peito arfava em adrenalina quando percebeu um movimento estranho de segurança pelo vasto saguão luxuoso em tons dourados, ilimunados por grandes lustres cintilantes que refletiam nos vastos espelhos de seu inteiror, uma vez a própria representação da arquitetura francesa de Versalhes, barroca, exaltando extravagância e riqueza em cada tom.

Escondeu-se sorrateira atrás de um dos pilares divisores da recepção com a área de lazer e espera, cheia de poltronas, namoradeiras e sofás, avistando um terno repousando sobre uma delas e seu provável dono lendo alguma revista com um chapéu repousando sobre seu rosto. Os seguranças passaram em uma esquadra na direção em que Catherine viera, quando a garota virou-se rumo ao homem, pegando seu terno e cobrindo seu corpo-Desculpe, eu preciso mais que você nesse momento!-brandou jogando as folhas de ouve sobre algumas revistas e retirando o chapéu do homem confuso que fumava um cigarro. A garota ainda ousou apontar a placa ao homem de bigode incrustada no salão alertando que era proemintemente proibido fumar no local.

Catherine avançou fechando os botões do terno grande passando a recepção cheia de funcionários que a conhecia bem com o chapéu cobrindo o rosto até as portas giratórias elegantes em tons dourados e pretos.

Um taxi subia pela cobertura para pegar algum provável passageiro, quando Christian, sem camisa e com calças de pijama, saia de uma das portas laterais de incêndio do grandioso prédio de vinte e dois andares, avistando de imediato Catherine correndo para o carro. Seu corpo suado pela corrida avançou em direção a garota, mas uma bicicleta com um garoto vendendo jornais cruzou seu caminho e ambos cairam ao chão da entrada em semi círculo da fachada do glorioso prédio, Place of Versalhes. Catherine arregalou os olhos avistando jornais voarem para todos os lados, repusando tranquilamente nas calçadas e na entrada, tomando o taxi de um casal que acabara de o pedir.

-Rápido!-gritou-Para o centro de Derry!-anúnciou para o taxista observando Christian correr em sua direção. Rapidamente, saiu com o carro cantando pneu, um suspiro audível cruzou o rosto tenso da garota-Obrigada!

A paisagem ao lado de fora foi mudando drasticamente conforme o carro seguia seu percurso deixando os bairros mais afastados da cidade, com árvores e matas por todos os lados, para movimento de corpos e objetos, o burburinho de conversas de pessoas que caminhavam pela manhã movimentada de trabalho. Adolescentes rebeldes que rumavam à Lawrence Academy, os de origem nobre no entanto, embora muitos outros de colégios menos aristocrátas passasem pela ruas com seu grupos. Adultos caminhavam apressados com suas bolsas e cafés, nesse ponto, gelados a procura de um táxi disponível para não perder a primeira aula na universidade renomada de Derry. Artistas seguiam seu caminho para mais um dia vendendo seu modo de ver o mundo pelas ruas, com placas coloridas e discursos poéticos aos quais ninguém parava para se dedicar a ouvir. Mas Catherine os admirava à distância.

-A cidade hoje está mais movimentada do que nunca!-comentou e Catherine sorriu. Poderia notar turistas entrando e saindo das famosas lojas do centro, para comprar lembrança para recordar do passeio e outros indo as famosas praias da costa.

O trânsito parou mais um vez fazendo com que a jovem abaixasse o vidro que a separava do mundo real para poder sentir a brisa salgada dos mares inundar seus pulmões. Ao seu lado, instantes depois, parara uma ducati 1299 preta, seu motorista levantou a viseira que escondia seu rosto-Suba na moto senhora!-ordenou-Por favor!-um de seus capangas, talvez Bruce, não sabia identificar corretamente, tão pouco via debaixo do capacete e dos ternos requintados para o trabalho. A frente, o motorista franzia o cenho mais resolvera não se intrometer-O chefe pede que volte imediatamente para casa...

-Aquela não é minha casa...-murmurou encarando o homem-Diga que eu não vou voltar...-reverberou com os olhos inundando-se, logo sua mão subiu a janela e a barreira protetora entre ela e o mundo se fez novamente. O homem socou o vidro algumas vezes gritando para que subisse à moto-Você pode ligar o rádio?-perguntou ao motorista desconfiado. Para tanto, tudo à fora não passava de meros ruídos e a moto acabou ficando para trás conforme o movimento pela avenida se intensificava.

A costa de Derry foi se aproximando e o carro percorreu ao lado do mar que pode acalmar o coração da garota. Sua mãos tremiam e seu rosto estava corado. A moto ainda os seguia mesmo de longe. E aos poucos a entrada do condomínio de alta classe ao qual Catherine e Christian passaram alguns anos de sua vida apareceu, esbajando casas luxuosas para todos os lados.

Sua visão estava ficando turva em meia a saudade que inundava seu peito quando de repente a cada imponente dos Lewis apareceu no seu campo de visão, abandonada e solitária. Sem qualquer presença vivendo por alí. Fria. Mesmo com todo o requinte e estado impecável.

Aos poucos, o bairro com crianças brincando por todos os lados fez uma curva e estacionou na casa 255, luxuosa tal como as outras, com gramas bem aparadas, pintura refeita à poucos meses e a calçada em estado primoroso. Teodora era sim, uma verdadeira dona de casa ao qual cumpria categoricamente com suas funções.

A garota procurou por algum dinheiro entre o terno, achando alguns dolares amassados e estendendo ao motorista. Secara as lágrimas e ajeitara os cabelos quando caminhava em direção a entrada grandiosa da mansão. Seu coração retumbante aquecido com o sentimento e as memórias felizes que guardara alí.

Tocou a campanhia e para sua surpresa quem atendeu não foi nenhum mordomo e como se fosse premeditado, Teodora abraçou a filha em estado deplorável antes de acertar-lhe um tapa que queimara suas bochechas.

No limite da Dominação Место, где живут истории. Откройте их для себя