— Com certeza será para os nossos filhos. O que foi?

— Não tá ouvindo isso?

— Deve ser as crianças correndo, zuando por aí!

— Não, não são crianças. São gritos!

— Ei, espere!

Fui me afastando aos poucos, e a passo a passo mais próximo daqueles gritos, pude ouvir as palavras que suavam deles.
Era um pedido de socorro, não só de uma, mas sim de várias pessoas, que estavam correndo em minha direção, igual loucos.
Aproximando, aproximando, os gritos  aumentavam, foi quando avistei um grupo de homens com vestimentas diferentes daqueles agricultores, alguns com máscaras pretas de látex em seus rostos, enquanto que os outros não se importava em mostrar as suas expressões nada amigáveis!

— O que tá acontecendo? Ei! — Gritou ele, segurando o braço de umas das mulheres que corria desesperadamente.

— Eles estão aqui! Eles vão matar todos, todos senhor!

Os olhos daquela mulher não conseguiam esconder o medo, e isso mostrava que era algo para se preocupar, e então, também tomei a rédia e corri até a barraca da Brielle...

— Amor! Amor!

Mas ela não estava mais lá! E mesmo eu girando, só via aquela multidão correndo, alguns tropeçando nas próprias pernas, enquanto outros se escondiam sob suas barracas.

— Declan, o que está fazendo aqui? Vamos!

— Não, não posso ir sem ela!

— Ela? A Brielle?

— Sim!

— Mas ela não estava com você?

— Ela estava aqui, enquanto que eu entregava os panfletos, quando cheguei não a encontrei!

— Droga!

— Você sabe o que está acontecendo? O que são aqueles homens?

— Ouça, não sei bem, mas eles são muito perigosos! Eu estava do outro lado, por onde eles entraram e...

— E? Vamos! Fale?

— Eles atiraram para todos os lados! Declan, temos que achar a Brielle e sair daqui, entendeu?

Procuramos em todos os lados, viramos cada barraca, mas nem uma sombra dela foi vista, somente um grito, mais um soar de desespero, dessa vez de uma única pessoa, uma voz feminina!

— Pra onde você pensa que vai?

— Alguém precisa de ajuda!

— Não! Temos que ir!

— Pode ser ela...

— Declan! — Ele o puxa. — Talvez a Brielle já não esteja mais aqui!

— E se fosse eu? Você me deixaria Por ser um desconhecido? Que tristeza Sam, você continua o mesmo!

— Não sei de quem é aquela merda de grito, mas já deve está morto!

— Vá! Eu irei salva-lá, diga a Brielle que estou bem! — Falou ele, incerto.

Cada vez que eu alcançava aquele grito misterioso, que ficava mais e mais agudo e familiar, um momento de pavor lentamente tomava conta de mim, segundos depois, a imagem de Brielle surgia repetidamente em minha mente e as lágrimas começaram a gotejar em meus olhos. Quando a vi a uma certa distância.
Aquela cena me levou ao chão, gritando, e o desespero acompanhando o soar ...

— Brielleee!

Seus olhos se voltaram para mim, e eu vi seu brilho enfraquecendo, no mesmo instante, o assassino que  feria a minha felicidade, esfaqueando-a até a morte, antes de que eu chegasse, ele já tinha ido, deixando suas armas materiais no chão, uma faca suja de sangue!

AS PORTAS PARA OS MORTOSWhere stories live. Discover now