𝐘𝟓: Happy New Year!

Start from the beginning
                                    

Olhei de uma vez em seus olhos, surpresa. E pela primeira desde que eu me lembrava, talvez pela primeira vez na vida, Ginny
ficou um pouco vermelha e desviou sua atenção de meus olhos.

— Eu não sabia que você...

Eu não disse nada.

De longe, pude ver que Harry fazia os olhos do boneco com pequenas pedrinhas coloridas que achara pelo chão enquanto Hermione saía em busca de gravetos para fazer os braços. Ron se juntou a eles, e agora discutia com minha melhor amiga sobre alguma coisa que provavelmente era extremamente infantil e irrelevante aos olhos dela.

— Se não gosta dele do jeito que espera que gostem de você, o que está esperando? — perguntei. Não insisti no assunto de antes porque podia ser que Ginny não estivesse pronta para falar. — É por algum motivo bobo e idiota?

— É óbvio que é por um motivo bobo e idiota.

— Então, por quê?

Ginny mordeu os lábios.

— Michael é legal.

— Legal — disse eu, olhando para ela novamente. Ginny parecia que estava distante e perto ao mesmo tempo, como se os imãs dentro de si a empurrassem para longe quase que com a mesma intensidade que faziam permanecer. — Você já esteve apaixonada, Ginny?

Seu olhar seguinte foi tão penetrante que tive a sensação de que Ginny estava tentando ver através de mim. Confesso que fiquei um pouco intimidada.

— Só uma vez.

Bem nessa hora, Harry veio correndo em nossa direção com Hermione no seu encalço. Ambos se chocaram contra nossos corpos, e todos caímos no chão coberto de neve branca e macia. E é óbvio que Ron não podia perder a oportunidade, porque jogou-se sobre nós de propósito também.

— Terminamos nosso boneco de neve.

— Sério? — perguntei, e Harry me lançou um sorriso infantil, orgulhoso de seu trabalho. — E qual é o nome dele?

— Não seja boba, meu bem, não somos crianças para dar nomes a bonecos de neve.

— Que mentira! — disse Ron. — "O nome dele é Apollo, Ron, como o boneco de neve que S/A e eu fizemos quando tínhamos nove anos"...

— Dez — corrigiu Harry, agora sentado, mas vermelho até as orelhas.

— Apollo? — perguntei, surpresa. — Que bonitinho, Harry!

— Não conheço nenhum Harry.

— Hazz, eu quis dizer Hazz.

— Hm.

— Amor.

— Melhorou.

— Oi, amor, será que você não pode fazer brigadeiro para mim? Estou tão sozinha e triste, preciso de carinho — berrou Fred, aparecendo atrás de nós e fazendo uma imitação bizarra de dois amantes nada convencionais. — Acho que vou morrer, preciso de um beijo seu para me curar, ó céus!

Todos caíram na gargalhada. Até Harry e eu, que levantamos nossos dedos do meio simultaneamente e os mostramos ao garoto.

— Nossa, mas para quê tanta violência? — disse George, ao lado de Fred, levando a mão ao peito num gesto dramático. — Achei tóxico, vocês dois são muito radioativos. Tem certeza de que não são duas baratas que nasceram em Chernobyl?

Estreitei os olhos para ele, depois encarei Harry e Hermione, e Ron também; e ao mesmo tempo enchemos nossas mãos com punhados de neve (que caíam de tempos em tempos por causa das luvas de algodão), nos preparando para a guerra.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now