Capítulo 39

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O dia estava estranhamente muito calmo. Até mesmo o Vegano não latia como o usual. Tony saiu para um de seus afazeres, Patrick teve que ir resolver suas questões com a antiga empresa. E eu não tinha nada para fazer, um desocupado e sem vontade de sair para me distrair. Faço meu caminho para o cachorro que havia crescido um pouco, toco o rosto peludo e ele apenas cede deitando-o na minha mão. 

- Ei, garoto! Está tudo bem? Por que está tão para baixo hoje? 

Como o esperado de um animal não humano, ele apenas me encara. Me sentindo meio atordoado vou até o quarto de Olivia, bato dez vezes antes dela finalmente responder. Olivia estava sentada na sua cama, que estava insurportavelmente cheia de travesseiros rosas, ela parecia ocupada enquanto pintava suas unhas do pé. 

- O que você quer? - Pergunta dispensando qualquer olhar na minha direção.

O quarto de Olivia era um dos maiores, mesmo Tony alegando que todos os quartos tinham o mesmo tamanho. Era óbvio que o dela era maior. Sua cama nem era de solteiro como o resto de nós! E o armário ocupava pelo menos toda a extensão da parede, e ainda sobrava espaço para sua bancada e prateleira de maquiagens. 

- Por que a casa está tão silenciosa? Vegano está para baixo também. 

- Você quer assunto, Lucca? Se sim, saia e vai arrumar outra pessoa. Eu não quero o seu cheiro de porco abarrotando o meu quarto. 

Suspiro. 

Hoje eu não queria travar mais uma guerra com Olivia, apesar de que ela merece por ser sempre tão maldosa. Não me intimido com suas palavras, adentro no seu quarto mesmo sob as suas ofensas e me sento no chão forrado com o tapete - adivinhe? - rosa pink felpudo. 

- Você escutou o que eu disse? Sai daqui encosto. - Ela aponta seu esmalte verde na minha direção, sua face mostrando repulsa. 

- É sério. Essa casa está energicamente baixa. 

- Deveria largar o seu emprego e ir ler cartas. Saia daqui. - Murmura num tom monótono, retornando a focar na sua atividade.

Volto a reparar o quarto dela. Era todo feminino, pensando bem, essa deveria ser a primeira vez que entro no quarto de Olivia. Lembro-me de Patrick dizer que ela era uma garota que merecia mais que um foda, talvez, lá no fundo, quase na última molécula existente em seu corpo, ela seja uma garota fofa. Mas até o pensamento disso me faz rir. 

- Hoje é sábado, porque está em casa? Geralmente você sai. 

Olivia para em seus movimentos e me olha suspeita.

- Estranho você saber meu itinerário. Está armando alguma coisa? - Levanto os meus ombros. - Patrick não deixou o pau dele em casa para te distrair, né? 

- Estou tentando ser descente com você, mas você também não ajuda. 

- Eu nem mesmo sei o porquê você está no meu único espaço livre de você nessa casa. 

- Você realmente me odeia? - Olivia revira os olhos, me seguro para não rir. - Você tem uma queda por mim, não tem? Só pode ser isso. 

- A queda para o abismo soa mais aceitável. - Ela sorri maliciosamente para mim. Seus olhos claros estranhamente ganham um brilho maldoso, o que significava que ela iria dizer algo extremamente baixo. - Você está aqui para sanar suas dores por que Patrick vai te deixar? 

Paro de brincar com a almofada que havia pegado de sua cama e a olho, esperando o ar de piada e sarcasmo, mas tudo o que via ali era uma certeza.  

Eu odiava Olivia. 

Beije-me da forma como quer ser amado (EM BREVE NA AMAZON)Where stories live. Discover now