Um café da manhã e reencontros

Começar do início
                                    

— Você estar louca! E agora está querendo roubar meu noivo...

— Saia. — É a voz de Henry. Por um mísero segundo acho que ele estar falando comigo. Mas ele estar olhando pra Elena. — Ou você sai ou eu chamo a polícia pra te colocar pra fora daqui.

— Henry, você não pode estar falando sério...

— Eu estou rindo?

— Estou indo. Mas eu ainda não desisti de você. Você sabe que formos feito um pro outro. Eu ainda quero você.

Henry fecha a porta na cara dela. Uma onda de ânsia corre meu corpo. Parecia que eu estava nesse pesadelo sem fim. Ele respira fundo se virando e vem na minha direção. Eu ainda estava parada na escada. Henry mesmo um degrau a baixo de mim conseguia ser mais alto.
Ele pega minha cintura com as duas mãos e me traz pra perto do seu corpo.

— Eu não sabia que ela era sua ex. — E a primeira coisa que digo. Eu odiava ser chamada de louca. — Não sou uma louca atrás de vingança.

— Eu sei que não. Eu não acreditei numa palavra que ela disse. — Henry diz passando as mãos pelas minhas costas. — Sinto muito por ela ter aparecido e estragado. Eu tinha feito até café da manhã para você...

— Ela estava aqui porque te queria de volta? — Pergunto ainda absorvendo. A vontade de chorar so aumentava. O maxilar de Henry fica tenso.

— É. Ela é sem noção... Depois de tudo. E mesmo assim, eu tô bem aqui. Muito bem. — Diz me apertando.

Tento engolir o nó na minha garganta.
Henry estava noivo dela. A mesma mulher por quem meu ex tinha me traído e tinha dito que era bem melhor que eu em tudo. E Henry ainda estaria com ela, se ela não tivesse largado ele. E se ele repensasse, depois, e a quisesse de volta?

Ele já pediu ela em casamento uma vez, já tinha tido tanto certeza que queria passar o resto da vida dele com ela uma vez. Porque não poderia ter outra vez?
Do mesmo jeito que já fui trocada uma vez por ela, poderia ser de novo.

— Anna, olha pra mim. — Henry pede.

— Preciso usar o banheiro. Desculpa. — Digo saindo do seu abraço e subo as escadas rápido.

Entro no banheiro do quarto dele e tranco a porta. O choro se desmancha de vez. Levo a mão ao rosto tentando abafar meus soluços.

— Anna? Você tá bem? — A voz de Henry vem abafada através da porta.

Limpo a garganta tentando diminuir a voz rouca de choro.

— Estou sim.

Ele fica um tempo em silêncio.

— Tudo bem, estou te esperando lá embaixo. Eu fiz as panquecas que você disse que queria.

— Hmrum, tá certo.

Escuto seus passos saindo do quarto. Ligo o chuveiro e entro embaixo depois de me livrar das roupas.
Eu só não entendia o que Henry ainda queria comigo. Eu era um desastre completo. Não tinha nada em ordem na minha vida e eu já estava o arrastando pra essa confusão.

Ele era noivo daquela mulher, que não me parecia muito confiável, mas podia estar realmente arrependia. E era só olhar pra a e ver, ela era toda elegante, alta, nas suas roupas chique. Eu parecia uma piada ao lado dela.

Desço já vestida com minhas roupas, meu cabelo ainda estava um pouco úmido. Mas eu só precisa ir pra casa.

— Oi. — Henry sorrir quando me ver. — Senta aqui, vou preparar um...

— Tenho que ir embora. — Interrompo. Ele para e me encara.

— Você ficou chateada por ele ter vindo. — Ele não perguntou.

Entre Natais com você Onde as histórias ganham vida. Descobre agora