Eu, Sunoo e Roberto

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(Versão revisada)

Demorei? Sim ou com certeza? Mas aqui estou eu trazendo o presente de natal de vocês!

Bora lê meu povo

•••

Sunghoon ficou por exatos trinta e sete segundos parado, fazendo cosplay de estátua, nada realmente muito importante passava na cabeça dele. Apenas ficou encarando o lugar onde sua querida mãe estava antes, sem piscar os olhos ou fechar a boca.

Patético.

Com a boca seca, e uma muriçoca desgraçada tentando fazer morada em sua garganta preciosa, Sunghoon finalmente acordou do transe que ficou por alguns segundos — que lhe pareceram horas. Desnorteado e sem saber o que fazer, rapidamente voltou aos seus sentidos quando a larica bateu. 

A barriga quase o fez passar vergonha quando gritou alto, parecido com  sons de elefantes selvagens e leões rugindo, graças a Deus ninguém prestou atenção no pequeno espetáculo, fazendo Sunghoon suspirar aliviado. 

Olhou rápido cheio de fome para as panelas no fogão e quase babou ao ver a comida gostosa que só a senhora Park sabia fazer. Não tinha certeza do conteúdo, mas podia apostar um braço que aquela comida deveria ser uma delícia.

Era óbvio que Sunghoon iria atrás de explicações para os acontecimentos daquela noite — ele jurava que estava noite lá fora —, mas isso poderia ser discutido em outra hora. No momento, ele precisava encher o bucho com alguma sustância, ou não saberia o que poderia acontecer caso começasse a argumentar de barriga vazia, cheio de fome e uma raiva da desgraça.

Um homem tem que saber seus limites, e fazer barraco de barriga vazia era o fim da picada para Sunghoon.

Até ficou feliz por um momento quando se serviu e finalmente sentou à mesa saboreando a comida deliciosa. Estava até melhor do que antes, como se a mãe do dia para a noite tivesse feito aulas avançadas de culinária. 

Enquanto comia tentou esquecer dos problemas, homofobia, machismo e as guerras que aconteciam por poder pelo mundo, mas o choro do dito Sunoo o trouxe para a realidade. Fez a cara de maracujá véio e murcho do Park voltar a fazer comeback. 

— Tinha que chorar alto assim? Posso nem desfrutar minha refeição na paz do senhor.

Terminando de comer na força do ódio, decidiu ir atrás da mãe. Conseguia ouvir ela tentando defendê-lo para o tal do Sunoo, que chorava como a criança que ele, provavelmente, era.

Revirando os olhos tão profundamente que eles quase não conseguiram voltar ao normal, o mais alto dos três foi até a sala de estar e encostou o lado da bunda na parede amarela, colocou uma mão na cintura, fazendo cara feia como se esperasse uma resposta plausível 

E ele realmente esperava uma resposta muito boa. Que merda era essa de marido, cara? 

Será que ficou tão louco que casou na festa e trouxe o garoto para casa? 

"Impossível, nem fumado das ideias eu ficaria com esse garoto. Ele não faz meu tipo de jeito nenhum. Eu pego qualquer homem, sim, mas menores de dezoito é uma linha que eu não cruzo" pensou.

— Ele acabou de acordar, meu amor. — a careta do Park não poderia ter ficado mais desgostosa. E era muito difícil Sunghoon não ficar gostoso. 

Quer dizer, quase impossível! 

Porém lá estava ele parecendo um maracujá azedo, enquanto a mãe chamava o pirralho, cheio de ranho escorrendo pelo nariz bonitinho e super vermelho, de amor. 

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