__Pode tocar, - ele falou. __Onde quiser.

Apesar de ser um convite tentador, Ana se manteve imóvel. Um toque era algo muito pessoal. Ela não conseguia entender como Christian era capaz de fazer aquilo com tanta naturalidade com gente que nem conhecia.

__Tem certeza de que para você tudo bem?- Ana perguntou.

O sorriso torto dele voltou com toda a força.

__Gosto de ser tocado. - Ela continuou hesitante, então ele arregaçou a manga e mostrou o desenho na parte superior do braço, desaparecendo camiseta adentro. Devia ser bem grande, porque a forma ainda não tinha nem começado a se revelar. Quanto do corpo cobriria?

Os músculos bem definidos que ela viu a distraíram da tarefa de investigar mais. Ana nunca havia tocado alguém tão firme antes. Queria passar a mão nele inteiro. E seu cheiro... Como ela demorara tanto para reparar?

__Está usando perfume? - Ana perguntou, respirando fundo.

Ele ficou tenso.

__Por quê?

Ela se aproximou o máximo possível sem afundar o rosto no pescoço dele, à procura daquele aroma inebriante.

__Seu cheiro é muito, muito bom. O que é?

Todas as partes do corpo dele pareciam exalar aquilo, mas de uma forma bem sutil. Ana queria descobrir uma concentração um pouco maior em algum ponto.

__Christian?

Um olhar de divertimento surgiu no rosto dele.

__Sou só eu,Ana.

__Você tem esse cheiro bom?

__Parece que sim. Você foi a primeira a comentar.

__Quero esse cheiro todinho em mim.

Quando as palavras escaparam
de sua boca, Ana temeu ter dito algo errado. Era uma afirmação pessoal demais, um tanto esquisita. Revelaria o quanto era estranha?

Ele se abaixou para levar a boca bem pertinho de seu ouvido e perguntar:

__Tem certeza de que você é ruim de cama?

__O que está querendo dizer com isso?

__Que até agora está se saindo muito bem.

Seus dedos se flexionaram sobre o braço dele, e Ana teve que se conter para não se agarrar a Christian como uma stripper se agarra a um poste. Ela não gostava de tirar a roupa nem — ao contrário dele — de ser tocada, mas sentiu um desejo tão intenso de contato físico com Christian que até doeu.

__Ainda não fizemos nada.

__Você é muito boa na parte falada.

__Já transei antes. Não existe parte falada. -
Uma faísca se acendeu nos olhos dele. __Ah, se existe...

Por favor, que não exista uma parte falada. Se Ana tivesse que fazer algo do tipo, não havia esperança.

__Por enquanto...

Christian afastou o cabelo dela e beijou de leve sua orelha. Aconteceu tão depressa que ele já havia se afastado quando seu corpo ficou todo tenso. Christian não deu sinal de que repetiria a carícia, então os músculos de Ana puderam relaxar. O lugar onde ele beijara queimava de vergonha.

Sem tocar sua pele, ele passou os dedos por seus cabelos. Com gestos lentos e comedidos, passeava pelos fios no alto da cabeça, no pescoço e nas costas. Os movimentos a acalmaram um pouco.

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