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Alina Narrando 

Não sei como tive forças pra me levantar, estou acabada, mesmo que Vitti e Eris tenham me dado esperança não sentia mais minha filha comigo, enxugo mais uma vez as lágrimas que involuntariamente escorriam pelo meu rosto, sinto Darius se aproximando do quarto junto a outras duas pessoas 

- Alina - vejo que era meus pais 

- mãe, pai - eu não consigo dizer nada e começo a chorar e me ajoelho, minha mãe não fala nada e apenas me abraça me acompanhando no choro, meu pai solta dominância no intuito de me apoiar, ele não é muito do tipo sentimentalista - obrigada - digo em um sorriso fraco e caminho pra fora do hospital sendo apoiada por Darius, vejo soldados e moradores com o semblante abatido, todos sentem a perda e eu sinto uma grande força de empatia vindo deles eles viram que Filipa fez isso pra salvar a todos, e eles veem que o papal de um Supremo não é facil. 

- Quer comer algo querida ? - Darius me pergunta, nego com  cabeça com um sorriso fraco ao entrar no carro

- Darius me leva pra floresta - digo e ele me encara mas não diz nada, ele vai até a entrada da cidade e deixa o carro estacionado, saio devagar e deixo Eris se transformar, estávamos diferentes, não tinhamos mais a força do alfa ao nosso lado, perdemos nossa força como guerreira, mas sinto que como espiritualista nossa força se tornou descomunal, caminho vagarosamente pela floresta sinto Darius e outros me acompanhando, vou soltando meu poder devagar, minha pele se arrepia por debaixo dos pelos, vou indo em direção ao monte da clareira, me sento em suas pedras e volto a forma humana, vejo Darius e vários outros lobos se sentando ao meu redor, todos estavam de cabeça baixa, sorrio tristemente colocando a mão em meu ventre vazio...

- Oh Deusa mãe de nossas almas,
da mesma forma que me deu esse maravilhoso presente,
eu lhe devolvo minha deusa, uma parte de mim vai junto,
mas sei que a senhora nunca irá abandonar seus filhos,
cuide da minha pequena Filipa
minha mãe
E lhe peço por favor faça meu coração
Parar de doer tanto,
não quero que meus irmãos sofram
Minha mãe...

Que assim seja!

Faço essa prece com lágrimas nos olhos, uma brisa leve passa pela clareira tocando o corpo de cada lobo ali presente de uma forma gentil, sinto que sou amparada tanto pelos meus irmãos, pela Deusa e principalmente meu companheiro que não saio do meu lado...

- Ela foi recebida pelos braços da Deusa - digo alto sentindo uma alívio em meu peito

- Nossa filha está em um lugar de paz meu amor - Darius se aproxima e acaricia meu rosto

- sinto isso meu amor - sorrio beijando sua mão, os lobos uivam e antes de sair eles reverenciam

- vamos pra casa - Darius me pergunta e concordo cansada

Voltamos em silêncio caminhando e entro no carro e fico olhando pela janela, começou a chover fraco, sentia que Filipa tentava de comunicar, essa chuva era suave e os animais estavam ativos na floresta, ela queria tranquilizar a todos, depois de vagar por pensamentos e mais pensamentos sou tirada do transe quando o carro para

- Chegamos amor - Darius fala, olho seu rosto que estava abatido, ele deve se culpar,  entro e ambos tomamos banho não falávamos nada, sinto uma confusão dentro do meu companheiro

- Darius - o chamo, ele aparece na porta me aproximo pego sua mão retiro sua camisa (ele odeia dormir de camisa) pego um travesseiro e coloco em cima do meu colo e bato duas vezes - sabe que comigo não precisa se fazer de forte assim, nossa filha se foi meu amado, tanto eu quanto você sabíamos que o caminho Supremo não seria fácil, tenha seu momento de luto meu amor estarei aqui junto contigo - dizia acariciando sua cabeça e ele abraçava forte minhas pernas, sentia ele soluçar seu choro era abafando pelo travesseiro, solto minha dominância tentando deixar o ambiente mais tranquilo, eu precisava ser forte, pelo povo e pelo sacrifício da minha Filipa, preciso honrar o que ela fez e ter por obrigação a vitória contra a escuridão, Darius chorou tanto que acabou adormecendo em meu colo, ele estava exausto, me ajeito encostada na cama e Darius dormiu abraçando com minhas pernas.

Darius Narrando 

Acordo e estou deitado nas pernas de Alina vejo ela encostada dormindo serena com suas mãos sobre mim, fico olhando seu semblante abatido, ela e extraordinária a força que ela tem a vontade dela e a perseverança em tranquilizar a todos, me levanto devagar olho o relógio e era pouco mais de quatro da manhã, me levanto faço minha higiene e vou logo pra sede, todos os lobos parecem menos abatidos, sentia que Alina constantemente controlava o seu redor para não ter um clima tão pesado 

- Supremo - Castro e Pietro aparecem - como está a Suprema? - eles perguntam, e sento em minha mesa 

- ela está tentando se manter firme por nós, sinto que ela perdeu sua força física, então redobrem a segurança dela e não deixe ninguém se aproximar sem minha permissão. - digo e eles saem da sala - não vou cometer o mesmo erro minha luna - dizia pra mim mesmo olhando pela janela aquela manhã fria e nublada.

Alina Narrando

Acordo e não sinto Darius perto de mim, ele estava na sede, e levanto e decido tomar um banho de banheira, fico até a agua gelar, escuto batidas na porta e sinto ser as meninas entrando 

- Alina - elas entram no quarto 

- oi - digo saindo do banheiro enrolada na toalha e indo pro closet 

- como você está minha irmã - Rebeca fala se sentando na cama 

- estou bem na medida do possível - sorrio fraco vestindo minha roupa  

- quer fazer algo hoje - Branca pergunta meio recuada - não gosto de te ver mais quieta que o normal - ela brinca me arrancando um sorriso, precisava ver como ainda estou para as batalhas 

- vamos pra área de treino preciso testar uma coisa - digo e elas assentem, logo saímos de casa e fui acompanhada por mais de vinte lobos, Darius provavelmente, mas não vou brigar, me sinto fraca e não posso ser orgulhosa. 




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