Jovem, rebelde e sonhadora, Julieta quer se ver livre das imposições dos pais e perseguir seu sonho de abrir seu próprio restaurante.
Aos 18 anos, se muda para Curitiba no Paraná para cursar gastronomia. O que ela não esperava é que no seu destino t...
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Julieta pegou sua mochila de materiais para o primeiro dia de aula na faculdade de gastronomia. Mal podia acreditar que tudo havia se encaixado perfeitamente, conseguiu se mudar para o apartamento, comprou um colchão e dois jogos de lençóis de malha porque eram mais baratos, um prato e um talher de cada, duas panelas simples que logo pretendia aumentar a coleção, mas por hora resolveria sua vida. Além disso, precisou ir às compras, coisa que nunca havia feito na vida, era sempre dona Albertina que fazia a lista e encarregava Murilo de ir ao supermercado, a não ser quando ela queria coisas frescas da feira, então pedia que o motorista a levasse.
Os dias passaram rápido à medida que ela se ocupava em organizar seu lar e estudar. Sim, ela saberia que não seria nada fácil conseguir a bolsa, então optou por começar a estudar francês em paralelo dos estudos da gastronomia francesa. Se ela queria ir pra França, era o mínimo que poderia fazer, certo?
Animada, olhou para o seu próprio apartamento antes de fechar a porta, tudo parecia um sonho. Há uma distância de sete minutos da faculdade, queria chegar a tempo de achar sua sala de aula e escolher um bom lugar. Havia decidido que não seria aquela pessoa chata que perguntaria a todo momento, se tivesse dúvidas iria pesquisar e se ainda persistisse questionaria o professor na próxima aula, não queria que as pessoas descobrissem sua ambição, apesar de desconfiar que todos ali queriam o mesmo que ela.
Primeiro bloco, sala 13, Julieta escolheu a terceira fileira e a segunda carteira,porque a primeira é para quem é muito estudioso, certo? Um a um os alunos chegaram, o sinal bateu e quando o professor iria começar a se apresentar, chegou um aluno atrasado.
— Bom dia! É aqui a turma de gastronomia, certo? O professor afirmou que sim com a cabeça e o rapaz rapidamente entrou na sala e sentou na frente de Julieta, não era o único lugar vago, mas era o mais fácil e rápido de se escolher.
O rapaz era moreno, cabelo estilo surfista preto, olhos de jabuticaba e 1,85m de altura, em forma, nada de músculos desenvolvidos. Se virou para trás, abriu um sorriso e falou:
— Olá, eu sou o Tadeu. Quando percebeu quem era a pessoa na sua carteira de trás, o sorriso ficou ainda mais leve e natural. E exclamou: — Ah, você! Olá, então!
Julieta não podia acreditar, sério mesmo que "senhor risadinha da piscina" estava cursando a mesma graduação que ela. Boquiaberta, olhou nos olhos dele, apertou sua mão e retribuiu o comprimento, mas aquele olhar não lhe era estranho, tinha sensação de já ter visto em algum lugar, não fazia ideia de onde. De qualquer forma, ali não era hora e nem lugar para pensar no assunto. Voltou a se concentrar na aula do Professor Álvaro que terminou de fazer sua apresentação sem mais interrupções e introduziu o conteúdo. Hoje a aula seria sobre as bases da cozinha, primeira aula na teoria e a segunda na prática. Julieta se remexeu na cadeira de tão entusiasmada com a notícia, havia pensado que nesse primeiro semestre tudo seria mais teórico e pouco prático, mas não, pelo visto não é só propaganda é prática e teoria na veia.
