All You Want | Dramione

18. E como você, como você pode simplesmente ir embora?

Ele não fazia ideia. Não sabia como lê-la. Sequer sabia como olhar para ela sem querer tocá-la, beijá-la e lhe prometer o mundo inteiro.

A única vez em que se sentiu remotamente no controle de si mesmo foi quando ela estava quase se despedaçando. Quando ela se perdera em seus instintos Ômega, ele se firmou. No restante do tempo, ele queria simplesmente rastejar por ela. Era preciso um esforço gigantesco para ficar longe dela durante a maior parte do dia.

Não pare de precisar de mim, queria implorar. Porque somente assim a vida parecia administrável.

O eixo de sua mente girava em torno dela: mantendo um olho nela, querendo agradá-la, esperando que ela precisasse dele.

Não havia nada melhor do que agradá-la. Sentindo-a vir por ele; sentindo que ela o queria. Observando seu rosto e sentindo quando ela prendia a respiração e estremecia. Ele queria passar sua vida inteira segurando-a nos braços.

Até conversar sobre Aritmancia com ela era prazeroso; e Draco nem gostava particularmente de Aritmancia. Quando ela admitiu ter lido mais de trinta livros complementares para a aula, ele a perguntou quais, então os dois compararam as anotações. Ela praticamente pulou em seu assento quando descobriram que ambos haviam lido o recém-traduzido Guia de Nagnok para a Aritmancia dos Duendes. Ela estava tão animada por ter alguém com quem conversar sobre os conceitos que Draco teve que literalmente morder a língua para se impedir de perguntar se ela gostaria de começar um clube do livro junto a ele.

Quando não estava com ela, passava a maior parte do dia tentando não segui-la pelos corredores. Era um alívio saber que ela passava tanto tempo estudando. Se Granger fosse mais social, provavelmente ele reprovaria em todas as matérias.

Ela era a Ômega mais não convencional de que ele já tinha ouvido falar. Ela tratava o fato de ser Ômega como se fosse uma forma de licantropia; um aspecto latente de si mesma que deveria ser controlado com poções e sexo frenético para que ela pudesse fazer o possível para separá-lo completamente e ignorá-lo no resto do tempo. Ele não tinha ideia de como ela fazia isso. Nenhum dos livros que ele havia lido fazia qualquer referência ao fato de os Ômegas serem assim.

Quando estava com ela, era como se algo dentro dela fosse acionado, tornando-se uma pessoa completamente diferente. Até que ela atingisse o clímax, Granger era uma entidade separada com um tom de voz diferente. Ela o chamava de Alfa e fazia coisas como tentar convencê-lo de que deveriam pular as aulas e fazer sexo na sala de Feitiços. Depois que ela chegava ao clímax, tornava-se novamente mais parecida com a Granger, mais no controle. Ela não ficaria sobrecarregada e desmoronaria tão facilmente.

Quando ela adormecia, estava tudo acabado. De manhã, ela fingia estar dormindo até que ele saísse.

Granger não agia como uma Ômega, mas tinha uma Ômega cuidadosamente enjaulada dentro dela, a qual era subornada silenciosamente com sexo regular.

Era... irregular. E deprimente para Draco.

A explicação que ele deu a si mesmo – baseando-se em como tinha sido sua apresentação como Alfa – foi a de que ela se opusera a se apresentar e tentou suprimir, fazendo com que se manifestasse daquela maneira. Encaixotando a coisa toda em algo que podia se dissociar até que fosse acionado.

Não havia se mesclado à personalidade dela da maneira que ser um alfa se mesclava a dele e a de todos os outros alfas que conhecia. Draco era um alfa. Ele era um alfa a cada minuto de cada dia. Era intrínseco a todo o seu comportamento e, quando não o exibia, era porque estava suprimindo-o intencionalmente. Perder o controle e ceder aos instintos era uma prova disso.

Quando ele prometia cuidar dela e quando dizia que ela era perfeita, ele queria dizer isso.

O fato de que parte de sua atração por Granger era um imperativo biológico era difícil de ser conciliado. Não parecia algo que ocorria principalmente devido a um impulso instintivo.