Capítulo 23: Ainda somos os mesmos

Start from the beginning
                                    

Minha única reação a tudo aquilo, foi correr de volta pra porta, e quase arranca-la ao abrir, e escutar meu pai berrar atrás de mim

- Larissa, onde você acha que vai?? Volta aqui sua idiota, volta aqui agora!!!

Caio.

Enquanto minhas lágrimas caíam como pedras no chão, Lucas me abraçava, Sombra já tinha ido embora a alguns minutos, mas nenhum de nós dois tivemos coragem de tomar qualquer atitude

Estávamos atordoados, a minha mente tava acelerada demais, e eu não tô dizendo que não conseguia acompanha-la, eu conseguia, mas doía acompanhar

Foi então que Lucas se levantou, eu ainda escutava seu choro, e quando olhei pra ele, vi um pesar assustadoramente familiar

- Lu...

Ele escondeu o rosto, movendo seu olhar para outro lado

Segurei sua mão, buscando desesperadamente saber se ele ainda estaria comigo

- Lu...por favor não vai..

Ele não disse nada, mas franziu o cenho e contraiu os lábios, ele ainda não olhava pra mim

- Eu sei que eu errei, e sei que tá cansado, mas não me deixa, Lucas, eu preciso de você, por favor

Ele ainda não falava nada, e aquilo estava me matando por dentro

- Lucas, eu sinto muito, por favor olha pra mim-

- Caio, me solta.

Ouvir aquilo foi como levar sete facadas no peito

Aos poucos fui soltando sua mão, e sem me olhar, sem dizer mais nada, ele saiu em plena madrugada, me deixando ali, sozinho

Concordei com a cabeça

- Lu...

Ele caminhou até a porta, sem olhar pra trás, sem dizer mais nada, e saiu, em plena madrugada

Minha dor não tinha tamanho, não tinha fim, nem a morte doeria tanto quanto ver o Lucas indo embora sem saber se iria voltar

Eu chorei, e chorei, e chorei. Depois me deitei no chão, afundando meu rosto no piso frio, eu não ligo pro quão patético pareço, eu só preciso morrer...

Larissa.

- Lucas me atende!

Droga! Porque ele não me atende? Eu sei que está tarde, mas meu amigo nunca foi de dormir cedo, merda Lucas, não tenha dado uma de "reeducação do sono", hoje não

- Por favor...

Mesmo Luís e Bia não tendo atendido quando liguei, tento novamente, o celular da Bia toca, toca e toca...mas nada

A mesma coisa com Luís

Volto a andar, tá frio, não estou de casaco, e a rua não poderia estar mais deserta. Deus, que dia...

o único jeito é bater na casa do Caio.

Enquanto caminho, as palavras de meu pai rondam minha mente, não só as de hoje como as de discussões anteriores

Apague a luzWhere stories live. Discover now